Tertúlia 0941, Drama de Consciência, YouTube, canal
Consciustube, https://www.youtube.com/watch?v=AZaJV-_dY8k,
publicado em 19
de setembro de 2011.
Pergunta. Existem ações interassistenciais que podem ser consideradas mais eficazes –
do ponto de vista não só do assistido mas também do assistente – que outras, em
se tratando de medidas recicladoras de renovação íntima? Se sim, quais,
exemplificativamente? Resposta
(WV). Se você está fazendo uma ação interassistencial a uma pessoa
acessível, você consegue falar mais verdades para ela, você entra mais no
contexto, você aprofunda o esclarecimento. Se ela não permite isso, você fica
na superfície ou senão, você tem que usar um exemplo indireto. Você usa um
processo grupal em vez de ser pessoal. Você fala de outrem e, por tabela, ela
vai estudar se aquilo diz respeito a ela ou não. Isso é uma técnica de
eufemismo, do ponto de vista do esclarecimento, não é o ideal. Eu, quando posso, falo sempre na “bucha”, na
cara da pessoa. Hoje mesmo eu falei uma porção de coisas na cara da pessoa,
respondendo mais de uma hora num programa de televisão, no canal 21 em
Cascavel. Eu falei (que eles deviam alterar) o nome da cidade (...), falei das
questões do Lula (...). Quando eu posso, eu falo tudo na cara - isso chama-se
impactoterapia – mas às vezes não é possível.
(A impactoterapia) é o que eu chamo “soco na cara, soco no queixo e
fratura exposta”. Isso é o ideal na nossa realidade para não tapear ninguém e a
gente seguir com a consciência sem peso, sem drama de consciência. Existe,
portanto, o esclarecimento direto e o exemplo indireto – depende na situação. O
ideal, não é ficar com o eufemismo, é falar diretamente o que é que se passa.
Se você conhece a pessoa, se é um amigo, amizade é para essas horas, é para a
gente ajudar. Se é parente, a parentela é também para essas horas, é para a
gente falar. Mas às vezes a gente não sabe nem pode. (Tertúlia 0941; 0h:04m).
Pergunta. Em sua opinião, e sob a ótica do verbete Drama de Consciência, as
leis de anistia concedidas pelos países vizinhos ao termo das últimas ditaduras
militares de modo geral, foram mais benéficas ou maléficas para os envolvidos? Resposta (WV). Depende da
pessoa. O processo maior, sempre é perdoar. Eu sou favorável ao perdão. Não
adianta estar chorando o leite derramado. E é muito pior, quando chora o leite
derramado de uma coisa sangrenta. O “negócio” é deixar a pessoa com a
consciência dela. O ideal é colocar toda a história do que passou em obras e
levar isso para a escola para as novas gerações saberem o que é que as gerações
anteriores fizeram de errado e mostrar essa realidade. Eu sou favorável a
perdoar os nazistas todos. Esquecer isso e passar para outra coisa, porque tem
tanta coisa muito pior do que nazista... estão matando os jovens aí de todo o
jeito, inclusive gente que é da polícia. Temos que chamar a atenção disso. É
necessário fazer o levantamento desses dramas do nazismo porque essas novas
gerações não viram a Segunda Guerra, não viram o que foi o massacre de milhões
de pessoas. É muito importante chamar a atenção para esse massacre. Chama a
atenção também para o modo como funciona a cabeça de louco do marginal, do
criminoso, do homicida. A maior loucura que tem é uma pessoa matar outra. Vamos
pensar nisso e expor essa situação. Isso é importante. Mas fazer o
levantamento, a exumação dos erros da pessoa, vai piorar cada vez mais a cabeça
dela. Ela vai ficar com mais raiva. Eu acho que ajuda mais deixar a pessoa com
a consciência pesada (para) mostrar o erro que ela fez mesmo, que seja
indiretamente. Eu acho que o ideal é pôr uma pedra no assunto, mostrar a realidade
do passado mas não estar expondo as pessoas porque agora não adianta mais nada.
Se passou, passou. É preciso reagir é na hora. Agora que já passou, deixa para
lá (senão) você está prolongando o erro que a outra pessoa cometeu, você está
errando, igual a ela. (Tertúlia
0941; 0h:09m).
Pergunta. Você poderia explicar a «evocação dos heterassediadores do passado»? Resposta (WV). Há pessoas
que sofreram tanto com determinados assediadores em vidas anteriores e às vezes
nesta mesma vida, que ela não esquece. É o caso daquela pessoa de 85 anos que
estava lá na casa dela sempre lembrando da dona Mariana porque a dona Mariana,
há cerca de 60 anos tinha feito um biscoito que lhe fez mal à barriga. Ele
nunca pôde esquecer a dona Mariana e 60 anos depois ainda estava falando dela.
Então a gente via que chegava a consciex dona Mariana e dizia: -“Por favor, me
esqueça, Eusébio! Isso já passou! Por favor, cuida da sua vida!”. A gente tem
que perdoar. É o heterassediador do passado. Vamos perdoar. A tendência da pessoa
de idade é ficar com ideia fixa, monoideísmo, uma ideia só o tempo todo e piora
tudo. Eu sou uma pessoa de idade, estou chegando à quarta idade, mas o que
predomina em mim não é ideia fixa, até ao momento (pois) todos os dias eu trago
uma ideia nova para vocês. (Tertúlia 0941; 0h:11m).
Pergunta. Essa assistência que o pessoal aí do CEAEC está tendo, tipo mexer no
mentalsoma, melhora do processo todo, está refletindo no pessoal que reside em
outra cidade e está sempre online? Qual é o critério? Boa intenção? Fazer
assistência? Resposta (WV). Entre
no contexto. Permita que o amparador faça assistência para você. Essa turma
aqui está permitindo. Quando permite que o amparador de função – a consciex que
ajuda de acordo com a função que a pessoa exerce – isso é feito, a coisa se
desenvolve, aquilo aprofunda, a pessoa melhora, equilibra. Faça a mesma coisa.
Faça o rapport, a empatia. Entre na onda positiva desse pensamento.
Entre na onda do perdão e os amparadores vão te ajudar. Você perdoa os outros?
Pensa nisso. O perdão é uma grande coisa, principalmente para quem perdoa. Quem
se sai melhor em matéria de perdão é quem exerce o perdão. (Tertúlia 0941; 0h:13m).
Pergunta. Tive duas gravidezes malsucedidas: pré-eclâmpsia seguida de eclâmpsia.
Fiquei muito mal e quase morri. Os espíritas me disseram que eu provavelmente
não queria os filhos ou (então) eram assassinos que precisavam somente daquele
tempo e que eu cometi muitos abortos em vidas passadas. Será que no meu
inconsciente de memórias de uma vida passada eu poderia querer a morte de meus
filhos? Ou será a energia dessas consciências que não era compatível comigo?
Isso me atormenta até hoje, depois de 12 anos. Resposta (WV). O melhor que você faz é esquecer
tudo isso. Se você teve pré-eclâmpsia seguida de eclâmpsia em duas gravidezes,
na segunda você já devia ter desistido da gravidez. Você errou foi nisso, no
mais não. Sobre as causas: pode ser isso que os espíritas falaram e pode ser
também isso que você está sugerindo. Agora, isso não interessa, (o que
interessa) é caminhar daqui para a frente. Se você queria ter filhos e não
conseguiu, olhe aquelas crianças desvalidas que precisam de assistência e vamos
ajudar. Esse é o caminho. Se você não puder, comece a ajudar gato e cachorro na
sua casa. Sempre vai ajudar alguma coisa, porque tudo é princípio consciencial.
Vamos pensar nisso. Agora, ficar chorando o leite derramado, ficar aí pensando
na coisa que já passou há muito tempo, isso é tolice. Esquece isso e vamos
trabalhar em favor dos outros. Nada de estar chorando o leite derramado. (Tertúlia 0941; 0h:19m).
Pergunta. Duas pessoas adultas cometeram um erro grave, mas que somente afetou a elas
mesmas. As mesmas resolvem se perdoar e resolver tudo. Ficam bem com elas
mesmas. Pergunto: dentro da cosmoética, isso foi perdoado ou ainda de alguma
maneira vamos ter que concertar os erros pelos quais nos perdoamos mutuamente? Resposta (WV). Tudo indica
que tudo isso já passou. Se isso tudo já passou, esqueça e (siga) em frente. (Tertúlia 0941; 0h:20m).
Pergunta. Entre 1997 e 2000, fui usuário de tóxico. Tinha 22 anos quando comecei,
devido a problemas familiares. Hoje, vejo a insanidade que cometi e me culpo
pelo tempo perdido na vida. Como superar esse sentimento de culpa com a
idiotice cometida na fase preparatória da vida? Poderia comentar do assédio,
nesse caso? Resposta (WV).
Isso são os pecadilhos da mocidade. Você deve esquecer, por uma pedra nisso e
cuidar da sua vida. A sua memória é boa? Se não é boa, você tem que tratar é da
memória. Porque maconha, cocaína, craque e outras coisas mais, inclusive o
álcool, afetam a memória. Vê se você perdeu a memória recente. Vê como é que é
a sua memória nominativa – de nomes. Vê
como é que é a sua memória aritmética, de números. Se você perdeu, foi
consequência do tóxico. O melhor é você cuidar disso com remédio e bastante
leitura e esquecer dessa fase. Uma outra coisa boa é combater o tóxico. (Tertúlia 0941; 0h:21m).
Pergunta. Ontem, o senhor fez um comentário sobre o anencéfalo. Gostaria que clareasse
mais, como se dá o processo da ressoma ou pré-ressoma nesses casos. Resposta (WV). Às vezes, a
consciência está bem lúcida e, no entanto, ela vem para um corpo que está
desgastado. É loucura a gente permitir que uma pessoa fique nisso. É como se
nós declarássemos, como carrascos, a penalidade para aquela consciência ficar
sempre inconsciente dentro de um corpo que não funciona. Eu sou contra deixar
(nascer) o anencéfalo, assim como sou contra deixar a pessoa com morte cerebral
(com suporte artificial à vida). Em certos casos eu sou favorável à eutanásia.
Eu sigo as leis do país, mas eu sou favorável a isso porque nós estamos
decretando uma pena, uma punição, para essas consciências que às vezes,
deixando aquele corpo, vão recuperar totalmente a lucidez. No corpo, ficam
jungidas, presas, naquela grilheta, naquele grilhão, naquela prisão, naquela
masmorra, naquele corpo deficiente sem esperança de melhoria. Isso é uma
loucura. Só essa besteirada, essa bobajada de religião que está acumulando há
milénios na cabeça dos outros é que fica (defendendo) isso para eles “bancarem
o santinho”. (...). Deixaram uma criança assim e ela durou mais de um ano – a
mãe decretou a prisão (do filho). É lógico que a intenção dela não foi essa.
Uma mãe jamais vai querer que o filho fique na masmorra, pelo menos em tese,
mas foi o que ela fez. No entanto, ela
cuidou da criança, mas até que ponto isso tem egoísmo? Vamos pensar: existem
mães egoístas? Pensem nisso. (Tertúlia 0941; 0h:24m).
Pergunta. O senhor poderia esclarecer a relação do trinômio
definição-determinação-deliberação com o verbete em estudo (Drama de
consciência)? Resposta
(WV). Quando nós definimos alguma coisa, colocamos “os pingos nos ii”, esclarecemos
alguma coisa, a coisa fica em “pratos limpos”. Definir é justamente isso.
Determinar é tomar atitude, um posicionamento, agir. (...). Exemplo: em
primeiro lugar, eu defini o que é que preciso comprar; em segundo lugar, eu
determinei comprar isso o mais depressa possível; em terceiro lugar eu
deliberei (chamar um táxi para ir ao Shopping Center). (Tertúlia 0941; 0h:27m).
Pergunta.
Lendo os itens elencados na Fatologia ((referência ao verbete Drama de Consciência))
percebi um crescendo nosográfico e, na sequência, um crescendo homeostático. Ou
seja, do fundo do poço aos píncaros da luz. Foi essa a intenção? Por favor,
esclareça. Resposta (WV). Eu
posso começar, tanto na parte negativa como na parte positiva. E posso acabar,
tanto na parte negativa como na parte positiva. O “problema” é clarear o
assunto. Para clarear, a gente tem que usar as duas coisas. Agora, o que manda,
lá no fim de tudo, é a gente poder clarear para evitar o nosográfico doentio e
errado. Este verbete, de hoje, é nosográfico, ele é da Parapatologia. Então,
quase sempre eu começo a mostrar a coisa pior para depois mostrar a coisa
melhor e a solução que pode ter para isso. Uma das coisas sérias para você
também ler é na Argumentologia «Culturologia: a cultura do acobertamento
anticosmoético» que a gente tem que evitar e depois a «Autoilusão. Segundo a
Autenganologia, importa esclarecer existirem pessoas estacionárias se sentindo
e se julgando muito competentes e traquejadas na área de assistência à saúde,
na Psiquiatria, na Psicologia e na Consciencioterapia. No entanto, não
apresentam competência, pois se apresentassem já teriam feito o autodiagnóstico
psiquiátrico do próprio distúrbio, óbvio para os outros. Tais personalidades
profissionais desatualizadas não sofrem drama de consciência e ainda nem
empregam o autodesconfiômetro», porque também vale a pena a gente pensar nesse
tópico. É muito comum, nos verbetes, você ver que eu começo no pior e acabo no
melhor. Outra coisa: se você pegar o meu livro Conscienciograma, que é o
manual que nós fizemos com 2000 abordagens à consciência, para a pessoa se
estudar e estudar os outros, cada folha de avaliação – que são 100 ao todo e
cada uma com 20 itens –, começa no pior e acaba no melhor. Se você não tem o Conscienciograma,
chega aqui que eu vou te dar o livro para você ver e eu te mostrar como é que
isso funciona. Uma das técnicas que a gente tem é você começar e caminhar num
crescendo positivo – você vai naquilo que está ampliando a ideia para o
positivo. Então, você sai da sarjeta e chega aos píncaros de luz, como você
falou. (Tertúlia
0941; 0h:35m).
Pergunta. Existe uma mortificação cosmoética no nosso nível, um peso de consciência
cosmoético? Resposta (WV). Todo
o peso de consciência mostra uma nosografia, mostra uma patologia, mostra um
mal, mostra um erro, mostra uma doença. Então, nós não podemos ficar com a
consciência pesada para melhorar, isso é besteira. A gente tem que aliviar a
consciência, para ela melhorar. Ela tem que saber o erro dela (mas) nada de
estar chorando o leite derramado. Sai dali e vai concertar aquilo, vai ajudar
os outros, dentro daquele erro que você cometeu, vamos ajudar mostrando o
exemplo e dizendo (às pessoas) que não (cometam) o mesmo erro, porque (você
“quebrou a cara”) e isso não é bom. (...). Vocês viram aquele caso daquela
senhora que (tinha tido um aborto e passados) 28 anos ainda estava falando
daquele aborto, sendo que ela tinha tido vários filhos depois. Ela veio me
falar e eu (disse-lhe que o filho abortado era o segundo filho dela e que em
vez de chorar o leite derramado, fosse cuidar do seu filho). Geralmente as
pessoas fazem assim, principalmente a mãe. Você sabe, aquela mãe que coloca o
carrinho de bebé como se fosse um tanque no supermercado? Tem mães que acham que
sendo mãe é uma “marechal(a)” no campo de batalha – ela domina tudo, a criança
dela é o máximo! Isso tudo é orgulho, besteirada. A maternagem tem muito disso.
É um excesso. Ninguém gosta de falar muito disso. A coisa mais fácil que tem neste mundo é parir
os outros. É só (juntar um homem e uma mulher que dali a pouco já nasce um
filhote). Todo o homem já foi mulher e toda a mulher já foi homem. Então, “todo
o mundo” aqui já pariu. Vamos agora fazer a gestação consciencial. Se a gente
trabalha bem com o mentalsoma, outros vão querer ser mãe e pai da gente na
próxima vida. (Tertúlia
0941; 0h:37m).
Pergunta. Quando a gente tem um arrependimento, para uma reeducação pessoal, qual é o
melhor sentimento? Resposta
(WV). A primeira coisa é anotar quais foram os erros, a extensão deles e
todo o universo deles, para a pessoa fazer uma avaliação dessa condição dela: -
“Eu estou ainda repetindo alguma coisa parecida com isso? Se não estou, acabou,
isso eu já consegui superar. O que é que
eu estou fazendo noutro sector, que possa ser equiparado a esse erro?” Porque
sempre a gente tem coisa para retocar. Reciclar é uma coisa que “todo o mundo”
precisa. Porque nós não somos serenões. Enquanto nós não formos serenões, nós
vamos precisar de reciclar. Vale a pena pensar no que é que nós não fizemos. A
omissão deficitária é uma coisa séria. Vamos pensar nisso. O que é que está
faltando? (Tertúlia
0941; 0h:40m).
Há pessoas que não sabem usar o que tem de bom.
Você pode pegar a coisa melhor do mundo e dar para a pessoa: se ela está
mal-intencionada, ela usa isso como um tacape na cabeça dos outros. De modo que
a intenção é seríssima. Intencionalidade é o 13º mega-atributo propulsor da
evolução. (Tertúlia
0941; 0h:43m).
Pergunta. Como é que a gente faz a exposição da autocura? Resposta (WV). Striptease consciencial. É
isso que nós fazemos aqui. O que é a conscin cobaia? É isso. É o primeiro passo
para a eliminação do drama de consciência. Há pessoas que, quando que confessam
o crime, se aliviam, tiram um peso das costas, já começam a fazer uma reflexão.
Porque é que a igreja católica usa um confessionário? É para isso, só que eles
usam para manipular consciências. Uma pessoa vai lá e confessa que matou o
outro e o padre diz que ele está perdoado. Na semana seguinte a pessoa vai lá e
confessa que matou mais um e o padre diz que ele está perdoado. E o padre não
pode revelar que ele matou porque aquilo tem segredo de alcova. A igreja mantém
um monte de gente na criminalidade. Dez pai-nossos e dez avé-marias e está
perdoado. (Tertúlia
0941; 0h:44m).
«Exemplologia: drama de
consciência parcial = quando gerado pela conscin participante de interprisão
grupal; drama de consciência integral = quando gerado pela conscin
individualmente, de modo isolado» (Vieira, verbete Drama de Consciência).
O parcial é a interprisão grupocármica, a pessoa é participante. Aquele que é
“brabo” é o integral, a pessoa não pode acusar ninguém, o erro é só dela.
Exemplo do drama de consciência parcial é o que acontece na guerra: - “A culpa
é do superior que mandou eu matar”. Exemplo do drama de consciência integral é
aquele que disparou sem ninguém o mandar - raciocinou, pensou, é integral. (Tertúlia 0941; 0h:49m).
Pergunta. Como é que isso fica, internamente? Resposta (WV). Fica remoendo. Eu já tive isso em vidas
anteriores. Nesta vida, não porque eu nunca roubei nada a ninguém a não ser os
amendoins de seu Álvaro e as mangas da dona que não queria que os meninos as
roubassem, nunca matei ninguém a não ser pulga, mas nas minhas retrocognições…
não é fácil… o que eu já fiz de besteira. Por isso eu falo que vocês devem ter
retrocognições mas se preparem para as surpresas. Quando eu tinha 4 anos nasceu
o meu irmão. O meu irmão era doente, desde que nasceu. Tinha crises epiléticas.
“Todo o mundo” ficou de olho nele e eu fui esquecido, jogado pelas beiradas.
Aos 4, 5 anos, o meu irmão começou a fazer coisas todas atrapalhadas por causa
da perturbação da cabeça dele. Foi andar de velocípede e bateu com a cabeça – a
mesma cabeça da epilepsia. “Todo o mundo” estava de olho nele e eu também. Mas,
lá pelas tantas, aconteceu uma porção de injustiças dentro de casa. Ele fazia
coisas, eu era o mais velho, a culpa era minha. Um dia, (mesmo não sabendo) o
que era justiça ou injustiça, comecei a pensar (porque seria) isso e fui saindo
da sala de jantar e fui andando pela cozinha para chegar ao quintal. No quintal
tinha mangueira, tinha uma romanzeira, tinha uma figueira e tinha uma bomba que
tirava água. Na hora, aquilo tudo sumiu e eu comecei a ver aquela cena do meu
passado. Eu, um homem enorme, desci uma escada, com uma porção de gente comigo,
e nós fomos lá para ver o “cara” que estava preso, com os braços abertos, preso
pelos pulsos, na parede. Tinha uns “caras” lá (que lhe diziam que ele tinha)
que falar quem é que mandou e o “cara” não queria falar. Mas era tortura. E eu
podia tirar o “cara” de lá, mas não o fiz. Quem era o “cara” que estava lá?
Adivinhem ((alguém na plateia responde que era o irmão de Waldo Vieira)). A partir daquele dia, eu passei a tratar o
meu irmão (nas palmas das mãos). Com o passar do tempo, eu aprendi a ver a
cronologia das retrocognições pela roupagem, o ambiente, o idioma, eu vi que
aquilo era muito antigo. Então se eu estou pagando, há tanto tempo, uma coisa
dessas… e de lá para cá ainda tem muita coisa – que será que eu não fiz?… Vocês
estão entendendo? Nunca mais eu quis reclamar de nada. “Enfiei a viola no saco”
e acabou. Isso foi na (minha) época entre o Egito e a China – pela roupa. Então
eu digo para vocês: - “Vamos agir, trabalhar e assistir. (...). Foi uma
retrocognição em que eu vi direitinho que (o preso) era o meu irmão, que quem
estava descendo a escada era eu mesmo, e tinha gente perto de mim que eu até
estava desconfiado de quem era. Eu era um “cara” enorme, fortão, com roupas de
alto nível de liderança. (Quando eu tive essa retrocognição) eu penso que devia
ter entre sete e oito anos, porque o meu irmão ainda era muito pequeno. Entre
os três e os quatro anos era muito difícil o contacto com ele. A epilepsia dele
era grand mal e dava irritação. Ele superou muita coisa. Pergunta. O seu irmão que
dessomou? Resposta (WV). Sim.
Ele começou a tomar Tegretol com álcool e a cabeça dele ficou toda alterada,
com a emoção muito grande. Teve muita atenuante, por isso ele pôde ressomar
logo. E quase sempre é entre os doze e os quinze anos que acontece isso –
atualmente é a média. (Tertúlia
0941; 0h:51m).
Pergunta. Quem não teve retrocognição pode desconfiar… Resposta (WV). Desconfia mesmo, com D maiúsculo.
O “negócio” é sempre pior do que a aquilo que a gente está pensando. Abençoa,
perdoa, ajuda, assiste, auxilia, seja benéfico. E não esqueça nunca de falar a
verdade. A tarefa do esclarecimento é que ajuda mais, no tempo, no espaço, nas
pessoas. Os pecadilhos da infância, pecadilhos da mocidade, isso tudo “sai na
diurese”, são coisas menores. O problema é nós errarmos agora que somos
adultos. Isso é que é erro bravo. Depois dos 26 anos, a pessoa tem maturidade
biológica, já não tem mais o direito de errar. Antes, o cérebro não estava bem
constituído, mas agora não há mais desculpa. De modo que, drama de consciência
“todo o mundo” tem. Agora, nós temos que saber conviver com isso numa boa. (Tertúlia 0941; 0h:57m).
O seu materpensene é patológico ou é
homeostático? Se você tem alguma intenção negativa e essa intenção é muito
assídua na sua cabeça, isso mostra que o seu materpensene está carcomido por um
megatrafar. Esse megatrafar tem que acabar porque é contra o materpensene.
Materpensene tem que ser uma coisa boa.
A gente supõe que nós todos aqui já temos um materpensene homeostático.
Então, é um megatrafor. (...). Quando a pessoa pergunta muito é porque ela já
está desasombrada, ela está aberta. Isso é ótimo. Toda a pessoa que é fechada
tem um percentual, talvez um 10%, daquela “nuvenzinha plúmbea” de tempestade
iminente. (Tertúlia
0941; 0h:59m).
A etologia é o processo
do comportamento das pessoas. Então agora vamos entender o sinergismo do
comportamento. Eu (WV) uso
esse sinergismo o tempo todo. A maior cobaia que tem aqui sou eu. Examine aí e
“acabe comigo”, desanque, critique, questione. Olhe o que tem de incoerência no
meu texto, vamos brigar, combata a incoerência junto comigo, vamos ajudar. Isso
é sinergismo etológico. Sinergismo etológico é o processo dos exemplos sociais.
“Todo o mundo” é exemplo para outras pessoas. Isso é o sinergismo etológico. (Tertúlia 0941; 1h:02m).
Pergunta. De todos os casos que você escuta, todos os dias, você poderia fazer uma generalização de qual seria o principal drama da consciência na mulher e o principal no homem? Resposta (WV). Tudo o que diz respeito a gênero é secundário. O que interessa é o saldo da ficha daquela consciência, seja homem ou mulher (conscin) ou seja consciex. Não superestime, não supervalorize o problema de ser mulher ou de ser homem – isso é bobagem. Seja homem, mulher, lésbica, homosexual… seja o que for, o que interessa é o saldo dessa pessoa, como é que ela funciona, o que é o melhor dela, o desiderato, a preocupação dela, qual é a meta que ela pretende na vida – isso é que importa. Evite ao máximo mexer com o processo de gênero, que é pouco para avaliar certas coisas – é o clube da Luluzinha e o clube do Bolinha... é pouco. O ideal é ver a consciência em si. Seja homem ou mulher, “todo o mundo” pode ser génio e “todo o mundo” pode ser genocida. Uma mulher que é gestante e “vira” uma mulher-bomba e mata 40 de uma vez, é genocida. Temos que ver os detalhes sem fazer nenhuma aceção de condições, admitir a realidade como ela é. Os fatos é que orientam, designam, mostram e indicam o melhor para a pesquisa. Não podemos estar brigando com os fatos. Fato é fato. A gente tem que admitir o fato e fazer uma interpretação. Aí é que entra a hermenêutica, a exegética e a análise. A análise, pode ser: pré-análise, análise e pós-análise. (Tertúlia 0941; 1h:03m).
Pergunta. Eu fiquei com uma dúvida quando o senhor comentou que a sua lógica já está
tão instintiva porque já estaria na sua amígdala ((referência a uma declaração anterior de Waldo Vieira
de que tinha o condicionamento na sua amígdala - estrutura cerebral implicada
na gestão de emoções e na aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante -
para só fazer coisas com sentido, daí que, ao andar na esteira aeróbica, tinha
a compulsão de parar porque não ia a lado nenhum)). Como acontece a
evolução da fisiologia do homo sapiens, como muda a fisiologia do homo
sapiens desperto? Eu pensava que a amígdala é do cérebro reptiliano e que
vai diminuindo até sumir mas pelos vistos eu conclui errado. Resposta (WV). Ela sempre
existe. O problema é que ele ((referência
ao desperto)) tem autoconsciência para dominar a genética através da
paragenética e da holobiografia dele. Eu descobri que essa compulsão era um
processo cerebral. Isso acontece com “todo o mundo” mas ninguém sabe
caracterizar. (...). Eu não estudo neurociência o tempo todo, eu estudo
consciência. Dentro do processo da consciência, eu acusei uma compulsão que não
tinha razão de ser. Aparentemente era muito ilógica. Quando eu estou
trabalhando (muito) com o mentalsoma, isso afeta o meu processo cerebral,
porque eu quero fazer (qualquer coisa) e ter um resultado imediato – uma coisa
lógica. racional. À hora em que você tem uma racionalidade nesse nível, o
instinto “vai para o espaço”. Aí vem o cérebro e começa a reclamar. É aí que
entra a amígdala. Agora, que eu achava aquilo engraçado, achava. Faz muito
tempo que eu estava estudando o processo de a gente parar quando está andando
na esteira aeróbica. Eu perguntei e ninguém me respondeu. Ninguém tinha visto
esse caso. Isso já faz mais de ano e eu não achei nada na internet nem em parte
nenhuma. Eu quero ver. É capaz de aparecer um psicólogo a analisar de um jeito
e um neurocientista a examinar de outro (mas) para mim é um problema cerebral.
(Tertúlia 0941;
1h:06m).
Pergunta. Deixe ver se eu entendi: o senhor tem o princípio da racionalidade que se
tornou instintivo. Resposta
(WV). As minhas coisas são tão certinhas quando a responsabilidade é só
minha, tudo caminha tão certo, são dezenas de anos assim, que (quando) eu estou
fazendo uma coisa que aparentemente é inútil, (como) andar e não sair do lugar,
tem alguma coisa dentro de mim que está contra isso. Então, eu já superei o
instinto da amígdala, com referência ao crocodilo – a minha reação negativa é
superior à dele em qualidade. (...). Eu desde pequeno que tenho uma porção de
reações assim, que eu queria saber. Com o tempo, eu esclareci uma porção
através do parapsiquismo. Quando eu falei a primeira vez, eu falei assim: - “Eu
estou bem assistido, o ambiente é bom, não tem assediador, não tem nada, não estou
reclamando de ninguém – eu estou reclamando porque as minhas pernas querem
parar.” Agora, veja: no fundo, eu acho também que é o processo de eu poder
raciocinar com o corpo parado. Se eu parar, eu vou raciocinar melhor.
Geralmente, eu aproveito o tempo que eu estou andando na esteira para resolver
problemas - já fiz até verbete inteiro, andando na esteira! Eu não quero perder
tempo. Para mim, a amígdala “tem tudo pensado”! (Tertúlia 0941; 1h:09m).
Pergunta. Então, um atributo bastante positivo, que é a racionalidade, pode gerar uma
compulsão. Resposta (WV). Pode.
Esse é um dos lados do problema. O outro é o seguinte: a sua paragenética, com a sua holobiografia,
é superior à genética das suas retro famílias ((referência à classificação dos seres vivos)). Pergunta. Então a
fisiologia do cérebro de um serenão não é diferente da nossa fisiologia. Resposta (WV). Não. Tudo é
igual, mas ele sabe (melhorar o cérebro). Com o passar do tempo ele passa
aquela melhora para a genética de um filho, aquele filho vai passar para um
neto dele e por aí vai. A neurociência ainda não sabe como é que funciona o
cérebro. Pergunta. Então
há uma mudança fisiológica? Resposta
(WV). Sempre. Mas (ao longo de) milénios. Pergunta. Mas um serenão que esteja vivo hoje,
não tem a mesma fisiologia no cérebro que a gente tem. Resposta (WV). Ele domina isso. O serenão
Reurbanizador não “pegou” o corpo pior? E ele dominava aquilo! Não interessa
(saber) como é que o cérebro reage, eu sou superior a ele e você a mesma coisa.
Ele é superior a isso. O paracérebro é superior ao cérebro. Outra coisa: há
cérebros da genética por aí que são superiores aos (respectivos) paracérebros.
Agora, eu quero falar para vocês que aqui não tem nenhum assim – vocês já
escaparam dessa ((gracejando)). Vocês estão entendendo o que é que eu estou
falando? Há gente com paracérebro inferior ao cérebro que recebe da família.
Então você veja a sub humanidade dessa personalidade. (Tertúlia 0941; 1h:12m).
Pergunta. Tenho umas pinturas guardadas e surgiu a oportunidade de vendê-las. Pode
acontecer de o atual comparador ser um futuro assediador para que eu fique na
arte? Também não sei o que fazer com o meu violão que usava quando estava
triste e alegre - não sei se tem energias tóxicas para dá-lo a alguém. Resposta (WV). Envolva as
suas pinturas com a energia melhor do mundo. Pegue no seu violão, envolva-o com
energia positiva e passe-o à frente, que você vai ajudar os outros. Há gente
que precisa do violão e há gente que precisa da pintura. Vamos aproveitar o
máximo. É preciso saber vender a pintura, senão você vai levar prejuízo, que
isso tem muito valor. Violão, nem tanto, especialmente se for usado. (...). É
preciso ver a qualidade da sua pintura. Tem que levar isso para um leilão
(porque o leilão às vezes dá mais dinheiro). (Tertúlia 0941; 1h:15m).
Pergunta.
Baseado nesse relato que o senhor acabou de fazer do seu irmão em vida passada,
eu gostaria de saber: 1 - Quem determina quais erros serão colocados em pauta
nesta existência?; 2 - Os erros mais graves, nós iremos pagar quando nossa
consciência estiver mais preparada para isso ou é o evoluciólogo que determina
como isso vai acontecer e quando?
Resposta (WV). Eu e o meu irmão viemos juntos porque ninguém perde
ninguém. Existe uma interprisão evolutiva. O evoluciólogo só chega para clarear
as coisas. Não tem evoluciólogo (juntando as pessoas). As afinidades fazem isso
naturalmente, isso é espontâneo, é instintivo. (Tertúlia 0941; 1h:16m).
Pergunta. Como são feitos os resgates dos erros do passado? A minha vida atual, posso
dizer que é até tranquila. Pode ser porque os maiores erros meus já os acertei
ou é uma pausa para nova rodada de problemas sérios em próximas ressomas? Resposta (WV). Está difícil
de responder ((risos)). Precisava de ter a sua ficha comigo. Como eu não tenho,
eu não posso falar nada. Agora, o que eu vejo é o seguinte: se a sua vida está
muito tranquila, você está perdendo sua vida.
A vida tem que ter crise de crescimento para a pessoa evoluir. Se ela é
boa demais, é um processo hedônico, nós precisamos “abrir o olho” com isso.
Hedônofilia. Se ela é boa demais, “abre o olho” com isso. Agora, os resgates do
passado: a gente começa a resgatar concertando os erros mais ou menos
equivalentes àqueles que a gente cometeu.
Começa a melhorar por aí, fazer as coisas nesse sentido, que a gente
caminha rápido. (Tertúlia
0941; 1h:17m).
Pergunta. Como se dá o drama de consciência quando a
conscin sofre semipossessão maligna de modo inconsciente? Como é o
mecanismo da autoculpa e pusilanimidade da conscin quando ela não rememora os
fatos negativos vivenciados em existências anteriores? Resposta (WV). Ela tem atenuantes, mas essas
atenuantes não ressalvam a situação total, não. Se a pessoa tem uma
semipossessão, é preciso saber os resultados negativos daquilo. Ela tem que
começar a estudar a si mesma. Se ela não estuda, ela está em erro grande, às
vezes maior do que a semipossessão. (Tertúlia 0941; 1h:18m).
Pergunta. Como atua o sinergismo entre as projeções
assistenciais e a tenepes? Acordo próximo do horário da tenepes com a
rememoração das projeções assistenciais. Essas consciexes são levadas para a
tenepes? Resposta (WV). Uma
coisa puxa a outra. A gente está sempre ligado àquelas pessoas com quem a gente
tem afinidade. E dentro do processo da tenepes, só aparece gente que a gente
conhece. Pode conhecer há dois milénios ou (desde) o mês passado. Tudo tem
envolvimento. Você, com o passar do tempo, é que vai saber o que é que está
pesando em cada caso e onde é que tem afinidade. Os detalhes, é você que tem
que distinguir, com o tempo. (Tertúlia 0941; 1h:19m).
Pergunta. Se eu conseguir ter pensamento retilíneo nesta vida, posso perder essa
característica numa próxima ressoma? Resposta (WV). Não. Pergunta. Tudo o que eu consegui até agora, posso de algum modo
perder? Resposta (WV). Perder,
você pode, se você começar a fazer besteira. Mas se você acertou seu passo, a
tendência sua é continuar daí para mais. Você não vai perder nada do que você
conquistou. Pelo contrário, você vai dar valor para isso porque é uma coisa
mais recente na sua memória, aquilo está aceso na sua memória. (Tertúlia 0941; 1h:20m).
Pergunta. O
desperto não tem auto-culpa? Resposta
(WV). Tem. Sempre tem auto-culpa. Até um serenão pode ter auto-culpa. Pergunta. Mas como é que
isso não se transforma em auto-assédio? Resposta (WV). Isso, você tem que perguntar para ele. Ele tem
um jeito de se defender. Você acha que eu sou uma pessoa que tem muito drama de
consciência? Você acha que eu escondo bem, que eu sou um bom artista, para
colocar as coisas “debaixo do tapete”? Agora, eu te pergunto: - “Eu escondo
mais as coisas dos outros ou as minhas?” Tudo é um processo de consciência.
Pensa nisso. A gente sempre esconde as coisas (mas) tem que ser as dos outros,
não as da gente. Pergunta.
Então existe uma convivência pacífica com os deslizes do passado? Resposta (WV). Eu não choro
as mágoas do passado, eu mudo de bloco na mesma hora. Se eu fosse chorar as
mágoas, só com os pedidos de tenepes que eu (recebo) eu ficaria doido – uma
semana dá para endoidecer. Os dramas que tem ali, não tem na televisão nem em
novela – é muito pior. Como diria a sobrinha do Chico Xavier em 1958: - “P’ra
quê novela? P’ra quê novela? A vida é uma novela superior a qualquer uma!” Ela
tinha razão. (Tertúlia
0941; 1h:25m).
Pergunta. Quando você teve a retro, quando criança, como é que você metabolizou isso?
Foi tranquilo? Resposta
(WV). Eu não tive uma retro só. Eu tive uma porção. A média disso, foi
muito favorável para mim. As primeiras retrocognições que eu tive foi com
respeito a minha mãe e meu pai, a família e a casa onde eles moravam. Com o
tempo eu passei a entender “todo o mundo”.
Eu entendi todos aqueles fenômenos e aquilo não se ensinava no curso
primário. Pelo contrário, a minha professora, durante três anos, era católica e
dava “santinhos” para “todo o mundo”. Os que faziam as contas mais rápido
ganhavam um “santinho”. Lá pelas tantas, eu não podia participar porque eu
ganhava tudo. Quando eu entrei na escola eu já sabia ler e escrever e a
meninada lá não era assim. (Tertúlia 0941; 1h:28m).
Pergunta. O exame de consciência do nosso passado maior foi feito no curso
intermissivo? Resposta (WV).
Eu não posso falar para “todo o mundo” mas para a maioria eu assino em
baixo. Pergunta. Então
as “retros” que nós tivermos nesta vida, até certo ponto vão ser iguais ou
inferiores ao do curso intermissivo? Resposta (WV). Mais ou menos. No curso intermissivo você não
teve muito tempo de passar o pente fino, o micrótomo. Os detalhes, a subtileza,
a sofisticação, a coisa mais complexa, a gente começa a pensar é agora. Pergunta. Na vida
intrafísica? Resposta (WV). Na
vida intrafísica, na próxima intermissão e na próxima vida. Você ainda não viu
todos os detalhes. A gente “pegou” o grosso e o grosso já deu bastante
problema, já atravancou muitos de vocês, que demoraram a chegar aqui porque
estavam deglutindo, mastigando. Alguns estavam como uma vaca ((mímica de
ruminar e risos)). Pergunta.
Então o processo de auto culpa que nós estamos trabalhando ainda tem
relação com o passado mais próximo? Resposta (WV). Essa culpa, com referência aos delitos, vai
ficar mais sofisticada quando a gente começar a usar os pentes finos, ver mais
os detalhes. É uma (questão) de cronémica, de tempo. Até que ponto você
lembrou? Às vezes a lembrança é só de 200 anos e isso não é nada, não chega ao Feudalismo.
(Tertúlia 0941;
1h:29m).
Há gente que tem um
apriorismo (e por causa dele) ainda não pode identificar a auto-culpa, mas
aquele apriorismo às vezes já dá um sinal da auto culpa que está lá no fundo e
que um dia ela vai reconhecer. Então, a ideia anterior, que ela mantém consigo,
está fixada na vida dela e na memória, por aí, no caso, eu considero importante
– (apriorismo) cronicificado. (Tertúlia 0941; 1h:32m).
Pergunta.
Eu queria entender o binômio má consciência–heteroimagem má. Resposta (WV). A pessoa tem
uma má consciência, mas ela não mostra as coisas. Mas o povo vê pela etologia dela, pelo
comportamento dela, pela energia, pela força presencial, pelo jeito que ela
funciona, que a imagem não é boa. Conclusão: se uma pessoa tiver a consciência
muito carregada com o processo do drama de consciência, mesmo que ela tente
esconder, aquilo vem à tona, vem à superfície, aquilo aflora na vida do
dia-a-dia dela. A pessoa que é
irascível, que é de mau humor o tempo todo, (muito por causa) disso. Há uns
casos engraçados. Existem aqueles nazistas que mudaram de nome, de
personalidade, que saíram da Alemanha e foram para a Argentina e alguns deles
“viraram” santos. Mas tem “cara” que mesmo mudando o nome não deixou de ser
irrascível, nervoso, mal-humorado. Esses, às vezes se revelaram logo. (Tertúlia 0941; 1h:33m).
Pergunta. «Autoconfissões queimam etapas» (Vieira, verbete Drama de Consciência).
O senhor refere-se à pessoa assumir para si mesma aquilo que ela não queria nem
pensar? Resposta (WV). Em parte. E depois
ela falar para os outros. Mas a primeira coisa é ela se expor, para si, e
depois para os outros. Ela reconhecer o mal que ela praticou. Isso é o primeiro
passo para melhorar. Autoconfissões queimam etapas. Pergunta. Eu acho que, se abrange o “hétero”
também, poderia ficar só “confissões queimam etapas”. Resposta (WV). Mas eu quero falar é “auto”, para
chamar a atenção da pessoa. Porque uma confissão de uma instituição inteira, um
monte de gente, um grupo (a exemplo da confissão da quadrilha quando é pega
pela polícia), dilui a responsabilidade. A autoconfissão não, ela é específica
da pessoa. E queima etapas porque (quando) a pessoa confessa, sai um peso das
costas. Aquilo sempre ajuda, para ela pensar noutros níveis. Então, a tendência
dela é melhorar. (Tertúlia
0941; 1h:35m).
Pergunta.
Qual seria a relação entre o drama de consciência, o engano, a omissão e o erro
crasso. Resposta (WV). A
pessoa tem que ver cada caso. Agora, o drama de consciência é muito claro. Se
há um engano, há uma atenuante, mas é preciso ver o remanescente. O que é que
sobrou? Há atenuantes e agravantes, a pessoa é que sabe. Quando uma pessoa
pensou numa coisa durante muitos anos e aquilo mexeu como um remorso, um
arrependimento, é porque ela tem culpa mesmo séria, senão ela não estaria
assim, alguma coisa já teria acontecido para melhorar aquilo dentro da própria
vida dela. Se ocorre, é porque ainda não limpou. É sempre assim. Quando uma
coisa tem muito atenuante, é uma coisa inexpressiva, a pessoa lembra daquilo
como se fosse apenas uma anedota e aquilo passa, ela não se culpa. Os filmes americanos têm dramas que mostram a
pessoa que se culpa o tempo todo pelo irmãozinho menor que morreu na piscina ou
no lago. O americano é doido por esses filmes assim. Isso é a auto culpa, o
drama de consciência. A trama do filme às vezes mostra no fim que (o culpado)
foi um assassino e o “cara” (reconhece) que sofreu muitos anos à toa, tudo por
má interpretação. (Tertúlia
0941; 1h:37m).
Pergunta. Minha mãe trabalha em um museu que foi uma antiga prisão eclesiástica. Ao
longo dos anos ela foi comprando várias obras de arte de artistas famosos.
Chegou a uma quantidade que não tem mais parede para colocar. A casa inteira
tem quadros e alguns estão empilhados no chão.
Ter quadros em casa pode influenciar negativamente? Se faz necessário
fazer algum trabalho de energia para limpar? Resposta (WV). São quadros, por exemplo, do
Goya? O Goya retratou a baratrosfera. Se são pesados, só de olhar para o
quadro, fica destilando, o ano inteiro, só imagem negativa na cabeça de quem
vê. Agora, se é uma paisagem bonita, uma marina, um sol lindo, as flores
bonitas, isso tudo é positivo. É preciso ver o que é. Alguns são terríveis. Por
exemplo (a interpretação daquelas garatujas todas da pintura arte moderna) é
negativa. Então, tem muita obra de arte moderna, também negativa. É preciso
abrir o olho para ver o que é isso. Agora, nesse caso, se você não se sente bem
na sua casa, é bom limpar, “jogar” energia nisso, ou, se for o caso, ir para outra
casa. (Tertúlia 0941; 1h:39m).
Pergunta. A
parapsicoteca é terapêutica para eliminar os paradramas e as desconsciências,
quando extrafísica? No intrafísico, o psicodrama é técnica indicada para a
profilaxia das auto culpas? Em que nível? Resposta (WV). A parapsicoteca ajuda a pessoa a
se conscientizar dos seus erros, através dos próprios erros e dos erros dos
outros. Com isso, ela pode realmente eliminar os paradramas e as
desconsciências e loucuras que a pessoa cometeu. (Quanto ao) psicodrama, é
preciso ver que toda a vez (que a gente) mexe com o palco e drama é uma faca de
dois gumes – tem coisa que ajuda e tem coisa que piora. Mas se a pessoa já está
interessada, qualquer profilaxia que a pessoa já consiga analisar, interpretar,
estudar, pesquisar a condição, vai ajudar. É bom estudar isso. A melhor coisa
que a pessoa faz é procurar repor aquele erro que ela cometeu, ajudando outras
pessoas que estão cometendo o mesmo erro, ou que são vítimas desses erros.
Assim, a pessoa pode avançar mais depressa e sair da interprisão grupocármica.
Isso pode ajudar bastante. (Tertúlia 0941; 1h:41m).
Pergunta. A raiz da melin ou da melex é sempre um drama de consciência, ou não? Resposta (WV). É difícil
não ser. Por exclusão, arranja um jeito
da pessoa ter isso sem drama de consciência. Está difícil, não está? Eu não
vejo saída. Pergunta. Então,
é sempre uma perda de tempo, o ideal era conseguir mudar o bloco (pensênico) e
começar logo a recompor isso, sem entrar nessa onda. Resposta (WV). A uma boa parte das pessoas que
vieram me falar de drama que tiveram, eu falei assim: - ”Depois de treze anos
que você está purgando esse erro, essa purga está superior ao seu erro. Um mini
erro, se transformou num máxi erro, depois de tantos anos. Então, agora, você vai
esquecer o mini erro e vai esquecer o máxi erro e vai ajudar os outros”. Às
vezes, na impactoterapia você tem que mostrar essa realidade, senão “não cai a
ficha”. Não cai mesmo. A emoção da pessoa bloqueia, obnubila, ofusca, não deixa
ela ter lucidez. (Tertúlia
0941; 1h:42m).