Transcrição de conversas proferidas ou validadas por Waldo Vieira em tertúlias gravadas em vídeo. Projeto particular de teletertuliana portuguesa, não vinculado a Instituição Conscienciocêntrica.

Personalidades: Francisco Cândido Xavier [1910-2002]

 

Opinião de Waldo Vieira sobre Chico Xavier. Pergunta. Gostaria de saber porque o senhor faz ataque ad hominem contra o Chico Xavier. Resposta (WV). O Chico – eu quero falar claro, vê se me escuta direito – é um completista da tacon. Agora, quem é que não tem trafar? Eu tenho, você tem, ele teve. E ele sabia disso. Ele mesmo falava que não era Francisco, que era um cisco – porque ele era cheio de problemas. Eu sou obrigado a falar porque vocês ainda mantêm uma imagem do Chico totalmente errada. Eu ajudei, em parte (...) e isso foi um erro também (...) mas eu precisava, porque eu “já peguei o bonde andando”. Quando eu peguei o Chico, ele já estava trabalhando há muitos anos. Eu trabalhei com ele por 10 anos. Agora, tudo o que eu fiz foi para manter a árvore mística do Chico para ele virar o santo do espiritismo, porque ainda não havia o santo. O Bezerra de Menezes, esse do filme, ainda não é santo, não. O Chico é que foi feito o primeiro santo do espiritismo. Ele queria isso. Agora veja: qual o santo da igreja católica que é perfeito? Não existe. Do mesmo modo, ele, como santo do espiritismo, era perfeito? Não era. Preste atenção. Eu não gosto de falar nisso, mas agora eu sou obrigado a falar porque está todo o mundo entrando no online e eu tenho que explicar essa situação. O problema todo, meu amigo, é o seguinte. O Chico era uma pessoa humilde, como ele falava, bem simples. Mas, você tem um barbeiro que faz a sua barba todos os dias? Alguém aqui tem? Ele teve barbeiro que lhe fazia a barba todos os dias, a maior parte da vida, depois de adulto, lá em Uberaba. Porquê? Ele não gostava de pegar na navalha ou pegar numa gilete ou num aparelho para fazer barba porque ele tinha problema do passado dele, de autoretrocognições, e coisas dele de Joana Louca. Porque naquela ocasião, ele avançava nas pessoas e mutilava até a cara das mulheres daquela época. Então vocês vejam bem como é que é. Eu vou esconder isso? Eu quero dizer, meu amigo, que o Chico tem posição melhor do que eu e do que você. Está ótimo. Logo depois que ele dessomou eu encontrei com ele. O Emmanuel esteve aqui, já está renascido na Itália para trabalhar com um “negócio” que resta dele de igreja católica – um ranço que ficou. Agora, isto é a minha opinião: a sua, você tem. Eu aqui, falo o que eu posso. Agora veja: ad hominem porquê? O Chico não está aí! Ele é uma personalidade pública, nós podemos analisar do jeito que a gente entender.Ad hominem, é o seguinte, por exemplo: eu estou falando de um tema e, em vez de falar do tema que eu estou falando, você vem falar contra a minha pessoa. Isso é o ad hominem. É bom você examinar o que é que significam as expressões latinas. Está interpretando mal o problema. (Tertúlia 0967; 0h:33m). Pergunta. O Chico tinha muitos problemas e não foi santo. Peço a sua opinião. Dos livros que o Chico psicografou, tem muitos de tares, de André Luiz, certo?. Os romances de Emmanuel também são tares, certo? O senhor quer bem ao Chico? Podemos dizer que ambos são amigos? Resposta (WV). É lógico! Qual é o problema? O povo pensa que eu briguei com o Chico quando eu o deixei lá. Pelo contrário, nós nunca brigamos, eu e ele, nunca. É igual a meu irmão e minha irmã, eu nunca briguei com esse povo. Quando eu saí, eu falei com ele: -” Eu vou cuidar de uma coisa um pouco mais avançada, eu vou ser um maxi dissidente do espiritismo, de modo que não é bom eu ter contato com você nem você comigo. Isto não é bom para o seu trabalho porque eles começam a fazer comparação de todo o seu trabalho, enquanto você está aqui e isso vai fazer mal para você, isso não é bom, não. Eu nunca mais vou procurar você”. Eles falam que eu procurei o Chico… que nada! Eu fui lá buscar a minha biblioteca que eu deixei dentro de uma casa que eu construí para isso. Ela ficou 22 anos lá com 9800 e poucos livros em 5 idiomas. Eu sabia que aquilo era seguro porque (quem) estava tomando conta daquilo era o meu ex enfermeiro que trabalhou comigo na clínica gratuita que eu tinha lá. Então, 22 anos depois, eu fui lá e peguei os livros que estavam lá. Estava lá a estante que eu ganhei – a primeira estante que eu ganhei na minha vida, da minha mãe, uma estante chinesa, com os livros mais sérios, que eram livros mais raros, porque era um  bibliotáfio meu. Estava tudo lá dentro. Eu trouxe 9800 livros. A maioria estavam bem cuidados, não tinham humidade, mofo, não tinha nada disso.E isso tudo (esteve) lá 22 anos, não vamos esquecer disso. Quando eu fui lá para buscar isso, eu também não procurei o Chico. Quando eu deixei o Movimento Espírita, passada uma temporada, o Chico quis sair da Comunhão Espírita Cristã, porque ele não se deu bem – ele também era dissidente da Comunhão, ele saiu da Comunhão Espírita Cristã – e fez lá esse Centro Espírita da Prece, afastado, do jeito que ele queria, uma coisa menor para ficar só o trabalho dele. Isso tudo aconteceu depois. Eu nunca, depois que deixei o Movimento Espírita em maio de 1966, eu nunca mais conversei com o Chico. Aquilo era um trato nosso para não criar problemas para ele. É bom a pessoa também ficar sabendo que pouco antes de morrer, um amigo meu que era (também) amigo do Chico, esteve com ele e ele perguntou a meu respeito. E eles deram informações para ele. (Tertúlia 0967; 1h:27). Os livros que nós psicografámos – por exemplo (os livros) do Chico e as mensagem do Emmanuel – a maioria não tem tares, tudo é tacon, porque senão as federações e o Movimento Espírita não admitiam os livros. Tares, é tarefa do esclarecimento. Esclarecimento, é isso que eu estou fazendo aqui. Lá, eu não o podia fazer, era só consolar, falar que a gente era “humirde”, quer dizer, uma falsa humildade danada. Há muita gente humilde por um lado e (com) um rancor miserável pelos pares, por outro lado. Isso eu vi no Movimento Espírita. Não era fácil. Teve gente que chegou a brigar com padre – brigar fisicamente – tudo isso eu vi no Movimento Espírita. Eu não estou falando só de polêmica, não. Há polêmicas que são úteis, eu estou até de acordo. O debate, a refutação, isso faz parte, mas tinha gente que brigava mesmo, danada da vida, queria matar os padres. De modo que, nós podemos dizer então, que romances… muitos deles… você pega (um romance de) Emmanuel e compara com esse romance que o professor ((referência a Osmar Ramos Filho)) está estudando. O romance de Balzac tem muito mais informação do que os livros de Emmanuel. Tem ou não tem? Ninguém pode dizer que não tem. É um livro mais técnico, um romance mais técnico. Agora, só para chatear: é dos de maior platitude e processo místico. Só para chatear. Olha o título. Cristo Espera por Ti – muito chato. Para aqueles que não leram o livro, Cristo Espera por Ti – leiam o livro, quem sabe tem alguma coisa por lá… já que esse povo é do Cristo… tudo é cristão – cristófilo. (Tertúlia 0967; 1h:30).

Macrossoma e problema nos olhos. Pergunta. Eu não entendi a relação entre o macrossoma do Chico Xavier e o problema dos olhos dele. Poderia esclarecer? Resposta (WV). O Chico Xavier só tinha um olho. O outro olho “via passar os negócios”, segundo o hospital que era o maior do Brasil na ocasião e o médico que era até muito amigo dele, uns dos maiores médicos que o Brasil já teve. A gente tinha que acertar aquilo ali porque ele tinha que ter o olho a funcionar. Ele gostava de ler e a situação era difícil para ele. Ele tinha macrossoma mais para manter essa condição dele. Eu acho que tudo aquilo que ele teve foi devido ao macrosssoma que eu classifiquei como sendo supra-renálico, porque ele era totalmente supra-renálico. Ele era uma pessoa macro esplâncnico. Macro quer dizer “grande” e esplâncnico quer dizer “das vísceras”. As vísceras dele eram grandonas, maiores do que as minhas. Tudo dele era grandão e achatado. Ele era pícnico, baixo tipo barrica e achatado. Ele não era nordestino nem cabeça chata, não é isso que eu estou falando. O corpo é que era assim. Ele era bem supra renálico. Outra característica dele era uma pele forte de mulato, porque era mais preto do que branco, hipertricótico. Eu sou cabeludo (mas) ele era muito mais do que eu, no corpo todo. Isso é hipertricose, isso também diz respeito ao problema supra renal. Se você quer entender isso, veja lá na fisiologia o que é que são as glândulas supra renais.O povão, de modo geral, não sabe nada sobre supra renal. Existem até médicos que não sabem nada sobre supra renal. É um dos "negócios" mais sérios que tem. São umas glândulazinhas à toa que ficam em cima dos rins e no entanto é um “negócio” seríssimo que o povo deve estudar mais. Do ponto de vista do hormônio, do ponto de vista glandular, nesse processo é preciso estudar. Se você for estudar a parte supra renal, você vai começar a entender o que é que eu quero dizer com isso.  Eu deixei o Chico e falei com ele:-”Você vai viver igual a seu pai. Seu pai viveu 86 anos”. Mas não tinha a lucidez que o Chico tinha e nem trabalhava intelectualmente do jeito que o Chico fazia. Então eu falei com ele: -”Você vai viver mais do que seu pai. Agora, siga a sua vida dentro desse ritmo, dentro dessa rotina regular que você tem, que você vai chegar lá”. Porque ele tinha um certo medo de morrer. Ele queria chegar naquilo que ele veio para fazer, que ele achava que tinha que fazer, que era o processo dos livros ((referência a psicografias)). Agora veja, tudo aconteceu do jeito que eu falei. O pai dele morreu com 86 anos e ele morreu com 92. E eu expliquei tudo: -”O seu macrossoma vai sustentar a sua vida. Pode estar certo disso, que vai acontecer”. Eu estudei isso tudo. E ele admitiu. Ele sabia e ele seguiu tudo o que eu falei. Nunca mais ele viajou muito do jeito que era. Ele só ia a uma ou outra cidade para receber os “negócios” de cidadania… aquelas coisas dele. Eu acompanhei à distância as coisas e vi que ele seguiu mais ou menos o ritmo e viveu do jeito que precisava. (Tertúlia 0970; 1h:43m).

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