Tertúlia 0943, Egocentrismo Compulsório, YouTube, canal
Consciustube, https://www.youtube.com/watch?v=Mqizp0-pEy4,
publicado em 19 de novembro de 2011.
Pergunta. Você costuma
recomendar para as pessoas não irem a S. Paulo por causa da poluição, mas a
cidade proporciona ótimas oportunidades de aprendizado e pesquisa e possui um
holopensene focado no trabalho e na dedicação. Resposta (WV). Eu também acho. Agora, tem um
lugar melhor. O nome que eu chamo é baratrosfera. É muito bom você ir, porque
você pode ajudar muita gente lá. Pergunta. Atualmente moro no distrito federal que tem a melhor
renda per capita e oferece uma das melhores qualidades de vida do país. Mas em compensação,
o holopensene é focado no poder, na corrupção e na lei do menor esforço. Resposta (WV). De pleno
acordo. Pergunta. Qual,
das duas cidades, seria mais propícia para acelerar nossa evolução? Resposta (WV). Nem uma, nem
outra. Por isso a gente veio para Foz de Iguaçu. O ideal para se viver é uma
cidade média e não uma metrópole. Pergunta. Na escolha do local onde morar, qual o critério de
levar mais em conta? O intrafísico ou o extrafísico? Resposta (WV). Ambos. A pessoa tem que escolher
as coisas, pensar muito, de acordo com a necessidade dela. Se por exemplo, uma
pessoa tem um grupocarma extenso dentro da família nuclear, ela tem que pensar
bem quais são as responsabilidades que ela tem de dependentes dentro da
família. Isso aí pode influir na questão do local, quanto tempo ela deve ficar
lá ou não, enfim, examinar cada caso. Mas a cidade média é uma solução
inteligente. Eu estive no México, há muito tempo, na década de sessenta e
setenta. Fui lá duas vezes para fazer pesquisa e dar curso. Mas depois, eu
falei assim: -”Eu não venho mais aqui. Quem quiser pode me procurar”. Porque eu
não estaria vivo se permanecesse lá. (...). Que é que adianta uma pessoa evitar
tudo quanto é tóxico – de fumar, de beber, de comer – e ficar num lugar desses?
Eu seria incoerente comigo mesmo se ficasse nisso. Na década de sessenta me
convidaram para ser um dos diretores de uma grande empresa no Brasil. Eu
recusei. Não quis, porque eu teria que morar em S. Paulo. Houve um período em
que eu tinha casa em S. Paulo. Eu ia lá quase todas as semanas: ia e voltava,
para fazer pesquisa. Chegou a um ponto que eu cortei e nunca mais apareci lá. A
última vez que eu desci lá, eu desci com uma máscara entre um aeroporto e
outro. (...). Em S. Paulo, se você põe uma máscara, “todo o mundo” fica de olho
em você. Eu acho que lá, conforme o dia, o prefeito devia dar uma máscara para
cada pessoa. Isso ia melhorar muito as despesas do governo dele. Esses
políticos são cabeça curta. Se der uma máscara, evita gastos na saúde. A
profilaxia devia ser feita. Os jornais hoje já publicam na primeira página as
fotografias pretas de S. Paulo, aquelas em que a poluição não deixa ver os
contornos da paisagem. Mas ninguém toma providência de nada. Pelo contrário,
cada vez aumenta mais. (Tertúlia
0943; 0h:04m).
Existe alguma
relação, pequena ou grande, entre egocentrismo compulsório, temperamento e
cláusula pétrea? Resposta
(WV). O temperamento tem relação com tudo de uma personalidade. Cláusula
pétrea tem relação com “todo o mundo” que tem alguma programação existencial
definida através do curso intermissivo.
O egocentrismo compulsório, a pessoa tem que enfrentar
(inevitavelmente). Então, para executar bem a programação existencial ou para a
pessoa melhorar o temperamento dela, se ela conseguir entender um pouco mais a
si mesma através do esclarecimento do próprio egocentrismo compulsório em si
mesma, na sua vida, isso ajuda demais. (Tertúlia 0943; 0h:13m).
Pergunta. Poderia comentar
“a saída das interprisões grupocármicas” no contexto do verbete de hoje? Resposta (WV). As
interprisões: é necessário que a pessoa estude a posição dela, principalmente a
partir da família nuclear, a família consanguínea, a árvore genealógica dela e
ver o que é que resta ali de compromissos, de deveres, de obrigações que ela
tenha para com pessoas e principalmente com os dependentes da família. Nós
temos que ver (como) o egocentrismo compulsório ainda está atuando na nossa
vida para ver como é que nós podemos ficar livres (das interprisões
grupocarmicas) – é disso que eu quero chamar a atenção. Seria bom, o nosso
amigo estudar essa saída das interprisões com as 15 condições relevantes
(enumeradas na Caracteriologia do verbete) Egocentrismo compulsório. (Tertúlia 0943; 0h:14m).
Pergunta. Qual a melhor
postura para o homem ou mulher no exercício do egocentrismo compulsório na
convivialidade cosmoética no seio da família nuclear? Resposta (WV). É isso aí que nós estamos
falando. É a pessoa ver quais são os deveres, obrigações, condições e
dependências que a pessoa ainda alimenta perante esses elementos do grupo
evolutivo. É necessário ver, para ela não desprezar. Porque, se uma pessoa não
se dá bem com os seus familiares, como é que vai se dar bem com o resto da
humanidade? É como aquele princípio da conscienciologia: se uma pessoa não
domina bem o corpo humano – por exemplo ela fuma e fica presa ao “negócio“ de
fumar, que é uma coisa tão banal, besta e no entanto tão prejudicial e
patológico –, como é que ela vai consertar ou dominar bem os outros veículos de
manifestação? Para dominar o holossoma, é necessário que a pessoa mostre que
ela já domina alguma coisa do soma. Senão, como é que fica, perante o
energossoma, psicossoma e mentalsoma, que são mais complexos, mais difíceis (de
dominar)? Outra coisa: se uma pessoa não arranja uma dupla evolutiva e não
consegue viver com a dupla evolutiva, ela mostra que nem uma passarela para uma
comunidade maior ela consegue passar – (se) ela não faz uma ponte com a
humanidade através de outra pessoa, como é que ela vai ter contato com os
milhões de consciências do seu grupo evolutivo? Então, vocês estão vendo que às
vezes, uma pequena observação, mostra um processo de unidade de medida e de
trabalho do resto daquela observação. É o soma no holossoma. É a dupla
evolutiva, perante a humanidade. É o processo do egocentrismo compulsório que
nós estamos estudando aqui hoje, em relação ao egocentrismo infantil, adulto e
patológico. Então, uma pessoa, se estudar bem o egocentrismo compulsório, vai
começar a ver do que é que ela deve se defender e o que é que ela tem que doar,
abrir mão, fazer interassistencialidade. Por isso nós estamos enfatizando esse
tema dentro da Egologia. Egologia é o estudo da Conscienciologia, mas radicado
ao processo do egão. O que tem mais nesta vida, nesta dimensão, são os egões e
os umbigões e a gente tem que explicitar isso. Ninguém pode fugir do ego. O ego
faz parte da própria pessoa. Nós temos é que interpretar se o nosso ego está
quebrado ou se está inteiriço; se ele ´patológico ou se ele é homeostático. (Tertúlia 0943; 0h:15m).
Pergunta. Você poderia
aprofundar mais o conceito da descoberta da autovivência da
interassistencialidade teática? Resposta
(WV). A maioria das pessoas, se são egocêntricas, mas infantis, mesmo
quando adultas, elas ainda não descobriram a interassistencialidade. Uma pessoa
que é egocentrista ou egocêntrica ou que é egoísta, ou que exalta demais o
egão, não tem interassistencialidade. A interassistencialidade é a ideia de
você se doar. Então, você se dilui, dentro do processo da humanidade, fazendo
assistência. No caso, o que a gente quer significar, é justamente isso. Pode
estar certo de que muita gente vai ler (isto) e vai começar a descobrir o seu
próprio egoísmo – e é isso que a gente quer. Agora, vocês já notaram que o tema
central (do verbete) é neutro – porque tem gente que (usa isto) para servir de
arma contra os outros. Tem gente que estuda no orientalismo e diz: -”Eu não
posso fazer essa assistência que você fala, senão eu vou arranjar um carma
muito pesado”. Aí, a pessoa “não põe a mão na massa” do processo da
assistência. Então ela tem que entender até que ponto ou até que limite o
egocentrismo compulsório chega e onde é que ele acaba e começa o egoísmo
grandão que já (trazemos) há milénios. Agora veja: porque é que existe
egocentrismo? Se não fosse o egocentrismo, nós não estaríamos vivos, não daria
para viver nesta dimensão, devido ao problema da sobrevivência do mais apto, do
que se defende mais. Se eu não me defendesse, as doenças, os acidentes e a
poluição, já tinham acabado comigo. Poluição é uma coisa nova na Terra. Em
vidas anteriores nossas, a gente não cogitava disso. A Ecologia, praticamente
foi fundada na era moderna. O homem começou a fazer cocó intelectual. Então
veio a tecnologia da guerra, a bomba atómica… os cocós intelectuais. Eu tenho
um amigo meu que já falava em 1945 que as guerras, antes, não criavam tanto
lixão, mas que a partir da Segunda Guerra, aumentou demais o lixão. Muito
embora, na Primeira Guerra, eles (tenham criado) gases que mataram muita gente,
mas a partir daí eles começaram a criar minas subterrâneas. Você quer cocó
maior do que esses? (...). São dezenas de países que têm minas subterrâneas.
(...). É uma das coisas mais absurdas da humanidade atual: a mina subterrânea,
a gestante -bomba, o genocida declarado e as defesas de ditadores. De vez em
quando eu ainda fico pensando como é que ainda existe gente que defende
ditador, neste terceiro milénio. Eu não entendo isso. Que falta de cabeça! A
política põe o povo perturbado. Para mim, a política é pior do que a cocaína,
para perturbar certas consciências. Cantores e artistas do Brasil defendendo
Fidel Castro durante décadas! Não adianta falar com eles, eles não entendem!
Agora, veja: é lógico que tem interesses atrás disso – dinheiro, fama. O “cara”
quer se projetar mas… alguém aqui quer se projetar como megassediador? O que é
o Fidel Castro? É um megassediador. Ele às vezes está até muito crente, mas é
“um cão que não deixa o osso”. O câncer está acabando com ele, mas depois de 49
anos, ele deixou o irmão como substituto político e “pau mandado” dele. Tudo
isso é o egocentrismo perturbado, patológico e devastador. Esse é que é o
adjetivo pior. Tem devastado as vidas e a evolução de multidões. (Tertúlia 0943; 0h:20m).
Pergunta. A gente pode
dizer que Fidel, numa próxima vida, inevitavelmente ele deve ter que renascer
em Cuba? Resposta (WV). Ele
vai junto com a turma de Cuba. Ele está preso ao povo. O que manda, não é a
geopolítica, é o grupo que ele massacrou. Pode ser que ele vá nascer talvez em
Miami. Lá, tem a turma de Cuba, terrível! São os mais “brabos”, os mais
aguerridos, os mais fortes e têm muito dinheiro. Eu já fui a Miami dezenas de
vezes. A maior livraria, de livros mais caros e mais raros, é de cubanos. Tem
livros que eu procurei na Europa, inclusive na Espanha e não achei e nessa
livraria tem – agora, os preços são absurdos. Muitos, tem razão de ser o preço
caro, porque são livros raros. Eu não sei se a livraria (ainda) existe porque
já faz alguns anos que eu não apareço por lá. (Tertúlia 0943; 0h:26m).
Pergunta. «Acobertamento.
Você não consegue esconder de si próprio a verdade sobre si mesmo: a autestima
depende da vontade individual e esta qualifica o próprio humor consciencial»
(Vieira, verbete Egocentrismo Compulsório). Eu queria entender melhor
como a autestima depende da vontade individual. Pode explicar melhor isso? Resposta (WV). É a vontade
que faz a sua autestima. Uma pessoa que não tem autestima tem uma vontade
fraca. Vontade, é a maior força da pessoa. Então, é a autestima que determina
se ela é boa, se é ruim, se é alta, se é forte, se ela ajuda a consciência ou
não. É a vontade que qualifica o próprio humor consciencial. Por exemplo, uma
pessoa que aparece no início da manhã de mau humor, ela tem uma vontade perturbada,
ela tem uma doença da volição, uma patologia volitiva, da vontade. A vontade
dela quer permanecer daquele jeito – porque não há decreto para ela ter bom ou
mau humor, ninguém quer que ela tenha mau humor. Alguém aí gosta do mau humor
das pessoas? Ninguém gosta disso. Se ela tem mau humor, a vontade dela é que
gosta. Quem tem mau humor, antes de tudo, é masoquista, está se sacrificando,
porque tudo é negativo em matéria de mau humor. Alguém aí quer defender o mau
humor? (Tertúlia
0943; 0h:29m).
Pergunta. Essa frase que a
Laura acabou de perguntar ((referência
à frase exemplificativa de «Acobertamento»)), seria aquela ideia que
você fala do amor próprio da pessoa contra ela mesma? Resposta (WV). O que é o egoísmo intricado,
profundo, negativo e patológico? É a pessoa que se defende de uma maneira
errada. Então, ela morde na língua. Isso tudo, até um certo ponto é um suicídio
– é o chamado suicídio moral. Pergunta.
E pode a pessoa, dentro dessa condição da baixa autoestima, desenvolver
algum complexo de inferioridade, chegando ao ponto de ter auto estigma ou
qualquer coisa assim? Resposta
(WV). É o que tem mais. Mas tem uma coisa pior: o problema multissecular
e multiexistencial. De uma vida passa para a outra e para a outra e para a
outra e para a outra… e cria problema. Pode chegar a um ponto que aquilo dá um
desequilíbrio mental. A pessoa fica com uma inconsciência ou, se você quiser,
com uma confusão mental. E tem muita gente assim. Pelo processo das
retrocognições, no futuro nós vamos ter a medicina estudando a pessoa de uma
maneira milenar. As suas últimas dez vidas como é que foram? Quais os estigmas
dessas vidas? A Consciencioterapia já está começando a fazer isso, em certos
casos. Observa. À hora que chega uma pessoa, você vai ver: o processo patológico
é deste corpo ou das vidas anteriores?; ele é desta genética ou da sua
paragenética extensa, holo, retro genética. Em certos casos, as pessoas vêm me
perguntar: - “Você acha que isso que eu tenho é desta vida ou é de vidas
anteriores?” Quando a pessoa faz essa pergunta, quase sempre é de vidas
anteriores. Pergunta. Agora,
não seria só voliciopatia. Acho que teria outras patias. Resposta (WV). Tudo caminha
a partir da voliciopatia. A voliciopatia é a grande doença. A volição
propriamente dita, é cura-tudo, ela é a terapêutica universal. Se a vontade da
pessoa melhora, tudo melhora com ela. (...). A maior força da pessoa, a
fortaleza, o poder, o domínio que ela pode ter, a maior autodisposição, é a
vontade, é a volição. Um “negócio” com que eu sempre fui implicado é com aquela
pessoa que fora do corpo não consegue fazer volitação, sendo que a pessoa pode.
Porquê? Por causa da vontade dela. Ela não consegue volitar dentro de uma
comunidade extrafísica que permite a volitação – o holopensene lá é positivo,
mas a pessoa não tem segurança. Igualzinho a uma pessoa que vai andar de
bicicleta ou que vai patinar no gelo e tem medo de ficar em pé ou não consegue
segurar a bicicleta em pé. É (pela) falta do ortopensene forte que (ela) não
domina as reações neurológicas na hora em que está começando a patinar ou está
começando a manobrar uma bicicleta. (Tertúlia 0943; 0h:32m).
Pergunta. Que é que
determina essa transmigração de grupos na Terra mesmo, na ressomática? Por
exemplo, possivelmente você já comentou, desculpe, mas lá em Minas Gerais, tem
muita gente da Europa - da França. O que é que determina essa transmigração? Resposta (WV). Uma coisa
boa é você ver a turma da África, renascida em Salvador. Por aí você vai ver. O
que determina, quase sempre, é a manipulação consciencial – escravatura, no
caso da Baía. A escravatura é um tipo de manipulação avançado, mas existem as
manipulações intermediárias. (Tertúlia 0943; 0h:38m).
Muita gente aqui
viveu na Europa ((referência
a vidas anteriores)). Alguns ainda têm um pé lá dentro, outros estão
presos lá. Eu (WV) tenho
amigos em diversos países da Europa que desejariam vir para cá, para Foz (mas)
eles não podem sair. Eles mesmos vieram me perguntar se deviam vir e eu (disse
que) não – cada um tem o seu problema. Não é “todo o mundo” que sai do seu país
e vem para cá, como a Cristina. Agora, tem uns que saem indiretamente – é o
caso da Katia. Eu mesmo, até um certo ponto sou de origem portuguesa. Nós temos
que estudar essa raiz geopolítica. O que atrai é principalmente os problemas da
interprisão grupocármica. Pergunta.
Qual foi o primeiro fator que deslocou e atraiu o resto? Resposta (WV). Quase sempre
é a necessidade de a pessoa executar alguma coisa, seja uma coisa nova, ou seja
(para) equilibrar aquilo que ficou errado. O reequilíbrio é que é o processo da
recuperação ou do reajuste. Muita gente consegue o reajuste numa vida só,
outros ficam presos. Na geopolítica, uma coisa que você podia falar e estudar
com (os alunos), é o processo da dromomania. A dromomania, até um certo ponto é
positiva. E eu vivo dizendo que, dentro da Conscienciologia, “todo o mundo” é
dromomaníaco, antes de mais nada. A itinerância, didática, pedagógica, do
próprio Instituto, mostra o processo da dromomania. E ela é bem assistida. Isso
tem que ser levado em consideração. (...). No Instituto, desde o início, eu
falava: -”Quando uma pessoa é de outra cidade e veio para o Rio de Janeiro,
está trabalhando connosco, quer ser professor e vai ser itinerante, seja homem
ou seja mulher, jamais, jamais – olha a palavra que eu usava – jamais ela deve
ir para penates, ou seja, para a terra dela, de onde ela saiu”. Nunca, no início,
ela pode fazer isso. Ela só deve voltar para a terra dela para dar aula, quando
ela for veterana. Porque senão, ela “dá com os burros na água” na maior parte
do tempo. Ela quer mostrar que é vitoriosa, que vem por cima, e começa a “descascar” aqueles que vão encontrar com
ela. Eu vi isso, logo no início. Tentei cercear o processo e não adiantou.
(...). Isso é uma subtileza. Estou te dando a subtileza para você começar a
pensar como a geopolítica é importante. Eu já escrevi alguns verbetes falando
de geopolítica sob vários aspetos. Isso tem muito material (porque) nas nossas
vidas anteriores “todo o mundo” aqui, já viveu em muitos lugares. Isso confunde
tudo. E tem o processo da interiorose, que a pessoa tem raízes, não sai dali,
aquilo é inextirpável, ela lançou a âncora e não sai do porto, ela não vê o mar
aberto, ela não enfrenta “a coisa”, ela está no porto e não quer sair. Sob
certo aspeto. é a mesma coisa da síndrome do Kanguru. (Tertúlia 0943; 0h:40m). Pergunta. Vamos pensar na
formação do Brasil, com as regiões e Estados, o pessoal da áfrica em Salvador e
Baía, o Rio Grande do Sul como o senhor já comentou, com muita gente da América
do Sul. Quais são os critérios que os evoluciólogos estabelecem para isso? Resposta (WV). Tudo o que
possa acabar com o temperamento “nacionaleiro”. O “nacionaleiro” é a pior coisa
que tem. O nacionalismo, até um certo ponto é negativíssimo. Quando a pessoa
começa a combater o nacionalismo, é preciso “abrir o olho” (para ver) se ela
ainda é “nacionaleira” num ponto pior. Há hora em que o Che Guevara sai da
Argentina, vai para Cuba e depois volta para a Bolívia, tudo para fazer
revolução – até à África ele foi – isso mostra que o “nacionaleiro” perturbou
tudo. Ele sai de um país, para piorar o outro – levar trabuco, levar a bala,
levar o canhão. Isso é uma coisa terrível. (Tertúlia 0943; 0h:45m). Pergunta. A mola propulsora da
colonização do Brasil foi económica. Num determinado momento vieram os
italianos, os japoneses, e tal. Mas como é que é o dedo do evoluciólogo? Eu quero
saber como é do ponto de vista da para-história. Intrafisicamente, o olhar é
mais econômico, mas com é do ponto de vista grupocármico? O que é que está por
trás dessas directrizes? Resposta
(WV). É o domínio da grupocarmalidade muito acendrado. Você sabe, tem
aquela “turma” do Espírito Santo que está aí, não sei há quantos anos e não se
imiscuem com os outros. E tem os judeus que estão em qualquer lugar e não se
imiscuem com sociedade nenhuma. Na hora em que o “negócio” piora eles caem
fora. Há pessoas que não se misturam. Lá no fundo, isso é o orgulho acendrado,
escondido, que não se revela. Num caso desses, o processo da geopolítica é
secundário. A coisa mais séria é a megafraternidade. Quando entra a
megafraternidade, localização é besteira. Por exemplo, falar que uma etnia é
maior do que a outra, falar que uma raça é maior do que a outra, isso é
loucura, isso é patologia. Ou falar que um sexo é superior a outro, também é
loucura. O que nós devemos lembrar é a megafraternidade. Seja no corpo de homem
ou de mulher. Seja de homosexual, seja neste país ou naquele, nesta cidade ou
naquela, com poluição ou sem poluição, é preciso ver qual a ficha da pessoa,
qual o registro dela. É lógico que o povo mais inteligente vai procurar um
lugar sem muita poluição, um lugar que não tenha ditadura, um lugar em que
possa se manifestar com liberdade para ajudar as outras pessoas, um local em
que possa fazer assistência com liberdade maior. Tem muito lugar onde não
permitem fazer assistência aos outros. Eu mesmo já estive em lugar em que saí
“de fininho”, porque não estava agradando. Foi o caso da minha amiga que
estudou os exames complementares de Ginecologia nos Estados Unidos, chegou a S.
Paulo e tudo quanto era colega dela, médico, foi tudo contra. Ela ia ajudar “todo
o mundo” mas ela voltou para os Estados Unidos porque o Brasil ainda não estava
maduro para aquele nível de medicina, na década de sessenta. Ela foi para os
Estados Unidos e nunca mais voltou aqui. Tinha um “negócio” pior, no caso dela:
ela era mulher. Mulher, no meio de um monte de homem, em qualquer profissão,
ainda tem muito preconceito e muita pressão em cima dela. Os exames que ela
fazia ajudavam a prevenir o câncer – ela estava super avançada naquilo. Estudou
durante muito tempo, veio com a corda toda… me deu uma pena danada. Ela falou
assim: -”Waldo, todas as portas se fecham para mim”. Naquela ocasião, S. Paulo
era o top de medicina, em matéria de ginecologia. E eu mesmo falei com ela:
-”Volta, eles não merecem você aqui, com todo o estudo que você tem”. Ela fazia
exame complementar. Até hoje, exame complementar é problemático. Há exames que
não fazem aqui em Foz. Eu fui a Belo Horizonte por causa disso e já fui a
Cascavel por causa disso, porque aqui não tem (aparelhos). O melhor da
história: eu conversei com o Dr. Bastos lá em Cascavel (e perguntei) porque é
que ele não monta uma filial do seu instituto em Foz. Ele (respondeu):
-”Ninguém me convidou”. Porque ele sabe que tem as brigas do negócio… tem que
(ter) o convite… a máfia de branco está por trás de tudo isso… violenta! Em
Cascavel tem uma máfia de branco: tem dois partidos de medicina, lá. (Tertúlia 0943; 0h:46m).
Pergunta. Falando dos
seguidores e admiradores do Fidel Castro e do Che Guevara, é possível que o
conhecimento e vivência do paradigma consciencial, mais especificamente, a
multidimensionalidade e a multiexistencialidade, possam contribuir para as
consciências perceberem, dentre outras coisas, o valor da vida, da
interdependência e se afastarem dessas linhas belicistas? Resposta (WV). Eu acho que
é uma saída. O problema, é que, quando essas pessoas são muito fanáticas dentro
do processo político, elas bloqueiam tudo, elas ficam como se fossem blindadas
em matéria de ideia. Como diziam lá em Minas Gerais, a pessoa não tem um
cérebro de massa cinzenta na caixa craniana, ela tem um granito. Então, isso é
problemático, ela não permite que entre nada de ideia nova. É o do apriorismo,
da interiorose, do conservantismo, do conservadorismo muito grande. Não há
dúvida que isso tudo melhora ((referência
ao paradigma consciencial)) mas o ideal é, quando a pessoa permite,
mexer com a energia do energossoma dela. Não precisa nem encostar na pessoa.
Fazer um arco voltaico nela, até que uma hora ela vai sentir a energia. Porque
chega a um certo ponto que você tira os bloqueios daquela energia carregada que
está blindando e bloqueando tudo. Ela desencapsula, quer dizer, ela sai da cápsula.
Na hora em que acontece uma situação dessas, ela vai ver que tem mais alguma
coisa que não é sugestão, nem hipnose, nem emoção, nem fantasia. Isso demora um
pouco mas a gente tem que insistir. (Tertúlia 0943; 0h:52m).
Pergunta. Na Definologia «O
egocentrismo compulsório é a qualidade, condição, estado ou caráter do
percentual inevitável de egoísmo da consciência, homem ou mulher, conscin ou
consciex, ou o conjunto de atitudes ou comportamentos indicando viver a
personalidade evolutiva, sem exceção, subordinada a princípios evolutivos
essenciais, determinantes, insubstituíveis e inafastáveis, neste caso sem
relação direta com qualquer manifestação egocêntrica patológica do próprio ego»
(Vieira, verbete Egocentrismo Compulsório), o professor fala do percentual inevitável de egoísmo da
consciência. Esse percentual, significa que o egocentrismo compulsório muda, à
medida em que a pessoa vai evoluindo? Resposta (WV). Não é que muda. É lógico que muda tudo, porque a
pessoa muda, com o passar do tempo. Mas a pessoa é que muda o modo de tratar a
si mesma. Ela muda as definições sobre o egão que ela tem. Por exemplo, a
sobrevivência do mais apto, a lei da própria evoluciologia, é inevitável. Uma
criança, precisa de se prevenir, senão ela risca um fósforo e se queima toda.
Ela tem de saber que aquilo queima. Isso é a sobrevivência do mais apto e é um
processo egóico também, de egocentrismo infantil, mas positivo. O egocentrismo infantil, em muitos casos, é
positivo. Agora, quando o egocentrismo infantil permanece na pessoa adulta, já
é patológico. Pergunta. Na
definição, lá no final, o professor coloca que isso seria «sem relação direta
com qualquer manifestação egocêntrica patológica do próprio ego». Então, para
eu entender melhor (e voltando à) primeira pergunta do percentual, na escala
evolutiva esse percentual mudaria na medida em que a gente for analisar as
personalidades? Resposta
(WV). O teleguiado autocrítico não pensa mais no egão dele. Ele está só
pensando nos assistidos. Ele tem que se dissolver nesses assistidos, ele tem
que se doar nesses assistidos, ele tem que diluir todo o interesse dele em
favor dos outros. Muda tudo. A tenepes é baseada nisso. A pessoa só evolui na
tenepes se ela conseguir começar a se desmembrar, a se diluir, a se dissolver
na humanidade. Isso é que é o ideal. Pergunta. Então, a gente pode dizer que existe um fim, para
esse contexto do egocentrismo compulsório, ou não? Resposta (WV). Existe um fim, até para o
psicossoma. Então por aí você tem uma ideia de como o “negócio” é muito mais
profundo e abrangente. O egocentrismo compulsório é importantíssimo para nós,
ainda. (Tertúlia
0943; 0h:57m).
Pergunta. Eu havia
entendido a questão do egocentrismo compulsório em termos de qualidade. Numa
consciência menos evoluída, o egocentrismo seria manifestado a partir dos
instintos e na mais evoluída a partir da inteligência evolutiva. Resposta (WV). Vamos
entender uma coisa. O serenão vem aqui, num corpo. Ele não vai ter que se
defender de uma porção de coisas para poder sobreviver aqui? Olha o
egocentrismo compulsório do serenão! Isso é inevitável. Nesta dimensão, não tem
saída. Senão, ele não sobrevive. E a sobrevivência do mais apto, a
sobrevivência inteligente? Há pessoas que tem uma sobrevivência ignorante: ela
morre logo. Uma pessoa, por exemplo, que começa a fumar, que usa cocaína,
mostra que não tem nenhuma noção de sobrevivência. Ela não liga para o próprio
corpo. Pergunta. O
que eu havia entendido era isso. A menos evoluída, seria mais baseada no
instinto. Resposta (WV). Tem
mais instinto aquela que é menos evoluída. Você não está errado, está tudo
certo. Mas isso convive com a mesma ideia que nós estamos dando. É a mesma
situação. (...). À hora em que uma pessoa começa a praticar a tenepes, ela se
dilui, dentro do processo. Tudo isso fica secundário. Vai chegar a um ponto que
a consciência não quer nem saber da palavra egoísmo ou egocentrismo. Ela quer
riscar isso tudo do mapa. Com isso, ela vai começar a pensar em altruísmo,
megafraternidade, universalismo, holofilosofia, paradireito, cosmoética. Vamos
estudar Cosmoeticologia. (...). Numa dupla, existe o egocentrismo do homem e
existe o egocentrismo também da mulher. Pode ser o infantil, o adulto, tudo o
que você queira – uma dupla é assim – mas o compulsório continua. Se uma mulher
não tiver egocentrismo compulsório para se compor, para se arrumar, olhar o
modo de falar, examinar o seu vocabulário, como é que ela vai viver bem com o
homem dela? Estou falando de mulher – mulher é que olha mais o processo de
vaidade, que sabe sobreviver com isso, que sabe que ela tem que ter uma
apresentação que tem que ser muito mais aprimorada e exigida pela sociedade, do
que o homem. Se numa dupla evolutiva é assim, o que é que não é? Tudo é. Nós
precisamos estudar o egocentrismo compulsório com mais detalhes, refletir sobre
esse assunto e não confundir a compulsoriedade positiva dele com o egoísmo
infantil do adulto. Olha lá a Antonimologia: egocentrismo adulto; antiegocentrismo;
antiegoísmo; altruísmo; desapegamento; desapego; desprendimento; abnegantismo;
filantropia; alocentrismo; proximismo; assistenciologia; renúncia; renunciação;
misantropia; voluntariado. Tudo isso é para a pessoa pensar. Olha só o universo
amplo e diversificado dessas proposições. Este verbete, é um dos que nós
precisamos mais, no entanto, ele é suave. (Tertúlia 0943; 1h:01m). Pergunta. Professor, nessa ideia de
diluição que você estava falando da pessoa se dissolver, se diluir, à medida em
que vai... Resposta (WV). O egão dela é que se dissolve,
mas ela continua cada vez mais viva, mais alerta. Pergunta. Quando ela tem uma expansão de
consciência, uma cosmoconsciência, o senhor comentou que é bobagem no
orientalismo eles acharem que se dissolve porque ela vai continuar existindo
como individualidade. Resposta
(WV). Vai. Não existe isso. Ela nunca perde a personalidade, a
independência e a individualização. Esse egocentrismo compulsório é a maior
demonstração de individualização de uma personalidade. Agora, a pessoa dilui os
erros dela. Ela acabou com aquilo, ela dissolveu as errâncias, aquela tríade da
erronia ((referência
a: omissão deficitária, engano óbvio e erro)). Então, a
personalidade está cada vez mais lúcida e cada vez (mais) sobrepairando aquele
oceano pacífico imenso, aquele espaço sideral cheio de egocentrismo – tudo isso
desapareceu. É isso que eu quero dizer. Conclusão: toda a vez que você esquecer
o seu egoísmo, você aumenta a sua lucidez. (...). Uma boa parte das pessoas não sabe que o
orgulho deriva do egoísmo. Tem gente que acha que o orgulho é superior ao
egoísmo e não é. O egoísmo é a mãe de todas as guerras evolutivas da
pessoa. (Tertúlia 0943; 1h:06m).
Pergunta. Em relação ao
«paradoxo do egocentrismo centralizado e descentralizado», eu queria um exemplo
do egocentrismo descentralizado. Resposta (WV). O seu egoísmo é centralizado ou descentralizado?
Existe um preceito que vem da antiguidade, que é o seguinte: há pessoas que são
egoistas mas costumam contagiar as pessoas próximas com o seu egoísmo. O
egoísmo delas é tão grande que só elas defenderem a si mesmas é pouco. Uma mãe
que é superptrotetora descentraliza o egocentrismo dela, negativamente, em cima
da sua produção: - “Este saiu no meu útero, é uma continuação, é um corpo que
eu estou deixando funcionar fora de mim, quem manda nesse motor, a consciência
que está aí fora, sou eu. Eu criei esse corpo, essa consciência não se
manifestaria sem mim”. Isso é uma mãe superprotetora. No entanto, a mãe é
considerada a rainha de todas as afeições interfamiliares. E tem aquela
baboseira, a platitude e a pieguice natural do processo da maternidade, da
maternagem excessiva, burra… mas nós precisamos da maternidade. Ninguém pode
viver sem isso. Então, que é que você acha da centralização e da
descentralização (do egocentrismo)? (Tertúlia 0943; 1h:10m).
Pergunta. Gostaria de
partilhar minhas experiências dessa semana aqui na clínica. Fiz oito grupos
terapêuticos e de psicoeducação com os pacientes internos e de clínica dia e só
utilizei a temática da Conscienciologia. Por exemplo: síndrome de satélite;
amor deslocado; acabativa e murismo. O impacto é muito grande. (…). O que está
acontecendo, em sua opinião? Em que posso melhorar as temáticas? Resposta (WV). Este é um
amigo meu que cuida principalmente de clínica com toxicômanos e outras coisas
mais ((contextualiza o
professor)). Você deve fazer o seguinte: procurar especificar cada vez mais
as temáticas, de acordo com o perfil do necessitado. E na hora em que você está
mexendo com grupos, ter muito cuidado com isso, porque não existem grupos
homogéneos dentro da patologia, aí – sempre tem um grupo heterogéneo. Então,
arranjar uma temática que sirva para todos, é muito difícil. De modo que,
procure fazer cada coisa, específica, de acordo com a pessoa. E não queira dar
uma marretada em “todo o mundo” que (isso) não resolve nada. Tem é que
esclarecer, com calma e ver, especificamente, cada caso, de per si. Não há dúvida que tem certos assuntos que
você pode usar, de modo geral. Isso ajuda, mas não pode pegar esses temas e
usar como se fossem um tacape para bater na cabeça de “todo o mundo”. Tem que
ponderar isso com calma. Você já tem muita experiência disso, são muitos anos
trabalhando, você sabe. Seria bom você ver, com calma, todos os temas que nós
já trouxemos à tertúlia. No dia de hoje,
nós já estamos com 943 temas. Tem muitos parecidos, mas eles são diferentes.
Então, você pode atender 900 companheiros, com esses temas. Vale a pena pensar.
E outra coisa: geralmente essas pessoas, lá, são muito inteligentes. Não pode
menosprezar ou minimizar a inteligência dos outros, num caso desses. Só porque
uma pessoa está em tratamento, está numa síndrome de abstinência ou alguma
coisa nesse sentido, não quer dizer nada. Às vezes, o próprio tóxico estimula
temporariamente a agudez e acuidade da pessoa. Pense nisso. (Tertúlia 0943; 1h:14m).
Pergunta. Já conversei com
estalinistas, fidelistas e até hitleristas. Todos negam as matanças e até o
holocausto. E essa gente acredita nisso. Poderia analisar isso dentro do
egocentrismo compulsório, por favor? Resposta (WV). Isso não é egocentrismo compulsório. Na minha terra, o nome disso é amaurose
– uma cegueira dentro do processo emocional.
Essa pessoa sofre, dentro da psicossomatologia, ou seja, da
psicossomapatia. Ela tem doença das emoções e geralmente é um processo derivado
da política. Então, é também um processo sociológico. (Tertúlia 0943; 1h:17m).
Pergunta. Existir no seio do cosmos
é necessariamente sinónimo de egocentrismo compulsório? Resposta (WV). Sim, até um certo ponto. Pergunta. E,
paradoxalmente, quanto mais a consciência evolui, ela também não se torna mais
egocêntrica compulsoriamente devido à personalíssima realidade íntima de si
mesma? Resposta (WV). Sim,
mas ela jamais vai ofender os outros com o ego dela. Ela vai ajudar cada vez
mais. Ela vai dissolver o próprio ego para ajudar os outros. Então, isso,
cosmoeticamente, só pode ajudar a pessoa. Agora... que ela vai conhecer cada
vez mais a si mesma, não há dúvida, pelo seguinte: quanto mais evoluída seja a
personalidade, mais entendimento de si mesma ela tem. Então, mais personalismo
ela é, ou ela vive, ou ela exemplifica. É um personalismo diluído, é a
megafraternidade. Muda tudo. No início dos nossos trabalhos no Instituto, eu
perguntava sempre: -”Você quer ser um burro super feliz ou um sábio infeliz? E
o povo (respondia): - ‘burro feliz’!”. As pessoas às vezes fazem uma abordagem,
uma escolha, uma seletividade, uma opção, uma alternativa totalmente “furada”
porque não há um raciocínio de cosmovisão – há um raciocínio de monovisão, no
caso, totalmente patológico, amaurótico – eles são ceguetas, eles não enxergam
bem. (...). As pessoas querem ver o momento – isso é o hedonismo, o princípio
hedonístico. É o pão e circo que o povo quer, samba e futebol e também as
Olimpíadas. São as piadas da própria vida. (Tertúlia 0943; 1h:18m).
Pergunta. Não seria o serenão o
egocêntrico compulsório mor no exercício do seu anonimato? Resposta (WV). Sim, mas (já
não tem) egocentrismo. Ele se esconde para ajudar as pessoas, para não humilhar
nem (a mim) nem a você, por exemplo, com toda a sabedoria e ao jeitão dele.
Então ele vem devagar (porque) um sol muito grande pode cegar aquela pessoa que
não está boa da retina. A sua retina está bem focada, ou ela está deslocada? (Tertúlia 0943; 1h:20m).
Pergunta. Gostaria que
falasse um pouco mais sobre autoreciclagens e a saída das interprisões
grupocármicas. Resposta
(WV). Eu vejo que a saída (das interprisões grupocármicas) é a gente
reconhecer a tríade da erronia. Eu quero lembrar para todos esses que estão
perguntando sobre o assunto (que devem ver) o verbete Tríade da erronia:
erro, engano e omissão. São coisas diferentes, mas todas todos criam problema
para a gente. Desses, o que tem mais atenuante é o engano e o que faz mais mal
é o erro autoconsciente. A omissão, às vezes pode ser maior do que um erro mas
não necessariamente. (Tertúlia
0943; 1h:22m).
Pergunta. Você pode definir
a Egologia e a Egocarmologia? Resposta
(WV). A Egologia é o estudo puro do ego, sob todas as nuances e
todas as instâncias que dizem respeito à consciência – ao ego. A Egocarmalogia
é a hora em que o ego vai funcionar em relação com o cosmos e principalmente
com as companhias evolutivas – os compassageiros e compassageiras evolutivos –
vai estudar tudo, desde o inicio do princípio do começo para partir para a
grupocarmologia. Depois, tem a Policarmologia. Tudo isso é o holocarma da
pessoa. A Egologia, é o estudo da consciência em si – esquece o resto – só ela.
Veja como é que ela é intraconsciencialmente. A Egologia é que estuda, lá no
fundo, a recin. Já a Egocarmologia estuda, lá no fundo, a recex. Eu acho que
isso clareia bem a cabeça. Tem uma lógica danada. Então veja: a gente que
analisar bem as palavras. A semântica, às vezes pode embaraçar mais do que
clarear. Por isso eu traduzo tudo, explico tudo, dou a batopensenidade ((referência ao ato de “bater” em
determinado conceito até o mesmo ser apreendido)) positiva, sinônimos… é
o jeito. Pergunta. A
Egologia seria uma faceta da Conscienciologia, ou seria sinónimo da
Conscienciologia? Resposta
(WV). Pode ser sinónimo se você analisar a consciência em si, só ela.
Por exemplo, a intraconscienciologia seria a Egologia. (Tertúlia 0943; 1h:27m).
A pessoa que pede a
mensagem induzindo a resposta, quer ir à consciencioterapia para “todo o mundo”
estar de acordo com aquilo que ela pensa. Se ele é doente mental, (ele quer
que) na consciencioterapia eles (falem) para ele: -”Você não é doente mental,
você é uma pessoa mais sadia do que eu”. É isso que “todo o mundo” quer – e não
é assim. Quanto mais a pessoa é psicopata, mais ela acha que o mundo é
psicopata e ela é sadia. Isso é a regra. Quando a pessoa é assim, ela ainda não
encarou a patologia que ela tem. (...). (Um caso ainda pior é o da) pessoa que
chega para mim e fala: -”Professor Waldo, eu estou seguindo aquilo que o senhor
falou, estou fazendo a psicoterapia, mas veja: o primo Anacleto me telefonou
ontem e eu tenho que ir lá”. Aí, eu (WV) digo assim: -”Qual é o caso do Anacleto? É dinheiro? A
gente manda para ele.” Aí a pessoa fica vermelha, amarela, roxa, pálida... Ele
está numa situação tão precária que já arranjou uma saída e já me envolveu com
a saída dele – quer me tapear com aquilo! Aí eu falo assim: -”Eu não nasci
ontem. Eu não nasci de barba, ela cresceu através das décadas.” Quase sempre (a
pessoa deste exemplo) é um homem. Eu já ouvi dezenas de casos e estou preparado
para os próximos. (...). A pessoa não
quer análise, não quer conhecer a realidade dela. (Tertúlia 0943; 1h:30m).
Se uma pessoa entrou no
ostracismo, a culpa de quem é? Dela. Se uma pessoa tem automimese, a gente tem
que perguntar se as automimeses são positivas ou são dispensáveis? Como é que
são? Tudo isso tem que ser comparado com o egocentrismo compulsório. O ostracismo,
na maioria dos casos, é fruto da ingerência ou da má administração da própria
vida. Pessoas que perdem a fama, pessoas que se excluem e psicóticos que são pop
stars. (Tertúlia
0943; 1h:35m).
O Brasil foi o
último país a decretar a liberdade e acabar com a escravatura, mas foi sem
briga. Nos Estados Unidos, foi na base da briga. Morreu um monte de gente na
guerra de secessão. Na Argentina foi pior: eles acabaram com a escravatura
matando “todo o mundo”. Por isso lá ainda tem um processo muito grande (de
discriminação racista). (Tertúlia
0943; 1h:41m).
Pergunta. Professor Waldo,
eu queria entender um pouco mais a relação do ego com a assistência. Vê se está
correta a forma como eu pensei: à medida em que (você) se estrutura e se vai
fortalecendo em termos de princípios cosmoéticos, de código pessoal de
cosmoética e desse movimento de poder criar a ponte de fraternidade com o
outro, você preserva essas características individuais, egóicas, só que você
está ao serviço de uma coisa maior. É isso? Resposta (WV). É. Se você não tiver preservação
do seu ego, você não tem nenhum valor para fazer assistência. Você tem primeiro
que conhecer você, para você entender o outro. Tudo o que nós fazemos é um
processo de espelho: você se reflete nos outros. Uma pessoa, por exemplo, que
começa a fazer uma assistência aberta, bem clara, ela está se refletindo nos
outros. Então, ela começa a ver nas outras pessoas, todos os defeitos que ela
tinha, que ela conservava até há pouco tempo. Então, ela procura amainar aquilo
que o outro tem porque ela já conseguiu superar aquilo. Por isso eu falo que na
questão da interassistencialidade, quem é menos doente ajuda o mais doente. O
menos doente, já sabe que superou a doença que o outro ainda tem. Isso é o
máximo, para clarear qual é a lucidez, a hiperacuidade das pessoas. Por
exemplo: essas coisas em que eu insisto, quando eu não mudo de opinião, às
vezes com dureza, (é porque) eu já passei por isso e às vezes ainda, se não
tiver cuidado, escorrego. Pergunta.
É na dinâmica da relação com o outro, que você tem afinidade com as
pessoas que te procuram na assistência? Resposta (WV). Sim. Sempre você tem afinidade com “todo o
mundo”, o que varia é a intensidade dessa afinidade. (Tertúlia 0943; 1h:43m).
Pergunta. A gente pode
colocar egocentrismo produtivo e egocentrismo virtuoso como sendo a condição de
mini-peça? Resposta (WV). Sim.
Um sinônimo para egocentrismo produtivo seria altruísmo. (...). Isso aqui é uma
subtileza, mas nós precisamos de tocar nesse assunto. Inclusive, o Enumerador
me falou nisso, já há algum tempo. Isto afeta “todo o mundo”. Tem um monte de
gente na universidade que nunca pensou no egocentrismo compulsório. A tendência
das pessoas é não ter o erro lógico: ou é dois, ou é três, ou é quatro. Tudo é
definido, não tem meio termo, não há dois e meio, não há três e meio, não há
quatro e meio… e a vida não é assim. Aí é que entram as nuances, o
processo da consciência poliédrica. A gente tem que chamar a atenção para essas
facetas do poliédrico, na Conscienciologia. Quantas ideias eu já trouxe aqui
que você nunca estudou na Psicologia? No entanto eles na Psicologia repetem
certas coisas e fica cada besteira… por exemplo, você quer coisa pior do que do
que o skinnerismo – o pragmatismo absoluto da conduta? (Tertúlia 0943; 1h:46m).
Pergunta. Qual é o limite
para a autopercepção de que a pessoa está extrapolando o egocentrismo
compulsório? Resposta (WV). À
hora em que ela não tem mais mãos a medir para assistir os outros. Ela começa a
praticar a tenepes e a gaveta fica cheia em dias. Isso mostra que ela está
saindo disso, porque ninguém vai procurar uma pessoa que seja egoísta demais.
Por exemplo, você não vai pedir dinheiro emprestado a uma pessoa dessas, não
vai dar uma facada econômica a uma pessoa dessas, de modo algum. Então, se você
está procurando, é porque a pessoa está começando a sair disso. Tem lógica? Vê
quantos te procuraram na semana passada ((gracejando)). O caminho é esse. A
melhor coisa que tem na evolução é a hora em que você não procura, você é
procurado – sem fama, sem “paulo coelhismo” ((referência ao escritor brasileiro Paulo Coelho)),
sem promoção “jesuina” ((referência
a Jesus Cristo)), sem nada – uma coisa espontânea. Isso é a cosmovisão
de um processo seríssimo: a verbaciologia. Se a verbaciologia vem, ela se
instala e com o passar do tempo ela fica. Quem usa mais a verbaciologia é o
serenão. O serenão não fala, nem o que ele fez, nem o que ele vai fazer, nem
nada – ele só ajuda, em silêncio. O povo pensa que um acontecimento é “da
natureza” mas atrás dessa natureza tem um serenão – o serenão é o ponto, atrás
dos bastidores. (Tertúlia
0943; 1h:48m).
Pergunta. Porque é que a
CCCI tem se dedicado tanto no entendimento da obra de Balzac? O senhor pode
falar qual a relação do Balzac com a Conscienciologia, hoje? Resposta (WV). Até um certo
ponto, é para mexer com esses jovens, igual a você, que ficam com “coteveloma”
enorme porque ainda não escreveram os livros que o Balzac escreveu. Eu estou
falando para um amigo meu ((dirigindo-se
à plateia)). Estou esperando o seu livro. Leia alguns dos livros do
Balzac, que você vai se inspirar para fazer a sua obra-prima. Vem para o curso ((referência ao curso
Heterocrítica de Obra Útil)) e vem com todo o seu arsenal, todos os seus
canhões e bombas atômicas contra o Balzac (...). Prepare-se para vir que nós
queremos te esperar aqui, companheiro. Você é fora-de-série, eu te conheço há
muitos anos. Você está entrando na adultidade agora, você (já não é) jovem, tem
que enfrentar isso. (Tertúlia
0943; 1h:52m).
A dissecção do
subjetivismo pessoal é você começar a diminuir o seu subjetivismo egóico,
caminhando para uma intraconsciencialidade autoconsciente. Está claro?
Intraconsciencialidade autoconsciente é diferente subjetivismo egóico. Uma
pessoa que é muito egocêntrica tem um subjetivismo imenso e falta objetividade
na vida dela. (Tertúlia
0943; 1h:55m).