Transcrição de conversas proferidas ou validadas por Waldo Vieira em tertúlias gravadas em vídeo. Projeto particular de teletertuliana portuguesa, não vinculado a Instituição Conscienciocêntrica.

Tertúlia 0943 - Egocentrismo Compulsório

 

Tertúlia 0943, Egocentrismo Compulsório, YouTube, canal Consciustube, https://www.youtube.com/watch?v=Mqizp0-pEy4, publicado em 19 de novembro de 2011.


Pergunta. Você costuma recomendar para as pessoas não irem a S. Paulo por causa da poluição, mas a cidade proporciona ótimas oportunidades de aprendizado e pesquisa e possui um holopensene focado no trabalho e na dedicação. Resposta (WV). Eu também acho. Agora, tem um lugar melhor. O nome que eu chamo é baratrosfera. É muito bom você ir, porque você pode ajudar muita gente lá. Pergunta. Atualmente moro no distrito federal que tem a melhor renda per capita e oferece uma das melhores qualidades de vida do país. Mas em compensação, o holopensene é focado no poder, na corrupção e na lei do menor esforço. Resposta (WV). De pleno acordo. Pergunta. Qual, das duas cidades, seria mais propícia para acelerar nossa evolução? Resposta (WV). Nem uma, nem outra. Por isso a gente veio para Foz de Iguaçu. O ideal para se viver é uma cidade média e não uma metrópole. Pergunta. Na escolha do local onde morar, qual o critério de levar mais em conta? O intrafísico ou o extrafísico? Resposta (WV). Ambos. A pessoa tem que escolher as coisas, pensar muito, de acordo com a necessidade dela. Se por exemplo, uma pessoa tem um grupocarma extenso dentro da família nuclear, ela tem que pensar bem quais são as responsabilidades que ela tem de dependentes dentro da família. Isso aí pode influir na questão do local, quanto tempo ela deve ficar lá ou não, enfim, examinar cada caso. Mas a cidade média é uma solução inteligente. Eu estive no México, há muito tempo, na década de sessenta e setenta. Fui lá duas vezes para fazer pesquisa e dar curso. Mas depois, eu falei assim: -”Eu não venho mais aqui. Quem quiser pode me procurar”. Porque eu não estaria vivo se permanecesse lá. (...). Que é que adianta uma pessoa evitar tudo quanto é tóxico – de fumar, de beber, de comer – e ficar num lugar desses? Eu seria incoerente comigo mesmo se ficasse nisso. Na década de sessenta me convidaram para ser um dos diretores de uma grande empresa no Brasil. Eu recusei. Não quis, porque eu teria que morar em S. Paulo. Houve um período em que eu tinha casa em S. Paulo. Eu ia lá quase todas as semanas: ia e voltava, para fazer pesquisa. Chegou a um ponto que eu cortei e nunca mais apareci lá. A última vez que eu desci lá, eu desci com uma máscara entre um aeroporto e outro. (...). Em S. Paulo, se você põe uma máscara, “todo o mundo” fica de olho em você. Eu acho que lá, conforme o dia, o prefeito devia dar uma máscara para cada pessoa. Isso ia melhorar muito as despesas do governo dele. Esses políticos são cabeça curta. Se der uma máscara, evita gastos na saúde. A profilaxia devia ser feita. Os jornais hoje já publicam na primeira página as fotografias pretas de S. Paulo, aquelas em que a poluição não deixa ver os contornos da paisagem. Mas ninguém toma providência de nada. Pelo contrário, cada vez aumenta mais. (Tertúlia 0943; 0h:04m).

Existe alguma relação, pequena ou grande, entre egocentrismo compulsório, temperamento e cláusula pétrea? Resposta (WV). O temperamento tem relação com tudo de uma personalidade. Cláusula pétrea tem relação com “todo o mundo” que tem alguma programação existencial definida através do curso intermissivo.  O egocentrismo compulsório, a pessoa tem que enfrentar (inevitavelmente). Então, para executar bem a programação existencial ou para a pessoa melhorar o temperamento dela, se ela conseguir entender um pouco mais a si mesma através do esclarecimento do próprio egocentrismo compulsório em si mesma, na sua vida, isso ajuda demais. (Tertúlia 0943; 0h:13m).

Pergunta. Poderia comentar “a saída das interprisões grupocármicas” no contexto do verbete de hoje? Resposta (WV). As interprisões: é necessário que a pessoa estude a posição dela, principalmente a partir da família nuclear, a família consanguínea, a árvore genealógica dela e ver o que é que resta ali de compromissos, de deveres, de obrigações que ela tenha para com pessoas e principalmente com os dependentes da família. Nós temos que ver (como) o egocentrismo compulsório ainda está atuando na nossa vida para ver como é que nós podemos ficar livres (das interprisões grupocarmicas) – é disso que eu quero chamar a atenção. Seria bom, o nosso amigo estudar essa saída das interprisões com as 15 condições relevantes (enumeradas na Caracteriologia do verbete) Egocentrismo compulsório. (Tertúlia 0943; 0h:14m).

Pergunta. Qual a melhor postura para o homem ou mulher no exercício do egocentrismo compulsório na convivialidade cosmoética no seio da família nuclear? Resposta (WV). É isso aí que nós estamos falando. É a pessoa ver quais são os deveres, obrigações, condições e dependências que a pessoa ainda alimenta perante esses elementos do grupo evolutivo. É necessário ver, para ela não desprezar. Porque, se uma pessoa não se dá bem com os seus familiares, como é que vai se dar bem com o resto da humanidade? É como aquele princípio da conscienciologia: se uma pessoa não domina bem o corpo humano – por exemplo ela fuma e fica presa ao “negócio“ de fumar, que é uma coisa tão banal, besta e no entanto tão prejudicial e patológico –, como é que ela vai consertar ou dominar bem os outros veículos de manifestação? Para dominar o holossoma, é necessário que a pessoa mostre que ela já domina alguma coisa do soma. Senão, como é que fica, perante o energossoma, psicossoma e mentalsoma, que são mais complexos, mais difíceis (de dominar)? Outra coisa: se uma pessoa não arranja uma dupla evolutiva e não consegue viver com a dupla evolutiva, ela mostra que nem uma passarela para uma comunidade maior ela consegue passar – (se) ela não faz uma ponte com a humanidade através de outra pessoa, como é que ela vai ter contato com os milhões de consciências do seu grupo evolutivo? Então, vocês estão vendo que às vezes, uma pequena observação, mostra um processo de unidade de medida e de trabalho do resto daquela observação. É o soma no holossoma. É a dupla evolutiva, perante a humanidade. É o processo do egocentrismo compulsório que nós estamos estudando aqui hoje, em relação ao egocentrismo infantil, adulto e patológico. Então, uma pessoa, se estudar bem o egocentrismo compulsório, vai começar a ver do que é que ela deve se defender e o que é que ela tem que doar, abrir mão, fazer interassistencialidade. Por isso nós estamos enfatizando esse tema dentro da Egologia. Egologia é o estudo da Conscienciologia, mas radicado ao processo do egão. O que tem mais nesta vida, nesta dimensão, são os egões e os umbigões e a gente tem que explicitar isso. Ninguém pode fugir do ego. O ego faz parte da própria pessoa. Nós temos é que interpretar se o nosso ego está quebrado ou se está inteiriço; se ele ´patológico ou se ele é homeostático. (Tertúlia 0943; 0h:15m).

Pergunta. Você poderia aprofundar mais o conceito da descoberta da autovivência da interassistencialidade teática? Resposta (WV). A maioria das pessoas, se são egocêntricas, mas infantis, mesmo quando adultas, elas ainda não descobriram a interassistencialidade. Uma pessoa que é egocentrista ou egocêntrica ou que é egoísta, ou que exalta demais o egão, não tem interassistencialidade. A interassistencialidade é a ideia de você se doar. Então, você se dilui, dentro do processo da humanidade, fazendo assistência. No caso, o que a gente quer significar, é justamente isso. Pode estar certo de que muita gente vai ler (isto) e vai começar a descobrir o seu próprio egoísmo – e é isso que a gente quer. Agora, vocês já notaram que o tema central (do verbete) é neutro – porque tem gente que (usa isto) para servir de arma contra os outros. Tem gente que estuda no orientalismo e diz: -”Eu não posso fazer essa assistência que você fala, senão eu vou arranjar um carma muito pesado”. Aí, a pessoa “não põe a mão na massa” do processo da assistência. Então ela tem que entender até que ponto ou até que limite o egocentrismo compulsório chega e onde é que ele acaba e começa o egoísmo grandão que já (trazemos) há milénios. Agora veja: porque é que existe egocentrismo? Se não fosse o egocentrismo, nós não estaríamos vivos, não daria para viver nesta dimensão, devido ao problema da sobrevivência do mais apto, do que se defende mais. Se eu não me defendesse, as doenças, os acidentes e a poluição, já tinham acabado comigo. Poluição é uma coisa nova na Terra. Em vidas anteriores nossas, a gente não cogitava disso. A Ecologia, praticamente foi fundada na era moderna. O homem começou a fazer cocó intelectual. Então veio a tecnologia da guerra, a bomba atómica… os cocós intelectuais. Eu tenho um amigo meu que já falava em 1945 que as guerras, antes, não criavam tanto lixão, mas que a partir da Segunda Guerra, aumentou demais o lixão. Muito embora, na Primeira Guerra, eles (tenham criado) gases que mataram muita gente, mas a partir daí eles começaram a criar minas subterrâneas. Você quer cocó maior do que esses? (...). São dezenas de países que têm minas subterrâneas. (...). É uma das coisas mais absurdas da humanidade atual: a mina subterrânea, a gestante -bomba, o genocida declarado e as defesas de ditadores. De vez em quando eu ainda fico pensando como é que ainda existe gente que defende ditador, neste terceiro milénio. Eu não entendo isso. Que falta de cabeça! A política põe o povo perturbado. Para mim, a política é pior do que a cocaína, para perturbar certas consciências. Cantores e artistas do Brasil defendendo Fidel Castro durante décadas! Não adianta falar com eles, eles não entendem! Agora, veja: é lógico que tem interesses atrás disso – dinheiro, fama. O “cara” quer se projetar mas… alguém aqui quer se projetar como megassediador? O que é o Fidel Castro? É um megassediador. Ele às vezes está até muito crente, mas é “um cão que não deixa o osso”. O câncer está acabando com ele, mas depois de 49 anos, ele deixou o irmão como substituto político e “pau mandado” dele. Tudo isso é o egocentrismo perturbado, patológico e devastador. Esse é que é o adjetivo pior. Tem devastado as vidas e a evolução de multidões. (Tertúlia 0943; 0h:20m).

Pergunta. A gente pode dizer que Fidel, numa próxima vida, inevitavelmente ele deve ter que renascer em Cuba? Resposta (WV). Ele vai junto com a turma de Cuba. Ele está preso ao povo. O que manda, não é a geopolítica, é o grupo que ele massacrou. Pode ser que ele vá nascer talvez em Miami. Lá, tem a turma de Cuba, terrível! São os mais “brabos”, os mais aguerridos, os mais fortes e têm muito dinheiro. Eu já fui a Miami dezenas de vezes. A maior livraria, de livros mais caros e mais raros, é de cubanos. Tem livros que eu procurei na Europa, inclusive na Espanha e não achei e nessa livraria tem – agora, os preços são absurdos. Muitos, tem razão de ser o preço caro, porque são livros raros. Eu não sei se a livraria (ainda) existe porque já faz alguns anos que eu não apareço por lá. (Tertúlia 0943; 0h:26m).

Pergunta. «Acobertamento. Você não consegue esconder de si próprio a verdade sobre si mesmo: a autestima depende da vontade individual e esta qualifica o próprio humor consciencial» (Vieira, verbete Egocentrismo Compulsório). Eu queria entender melhor como a autestima depende da vontade individual. Pode explicar melhor isso? Resposta (WV). É a vontade que faz a sua autestima. Uma pessoa que não tem autestima tem uma vontade fraca. Vontade, é a maior força da pessoa. Então, é a autestima que determina se ela é boa, se é ruim, se é alta, se é forte, se ela ajuda a consciência ou não. É a vontade que qualifica o próprio humor consciencial. Por exemplo, uma pessoa que aparece no início da manhã de mau humor, ela tem uma vontade perturbada, ela tem uma doença da volição, uma patologia volitiva, da vontade. A vontade dela quer permanecer daquele jeito – porque não há decreto para ela ter bom ou mau humor, ninguém quer que ela tenha mau humor. Alguém aí gosta do mau humor das pessoas? Ninguém gosta disso. Se ela tem mau humor, a vontade dela é que gosta. Quem tem mau humor, antes de tudo, é masoquista, está se sacrificando, porque tudo é negativo em matéria de mau humor. Alguém aí quer defender o mau humor? (Tertúlia 0943; 0h:29m).

Pergunta. Essa frase que a Laura acabou de perguntar ((referência à frase exemplificativa de «Acobertamento»)), seria aquela ideia que você fala do amor próprio da pessoa contra ela mesma? Resposta (WV). O que é o egoísmo intricado, profundo, negativo e patológico? É a pessoa que se defende de uma maneira errada. Então, ela morde na língua. Isso tudo, até um certo ponto é um suicídio – é o chamado suicídio moral. Pergunta. E pode a pessoa, dentro dessa condição da baixa autoestima, desenvolver algum complexo de inferioridade, chegando ao ponto de ter auto estigma ou qualquer coisa assim? Resposta (WV). É o que tem mais. Mas tem uma coisa pior: o problema multissecular e multiexistencial. De uma vida passa para a outra e para a outra e para a outra e para a outra… e cria problema. Pode chegar a um ponto que aquilo dá um desequilíbrio mental. A pessoa fica com uma inconsciência ou, se você quiser, com uma confusão mental. E tem muita gente assim. Pelo processo das retrocognições, no futuro nós vamos ter a medicina estudando a pessoa de uma maneira milenar. As suas últimas dez vidas como é que foram? Quais os estigmas dessas vidas? A Consciencioterapia já está começando a fazer isso, em certos casos. Observa. À hora que chega uma pessoa, você vai ver: o processo patológico é deste corpo ou das vidas anteriores?;  ele é desta genética ou da sua paragenética extensa, holo, retro genética. Em certos casos, as pessoas vêm me perguntar: - “Você acha que isso que eu tenho é desta vida ou é de vidas anteriores?” Quando a pessoa faz essa pergunta, quase sempre é de vidas anteriores. Pergunta. Agora, não seria só voliciopatia. Acho que teria outras patias. Resposta (WV). Tudo caminha a partir da voliciopatia. A voliciopatia é a grande doença. A volição propriamente dita, é cura-tudo, ela é a terapêutica universal. Se a vontade da pessoa melhora, tudo melhora com ela. (...). A maior força da pessoa, a fortaleza, o poder, o domínio que ela pode ter, a maior autodisposição, é a vontade, é a volição. Um “negócio” com que eu sempre fui implicado é com aquela pessoa que fora do corpo não consegue fazer volitação, sendo que a pessoa pode. Porquê? Por causa da vontade dela.  Ela não consegue volitar dentro de uma comunidade extrafísica que permite a volitação – o holopensene lá é positivo, mas a pessoa não tem segurança. Igualzinho a uma pessoa que vai andar de bicicleta ou que vai patinar no gelo e tem medo de ficar em pé ou não consegue segurar a bicicleta em pé. É (pela) falta do ortopensene forte que (ela) não domina as reações neurológicas na hora em que está começando a patinar ou está começando a manobrar uma bicicleta. (Tertúlia 0943; 0h:32m). 

Pergunta. Que é que determina essa transmigração de grupos na Terra mesmo, na ressomática? Por exemplo, possivelmente você já comentou, desculpe, mas lá em Minas Gerais, tem muita gente da Europa - da França. O que é que determina essa transmigração? Resposta (WV). Uma coisa boa é você ver a turma da África, renascida em Salvador. Por aí você vai ver. O que determina, quase sempre, é a manipulação consciencial – escravatura, no caso da Baía. A escravatura é um tipo de manipulação avançado, mas existem as manipulações intermediárias. (Tertúlia 0943; 0h:38m).

Muita gente aqui viveu na Europa ((referência a vidas anteriores)). Alguns ainda têm um pé lá dentro, outros estão presos lá. Eu (WV) tenho amigos em diversos países da Europa que desejariam vir para cá, para Foz (mas) eles não podem sair. Eles mesmos vieram me perguntar se deviam vir e eu (disse que) não – cada um tem o seu problema. Não é “todo o mundo” que sai do seu país e vem para cá, como a Cristina. Agora, tem uns que saem indiretamente – é o caso da Katia. Eu mesmo, até um certo ponto sou de origem portuguesa. Nós temos que estudar essa raiz geopolítica. O que atrai é principalmente os problemas da interprisão grupocármica. Pergunta. Qual foi o primeiro fator que deslocou e atraiu o resto? Resposta (WV). Quase sempre é a necessidade de a pessoa executar alguma coisa, seja uma coisa nova, ou seja (para) equilibrar aquilo que ficou errado. O reequilíbrio é que é o processo da recuperação ou do reajuste. Muita gente consegue o reajuste numa vida só, outros ficam presos. Na geopolítica, uma coisa que você podia falar e estudar com (os alunos), é o processo da dromomania. A dromomania, até um certo ponto é positiva. E eu vivo dizendo que, dentro da Conscienciologia, “todo o mundo” é dromomaníaco, antes de mais nada. A itinerância, didática, pedagógica, do próprio Instituto, mostra o processo da dromomania. E ela é bem assistida. Isso tem que ser levado em consideração. (...). No Instituto, desde o início, eu falava: -”Quando uma pessoa é de outra cidade e veio para o Rio de Janeiro, está trabalhando connosco, quer ser professor e vai ser itinerante, seja homem ou seja mulher, jamais, jamais – olha a palavra que eu usava – jamais ela deve ir para penates, ou seja, para a terra dela, de onde ela saiu”. Nunca, no início, ela pode fazer isso. Ela só deve voltar para a terra dela para dar aula, quando ela for veterana. Porque senão, ela “dá com os burros na água” na maior parte do tempo. Ela quer mostrar que é vitoriosa, que vem por cima, e começa a  “descascar” aqueles que vão encontrar com ela. Eu vi isso, logo no início. Tentei cercear o processo e não adiantou. (...). Isso é uma subtileza. Estou te dando a subtileza para você começar a pensar como a geopolítica é importante. Eu já escrevi alguns verbetes falando de geopolítica sob vários aspetos. Isso tem muito material (porque) nas nossas vidas anteriores “todo o mundo” aqui, já viveu em muitos lugares. Isso confunde tudo. E tem o processo da interiorose, que a pessoa tem raízes, não sai dali, aquilo é inextirpável, ela lançou a âncora e não sai do porto, ela não vê o mar aberto, ela não enfrenta “a coisa”, ela está no porto e não quer sair. Sob certo aspeto. é a mesma coisa da síndrome do Kanguru. (Tertúlia 0943; 0h:40m). Pergunta. Vamos pensar na formação do Brasil, com as regiões e Estados, o pessoal da áfrica em Salvador e Baía, o Rio Grande do Sul como o senhor já comentou, com muita gente da América do Sul. Quais são os critérios que os evoluciólogos estabelecem para isso? Resposta (WV). Tudo o que possa acabar com o temperamento “nacionaleiro”. O “nacionaleiro” é a pior coisa que tem. O nacionalismo, até um certo ponto é negativíssimo. Quando a pessoa começa a combater o nacionalismo, é preciso “abrir o olho” (para ver) se ela ainda é “nacionaleira” num ponto pior. Há hora em que o Che Guevara sai da Argentina, vai para Cuba e depois volta para a Bolívia, tudo para fazer revolução – até à África ele foi – isso mostra que o “nacionaleiro” perturbou tudo. Ele sai de um país, para piorar o outro – levar trabuco, levar a bala, levar o canhão. Isso é uma coisa terrível. (Tertúlia 0943; 0h:45m). Pergunta. A mola propulsora da colonização do Brasil foi económica. Num determinado momento vieram os italianos, os japoneses, e tal. Mas como é que é o dedo do evoluciólogo? Eu quero saber como é do ponto de vista da para-história. Intrafisicamente, o olhar é mais econômico, mas com é do ponto de vista grupocármico? O que é que está por trás dessas directrizes? Resposta (WV). É o domínio da grupocarmalidade muito acendrado. Você sabe, tem aquela “turma” do Espírito Santo que está aí, não sei há quantos anos e não se imiscuem com os outros. E tem os judeus que estão em qualquer lugar e não se imiscuem com sociedade nenhuma. Na hora em que o “negócio” piora eles caem fora. Há pessoas que não se misturam. Lá no fundo, isso é o orgulho acendrado, escondido, que não se revela. Num caso desses, o processo da geopolítica é secundário. A coisa mais séria é a megafraternidade. Quando entra a megafraternidade, localização é besteira. Por exemplo, falar que uma etnia é maior do que a outra, falar que uma raça é maior do que a outra, isso é loucura, isso é patologia. Ou falar que um sexo é superior a outro, também é loucura. O que nós devemos lembrar é a megafraternidade. Seja no corpo de homem ou de mulher. Seja de homosexual, seja neste país ou naquele, nesta cidade ou naquela, com poluição ou sem poluição, é preciso ver qual a ficha da pessoa, qual o registro dela. É lógico que o povo mais inteligente vai procurar um lugar sem muita poluição, um lugar que não tenha ditadura, um lugar em que possa se manifestar com liberdade para ajudar as outras pessoas, um local em que possa fazer assistência com liberdade maior. Tem muito lugar onde não permitem fazer assistência aos outros. Eu mesmo já estive em lugar em que saí “de fininho”, porque não estava agradando. Foi o caso da minha amiga que estudou os exames complementares de Ginecologia nos Estados Unidos, chegou a S. Paulo e tudo quanto era colega dela, médico, foi tudo contra. Ela ia ajudar “todo o mundo” mas ela voltou para os Estados Unidos porque o Brasil ainda não estava maduro para aquele nível de medicina, na década de sessenta. Ela foi para os Estados Unidos e nunca mais voltou aqui. Tinha um “negócio” pior, no caso dela: ela era mulher. Mulher, no meio de um monte de homem, em qualquer profissão, ainda tem muito preconceito e muita pressão em cima dela. Os exames que ela fazia ajudavam a prevenir o câncer – ela estava super avançada naquilo. Estudou durante muito tempo, veio com a corda toda… me deu uma pena danada. Ela falou assim: -”Waldo, todas as portas se fecham para mim”. Naquela ocasião, S. Paulo era o top de medicina, em matéria de ginecologia. E eu mesmo falei com ela: -”Volta, eles não merecem você aqui, com todo o estudo que você tem”. Ela fazia exame complementar. Até hoje, exame complementar é problemático. Há exames que não fazem aqui em Foz. Eu fui a Belo Horizonte por causa disso e já fui a Cascavel por causa disso, porque aqui não tem (aparelhos). O melhor da história: eu conversei com o Dr. Bastos lá em Cascavel (e perguntei) porque é que ele não monta uma filial do seu instituto em Foz. Ele (respondeu): -”Ninguém me convidou”. Porque ele sabe que tem as brigas do negócio… tem que (ter) o convite… a máfia de branco está por trás de tudo isso… violenta! Em Cascavel tem uma máfia de branco: tem dois partidos de medicina, lá. (Tertúlia 0943; 0h:46m).

Pergunta. Falando dos seguidores e admiradores do Fidel Castro e do Che Guevara, é possível que o conhecimento e vivência do paradigma consciencial, mais especificamente, a multidimensionalidade e a multiexistencialidade, possam contribuir para as consciências perceberem, dentre outras coisas, o valor da vida, da interdependência e se afastarem dessas linhas belicistas? Resposta (WV). Eu acho que é uma saída. O problema, é que, quando essas pessoas são muito fanáticas dentro do processo político, elas bloqueiam tudo, elas ficam como se fossem blindadas em matéria de ideia. Como diziam lá em Minas Gerais, a pessoa não tem um cérebro de massa cinzenta na caixa craniana, ela tem um granito. Então, isso é problemático, ela não permite que entre nada de ideia nova. É o do apriorismo, da interiorose, do conservantismo, do conservadorismo muito grande. Não há dúvida que isso tudo melhora ((referência ao paradigma consciencial)) mas o ideal é, quando a pessoa permite, mexer com a energia do energossoma dela. Não precisa nem encostar na pessoa. Fazer um arco voltaico nela, até que uma hora ela vai sentir a energia. Porque chega a um certo ponto que você tira os bloqueios daquela energia carregada que está blindando e bloqueando tudo. Ela desencapsula, quer dizer, ela sai da cápsula. Na hora em que acontece uma situação dessas, ela vai ver que tem mais alguma coisa que não é sugestão, nem hipnose, nem emoção, nem fantasia. Isso demora um pouco mas a gente tem que insistir. (Tertúlia 0943; 0h:52m).

Pergunta. Na Definologia «O egocentrismo compulsório é a qualidade, condição, estado ou caráter do percentual inevitável de egoísmo da consciência, homem ou mulher, conscin ou consciex, ou o conjunto de atitudes ou comportamentos indicando viver a personalidade evolutiva, sem exceção, subordinada a princípios evolutivos essenciais, determinantes, insubstituíveis e inafastáveis, neste caso sem relação direta com qualquer manifestação egocêntrica patológica do próprio ego» (Vieira, verbete Egocentrismo Compulsório), o professor fala do  percentual inevitável de egoísmo da consciência. Esse percentual, significa que o egocentrismo compulsório muda, à medida em que a pessoa vai evoluindo? Resposta (WV). Não é que muda. É lógico que muda tudo, porque a pessoa muda, com o passar do tempo. Mas a pessoa é que muda o modo de tratar a si mesma. Ela muda as definições sobre o egão que ela tem. Por exemplo, a sobrevivência do mais apto, a lei da própria evoluciologia, é inevitável. Uma criança, precisa de se prevenir, senão ela risca um fósforo e se queima toda. Ela tem de saber que aquilo queima. Isso é a sobrevivência do mais apto e é um processo egóico também, de egocentrismo infantil, mas positivo.  O egocentrismo infantil, em muitos casos, é positivo. Agora, quando o egocentrismo infantil permanece na pessoa adulta, já é patológico. Pergunta. Na definição, lá no final, o professor coloca que isso seria «sem relação direta com qualquer manifestação egocêntrica patológica do próprio ego». Então, para eu entender melhor (e voltando à) primeira pergunta do percentual, na escala evolutiva esse percentual mudaria na medida em que a gente for analisar as personalidades? Resposta (WV). O teleguiado autocrítico não pensa mais no egão dele. Ele está só pensando nos assistidos. Ele tem que se dissolver nesses assistidos, ele tem que se doar nesses assistidos, ele tem que diluir todo o interesse dele em favor dos outros. Muda tudo. A tenepes é baseada nisso. A pessoa só evolui na tenepes se ela conseguir começar a se desmembrar, a se diluir, a se dissolver na humanidade. Isso é que é o ideal. Pergunta. Então, a gente pode dizer que existe um fim, para esse contexto do egocentrismo compulsório, ou não? Resposta (WV). Existe um fim, até para o psicossoma. Então por aí você tem uma ideia de como o “negócio” é muito mais profundo e abrangente. O egocentrismo compulsório é importantíssimo para nós, ainda. (Tertúlia 0943; 0h:57m).

Pergunta. Eu havia entendido a questão do egocentrismo compulsório em termos de qualidade. Numa consciência menos evoluída, o egocentrismo seria manifestado a partir dos instintos e na mais evoluída a partir da inteligência evolutiva. Resposta (WV). Vamos entender uma coisa. O serenão vem aqui, num corpo. Ele não vai ter que se defender de uma porção de coisas para poder sobreviver aqui? Olha o egocentrismo compulsório do serenão! Isso é inevitável. Nesta dimensão, não tem saída. Senão, ele não sobrevive. E a sobrevivência do mais apto, a sobrevivência inteligente? Há pessoas que tem uma sobrevivência ignorante: ela morre logo. Uma pessoa, por exemplo, que começa a fumar, que usa cocaína, mostra que não tem nenhuma noção de sobrevivência. Ela não liga para o próprio corpo. Pergunta. O que eu havia entendido era isso. A menos evoluída, seria mais baseada no instinto. Resposta (WV). Tem mais instinto aquela que é menos evoluída. Você não está errado, está tudo certo. Mas isso convive com a mesma ideia que nós estamos dando. É a mesma situação. (...). À hora em que uma pessoa começa a praticar a tenepes, ela se dilui, dentro do processo. Tudo isso fica secundário. Vai chegar a um ponto que a consciência não quer nem saber da palavra egoísmo ou egocentrismo. Ela quer riscar isso tudo do mapa. Com isso, ela vai começar a pensar em altruísmo, megafraternidade, universalismo, holofilosofia, paradireito, cosmoética. Vamos estudar Cosmoeticologia. (...). Numa dupla, existe o egocentrismo do homem e existe o egocentrismo também da mulher. Pode ser o infantil, o adulto, tudo o que você queira – uma dupla é assim – mas o compulsório continua. Se uma mulher não tiver egocentrismo compulsório para se compor, para se arrumar, olhar o modo de falar, examinar o seu vocabulário, como é que ela vai viver bem com o homem dela? Estou falando de mulher – mulher é que olha mais o processo de vaidade, que sabe sobreviver com isso, que sabe que ela tem que ter uma apresentação que tem que ser muito mais aprimorada e exigida pela sociedade, do que o homem. Se numa dupla evolutiva é assim, o que é que não é? Tudo é. Nós precisamos estudar o egocentrismo compulsório com mais detalhes, refletir sobre esse assunto e não confundir a compulsoriedade positiva dele com o egoísmo infantil do adulto. Olha lá a Antonimologia: egocentrismo adulto; antiegocentrismo; antiegoísmo; altruísmo; desapegamento; desapego; desprendimento; abnegantismo; filantropia; alocentrismo; proximismo; assistenciologia; renúncia; renunciação; misantropia; voluntariado. Tudo isso é para a pessoa pensar. Olha só o universo amplo e diversificado dessas proposições. Este verbete, é um dos que nós precisamos mais, no entanto, ele é suave. (Tertúlia 0943; 1h:01m). Pergunta. Professor, nessa ideia de diluição que você estava falando da pessoa se dissolver, se diluir, à medida em que vai...   Resposta (WV). O egão dela é que se dissolve, mas ela continua cada vez mais viva, mais alerta. Pergunta. Quando ela tem uma expansão de consciência, uma cosmoconsciência, o senhor comentou que é bobagem no orientalismo eles acharem que se dissolve porque ela vai continuar existindo como individualidade. Resposta (WV). Vai. Não existe isso. Ela nunca perde a personalidade, a independência e a individualização. Esse egocentrismo compulsório é a maior demonstração de individualização de uma personalidade. Agora, a pessoa dilui os erros dela. Ela acabou com aquilo, ela dissolveu as errâncias, aquela tríade da erronia ((referência a: omissão deficitária, engano óbvio e erro)). Então, a personalidade está cada vez mais lúcida e cada vez (mais) sobrepairando aquele oceano pacífico imenso, aquele espaço sideral cheio de egocentrismo – tudo isso desapareceu. É isso que eu quero dizer. Conclusão: toda a vez que você esquecer o seu egoísmo, você aumenta a sua lucidez. (...).  Uma boa parte das pessoas não sabe que o orgulho deriva do egoísmo. Tem gente que acha que o orgulho é superior ao egoísmo e não é. O egoísmo é a mãe de todas as guerras evolutivas da pessoa.  (Tertúlia 0943; 1h:06m).

Pergunta. Em relação ao «paradoxo do egocentrismo centralizado e descentralizado», eu queria um exemplo do egocentrismo descentralizado. Resposta (WV). O seu egoísmo é centralizado ou descentralizado? Existe um preceito que vem da antiguidade, que é o seguinte: há pessoas que são egoistas mas costumam contagiar as pessoas próximas com o seu egoísmo. O egoísmo delas é tão grande que só elas defenderem a si mesmas é pouco. Uma mãe que é superptrotetora descentraliza o egocentrismo dela, negativamente, em cima da sua produção: - “Este saiu no meu útero, é uma continuação, é um corpo que eu estou deixando funcionar fora de mim, quem manda nesse motor, a consciência que está aí fora, sou eu. Eu criei esse corpo, essa consciência não se manifestaria sem mim”. Isso é uma mãe superprotetora. No entanto, a mãe é considerada a rainha de todas as afeições interfamiliares. E tem aquela baboseira, a platitude e a pieguice natural do processo da maternidade, da maternagem excessiva, burra… mas nós precisamos da maternidade. Ninguém pode viver sem isso. Então, que é que você acha da centralização e da descentralização (do egocentrismo)? (Tertúlia 0943; 1h:10m).

Pergunta. Gostaria de partilhar minhas experiências dessa semana aqui na clínica. Fiz oito grupos terapêuticos e de psicoeducação com os pacientes internos e de clínica dia e só utilizei a temática da Conscienciologia. Por exemplo: síndrome de satélite; amor deslocado; acabativa e murismo. O impacto é muito grande. (…). O que está acontecendo, em sua opinião? Em que posso melhorar as temáticas? Resposta (WV). Este é um amigo meu que cuida principalmente de clínica com toxicômanos e outras coisas mais ((contextualiza o professor)). Você deve fazer o seguinte: procurar especificar cada vez mais as temáticas, de acordo com o perfil do necessitado. E na hora em que você está mexendo com grupos, ter muito cuidado com isso, porque não existem grupos homogéneos dentro da patologia, aí – sempre tem um grupo heterogéneo. Então, arranjar uma temática que sirva para todos, é muito difícil. De modo que, procure fazer cada coisa, específica, de acordo com a pessoa. E não queira dar uma marretada em “todo o mundo” que (isso) não resolve nada. Tem é que esclarecer, com calma e ver, especificamente, cada caso, de per si.  Não há dúvida que tem certos assuntos que você pode usar, de modo geral. Isso ajuda, mas não pode pegar esses temas e usar como se fossem um tacape para bater na cabeça de “todo o mundo”. Tem que ponderar isso com calma. Você já tem muita experiência disso, são muitos anos trabalhando, você sabe. Seria bom você ver, com calma, todos os temas que nós já trouxemos à tertúlia.  No dia de hoje, nós já estamos com 943 temas. Tem muitos parecidos, mas eles são diferentes. Então, você pode atender 900 companheiros, com esses temas. Vale a pena pensar. E outra coisa: geralmente essas pessoas, lá, são muito inteligentes. Não pode menosprezar ou minimizar a inteligência dos outros, num caso desses. Só porque uma pessoa está em tratamento, está numa síndrome de abstinência ou alguma coisa nesse sentido, não quer dizer nada. Às vezes, o próprio tóxico estimula temporariamente a agudez e acuidade da pessoa. Pense nisso. (Tertúlia 0943; 1h:14m).

Pergunta. Já conversei com estalinistas, fidelistas e até hitleristas. Todos negam as matanças e até o holocausto. E essa gente acredita nisso. Poderia analisar isso dentro do egocentrismo compulsório, por favor? Resposta (WV). Isso não é egocentrismo  compulsório. Na minha terra, o nome disso é amaurose – uma cegueira dentro do processo emocional.  Essa pessoa sofre, dentro da psicossomatologia, ou seja, da psicossomapatia. Ela tem doença das emoções e geralmente é um processo derivado da política. Então, é também um processo sociológico. (Tertúlia 0943; 1h:17m).

Pergunta. Existir no seio do cosmos é necessariamente sinónimo de egocentrismo compulsório? Resposta (WV). Sim, até um certo ponto. Pergunta. E, paradoxalmente, quanto mais a consciência evolui, ela também não se torna mais egocêntrica compulsoriamente devido à personalíssima realidade íntima de si mesma? Resposta (WV). Sim, mas ela jamais vai ofender os outros com o ego dela. Ela vai ajudar cada vez mais. Ela vai dissolver o próprio ego para ajudar os outros. Então, isso, cosmoeticamente, só pode ajudar a pessoa. Agora... que ela vai conhecer cada vez mais a si mesma, não há dúvida, pelo seguinte: quanto mais evoluída seja a personalidade, mais entendimento de si mesma ela tem. Então, mais personalismo ela é, ou ela vive, ou ela exemplifica. É um personalismo diluído, é a megafraternidade. Muda tudo. No início dos nossos trabalhos no Instituto, eu perguntava sempre: -”Você quer ser um burro super feliz ou um sábio infeliz? E o povo (respondia): - ‘burro feliz’!”. As pessoas às vezes fazem uma abordagem, uma escolha, uma seletividade, uma opção, uma alternativa totalmente “furada” porque não há um raciocínio de cosmovisão – há um raciocínio de monovisão, no caso, totalmente patológico, amaurótico – eles são ceguetas, eles não enxergam bem. (...). As pessoas querem ver o momento – isso é o hedonismo, o princípio hedonístico. É o pão e circo que o povo quer, samba e futebol e também as Olimpíadas. São as piadas da própria vida. (Tertúlia 0943; 1h:18m).

Pergunta. Não seria o serenão o egocêntrico compulsório mor no exercício do seu anonimato? Resposta (WV). Sim, mas (já não tem) egocentrismo. Ele se esconde para ajudar as pessoas, para não humilhar nem (a mim) nem a você, por exemplo, com toda a sabedoria e ao jeitão dele. Então ele vem devagar (porque) um sol muito grande pode cegar aquela pessoa que não está boa da retina. A sua retina está bem focada, ou ela está deslocada? (Tertúlia 0943; 1h:20m).

Pergunta. Gostaria que falasse um pouco mais sobre autoreciclagens e a saída das interprisões grupocármicas. Resposta (WV). Eu vejo que a saída (das interprisões grupocármicas) é a gente reconhecer a tríade da erronia. Eu quero lembrar para todos esses que estão perguntando sobre o assunto (que devem ver) o verbete Tríade da erronia: erro, engano e omissão. São coisas diferentes, mas todas todos criam problema para a gente. Desses, o que tem mais atenuante é o engano e o que faz mais mal é o erro autoconsciente. A omissão, às vezes pode ser maior do que um erro mas não necessariamente. (Tertúlia 0943; 1h:22m).

Pergunta. Você pode definir a Egologia e a Egocarmologia? Resposta (WV). A Egologia é o estudo puro do ego, sob todas as nuances e todas as instâncias que dizem respeito à consciência – ao ego. A Egocarmalogia é a hora em que o ego vai funcionar em relação com o cosmos e principalmente com as companhias evolutivas – os compassageiros e compassageiras evolutivos – vai estudar tudo, desde o inicio do princípio do começo para partir para a grupocarmologia. Depois, tem a Policarmologia. Tudo isso é o holocarma da pessoa. A Egologia, é o estudo da consciência em si – esquece o resto – só ela. Veja como é que ela é intraconsciencialmente. A Egologia é que estuda, lá no fundo, a recin. Já a Egocarmologia estuda, lá no fundo, a recex. Eu acho que isso clareia bem a cabeça. Tem uma lógica danada. Então veja: a gente que analisar bem as palavras. A semântica, às vezes pode embaraçar mais do que clarear. Por isso eu traduzo tudo, explico tudo, dou a batopensenidade ((referência ao ato de “bater” em determinado conceito até o mesmo ser apreendido)) positiva, sinônimos… é o jeito. Pergunta. A Egologia seria uma faceta da Conscienciologia, ou seria sinónimo da Conscienciologia? Resposta (WV). Pode ser sinónimo se você analisar a consciência em si, só ela. Por exemplo, a intraconscienciologia seria a Egologia. (Tertúlia 0943; 1h:27m).

A pessoa que pede a mensagem induzindo a resposta, quer ir à consciencioterapia para “todo o mundo” estar de acordo com aquilo que ela pensa. Se ele é doente mental, (ele quer que) na consciencioterapia eles (falem) para ele: -”Você não é doente mental, você é uma pessoa mais sadia do que eu”. É isso que “todo o mundo” quer – e não é assim. Quanto mais a pessoa é psicopata, mais ela acha que o mundo é psicopata e ela é sadia. Isso é a regra. Quando a pessoa é assim, ela ainda não encarou a patologia que ela tem. (...). (Um caso ainda pior é o da) pessoa que chega para mim e fala: -”Professor Waldo, eu estou seguindo aquilo que o senhor falou, estou fazendo a psicoterapia, mas veja: o primo Anacleto me telefonou ontem e eu tenho que ir lá”. Aí, eu (WV) digo assim: -”Qual é o caso do Anacleto? É dinheiro? A gente manda para ele.” Aí a pessoa fica vermelha, amarela, roxa, pálida... Ele está numa situação tão precária que já arranjou uma saída e já me envolveu com a saída dele – quer me tapear com aquilo! Aí eu falo assim: -”Eu não nasci ontem. Eu não nasci de barba, ela cresceu através das décadas.” Quase sempre (a pessoa deste exemplo) é um homem. Eu já ouvi dezenas de casos e estou preparado para os próximos. (...).  A pessoa não quer análise, não quer conhecer a realidade dela. (Tertúlia 0943; 1h:30m).

Se uma pessoa entrou no ostracismo, a culpa de quem é? Dela. Se uma pessoa tem automimese, a gente tem que perguntar se as automimeses são positivas ou são dispensáveis? Como é que são? Tudo isso tem que ser comparado com o egocentrismo compulsório. O ostracismo, na maioria dos casos, é fruto da ingerência ou da má administração da própria vida. Pessoas que perdem a fama, pessoas que se excluem e psicóticos que são pop stars. (Tertúlia 0943; 1h:35m).

O Brasil foi o último país a decretar a liberdade e acabar com a escravatura, mas foi sem briga. Nos Estados Unidos, foi na base da briga. Morreu um monte de gente na guerra de secessão. Na Argentina foi pior: eles acabaram com a escravatura matando “todo o mundo”. Por isso lá ainda tem um processo muito grande (de discriminação racista). (Tertúlia 0943; 1h:41m).

Pergunta. Professor Waldo, eu queria entender um pouco mais a relação do ego com a assistência. Vê se está correta a forma como eu pensei: à medida em que (você) se estrutura e se vai fortalecendo em termos de princípios cosmoéticos, de código pessoal de cosmoética e desse movimento de poder criar a ponte de fraternidade com o outro, você preserva essas características individuais, egóicas, só que você está ao serviço de uma coisa maior. É isso? Resposta (WV). É. Se você não tiver preservação do seu ego, você não tem nenhum valor para fazer assistência. Você tem primeiro que conhecer você, para você entender o outro. Tudo o que nós fazemos é um processo de espelho: você se reflete nos outros. Uma pessoa, por exemplo, que começa a fazer uma assistência aberta, bem clara, ela está se refletindo nos outros. Então, ela começa a ver nas outras pessoas, todos os defeitos que ela tinha, que ela conservava até há pouco tempo. Então, ela procura amainar aquilo que o outro tem porque ela já conseguiu superar aquilo. Por isso eu falo que na questão da interassistencialidade, quem é menos doente ajuda o mais doente. O menos doente, já sabe que superou a doença que o outro ainda tem. Isso é o máximo, para clarear qual é a lucidez, a hiperacuidade das pessoas. Por exemplo: essas coisas em que eu insisto, quando eu não mudo de opinião, às vezes com dureza, (é porque) eu já passei por isso e às vezes ainda, se não tiver cuidado, escorrego. Pergunta. É na dinâmica da relação com o outro, que você tem afinidade com as pessoas que te procuram na assistência? Resposta (WV). Sim. Sempre você tem afinidade com “todo o mundo”, o que varia é a intensidade dessa afinidade. (Tertúlia 0943; 1h:43m).

Pergunta. A gente pode colocar egocentrismo produtivo e egocentrismo virtuoso como sendo a condição de mini-peça? Resposta (WV). Sim. Um sinônimo para egocentrismo produtivo seria altruísmo. (...). Isso aqui é uma subtileza, mas nós precisamos de tocar nesse assunto. Inclusive, o Enumerador me falou nisso, já há algum tempo. Isto afeta “todo o mundo”. Tem um monte de gente na universidade que nunca pensou no egocentrismo compulsório. A tendência das pessoas é não ter o erro lógico: ou é dois, ou é três, ou é quatro. Tudo é definido, não tem meio termo, não há dois e meio, não há três e meio, não há quatro e meio… e a vida não é assim. Aí é que entram as nuances, o processo da consciência poliédrica. A gente tem que chamar a atenção para essas facetas do poliédrico, na Conscienciologia. Quantas ideias eu já trouxe aqui que você nunca estudou na Psicologia? No entanto eles na Psicologia repetem certas coisas e fica cada besteira… por exemplo, você quer coisa pior do que do que o skinnerismo – o pragmatismo absoluto da conduta? (Tertúlia 0943; 1h:46m).

Pergunta. Qual é o limite para a autopercepção de que a pessoa está extrapolando o egocentrismo compulsório? Resposta (WV). À hora em que ela não tem mais mãos a medir para assistir os outros. Ela começa a praticar a tenepes e a gaveta fica cheia em dias. Isso mostra que ela está saindo disso, porque ninguém vai procurar uma pessoa que seja egoísta demais. Por exemplo, você não vai pedir dinheiro emprestado a uma pessoa dessas, não vai dar uma facada econômica a uma pessoa dessas, de modo algum. Então, se você está procurando, é porque a pessoa está começando a sair disso. Tem lógica? Vê quantos te procuraram na semana passada ((gracejando)). O caminho é esse. A melhor coisa que tem na evolução é a hora em que você não procura, você é procurado – sem fama, sem “paulo coelhismo” ((referência ao escritor brasileiro Paulo Coelho)), sem promoção “jesuina” ((referência a Jesus Cristo)), sem nada – uma coisa espontânea. Isso é a cosmovisão de um processo seríssimo: a verbaciologia. Se a verbaciologia vem, ela se instala e com o passar do tempo ela fica. Quem usa mais a verbaciologia é o serenão. O serenão não fala, nem o que ele fez, nem o que ele vai fazer, nem nada – ele só ajuda, em silêncio. O povo pensa que um acontecimento é “da natureza” mas atrás dessa natureza tem um serenão – o serenão é o ponto, atrás dos bastidores. (Tertúlia 0943; 1h:48m).

Pergunta. Porque é que a CCCI tem se dedicado tanto no entendimento da obra de Balzac? O senhor pode falar qual a relação do Balzac com a Conscienciologia, hoje? Resposta (WV). Até um certo ponto, é para mexer com esses jovens, igual a você, que ficam com “coteveloma” enorme porque ainda não escreveram os livros que o Balzac escreveu. Eu estou falando para um amigo meu ((dirigindo-se à plateia)). Estou esperando o seu livro. Leia alguns dos livros do Balzac, que você vai se inspirar para fazer a sua obra-prima. Vem para o curso ((referência ao curso Heterocrítica de Obra Útil)) e vem com todo o seu arsenal, todos os seus canhões e bombas atômicas contra o Balzac (...). Prepare-se para vir que nós queremos te esperar aqui, companheiro. Você é fora-de-série, eu te conheço há muitos anos. Você está entrando na adultidade agora, você (já não é) jovem, tem que enfrentar isso. (Tertúlia 0943; 1h:52m).

A dissecção do subjetivismo pessoal é você começar a diminuir o seu subjetivismo egóico, caminhando para uma intraconsciencialidade autoconsciente. Está claro? Intraconsciencialidade autoconsciente é diferente subjetivismo egóico. Uma pessoa que é muito egocêntrica tem um subjetivismo imenso e falta objetividade na vida dela. (Tertúlia 0943; 1h:55m).

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