Tertúlia 0923, Pendência, YouTube, canal Tertuliarium, https://www.youtube.com/watch?v=IEoHQyTQPz0,
publicado em 21
de março de 2013.
Pergunta. Considerando os conceitos já conhecidos
de multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade e o
mais avançado do ponto de vista intrafisico, a transdisciplinaridade, gostaria
de saber o que podemos considerar além desse estádio. Resposta (WV). A
paraholoteca, a sua holobiografia e o ciclo mentalsomático da evolução aquele
terceiro ciclo: nós eramos plantas, “viramos”subhumanos e (depois) hominais.
Alguns, agora já são Consciexes Livres - tudo indica que esse outro ciclo, o
mentalsomático, é mais avançado. Eu já escrevi a respeito disso. A
trandisciplinaridade deve já alcançar esse processo da holobiografia e da
paraholoteca, o problema mais amplo da cosmovisiologia. (Tertúlia 0923; 0h:04m).
Pergunta. Tenho 81 anos e por causa da minha neta
que assiste as tertúlias no computador, passei a ouvir também. Confesso que
estou gostando muito apesar de algumas vezes o senhor me deixar pensando
demais. Pela minha idade, sei que não faço parte desse grupo que o senhor fala
tanto. A minha pergunta é a seguinte: será que tem alguma maneira de eu guardar
na minha memória que preciso fazer esse curso quando morrer? Sou uma pessoa
tranquila, desde que “não pisem no meu calo”. Por causa disso, será que vou
para a baratrosfera (risos na plateia)? Resposta (WV). Você aí, de Belo Horizonte,
escuta bem. A turma está rindo mas isso é normal, não se incomode porque “todo
o mundo” aqui é cobaia. Eu sou a cobaia-mor. Eu estou com 76 anos (dito em
31.07.2008). Você que está com 81, é do meu clube, somos da mesma faixa
etária. Existe uma técnica nova, nossa, que se chama “Técnica De Mais Um Ano De
Vida”. Num ano de vida, você pode concertar isso tudo. De cara, eu já posso
recomendar uma coisa sem conhecer você: corta os “calos”, acaba com os “calos”,
deixa o povo “te pisar”. Isso é ótimo para você aprender mais as coisas - você
vai bancar a Poliana ((referência à história de uma menina que vê tudo cor de
rosa)) com 81 anos, isso é o máximo. Banque a Poliana que você já vai
começar a enfrentar uma renovação de reciclagem mais séria. Às vezes vale a
pena - “todo o mundo” combate a Poliana mas às vezes a gente tem que ser Poliana.
Eu sou o Poliano-mor, eles acham que eu sou bobo, às vezes, ingênuo, inocente…
A técnica de mais um ano de vida vai dar a você o grafopensene: escrever a as
ideias - reunião de pensamentos, sentimentos e energia. Você vai começar a
anotar as coisas que você precisa de renovar e aquilo que você já superou.
Aquilo que você já superou é o trafor - a sua virtude, os seus predicados, o
seu lado bom. Aquilo que você precisa de renovar são as suas invirtudes, os
seus vícios, os seus defeitos, aquilo que você precisa de concertar. Quando
você passar por exemplo um mês estudando a técnica, você vai começar a pensar
no curso intermissivo: -”Eu quero fazer o curso intermissivo quando eu
dessomar” quer dizer, “quando fizerem a minha cremação ou o meu enterro, eu
quero ir para o curso intermissivo. Se você começar a pensar nisso, os
amparadores vão ajudar-te. Escreva para a APEX, que estuda a programação
existencial. Resposta (LLJ). O site é
[apexinternacional.org]. Quando acessar, vai abordar a questão de proéxis e a
questão de assistência na terceira e quarta idade. (Tertúlia 0923; 0h:05m).
Pergunta. Eu não entendi o trinômio
“intencionalidade-perspectiva-prospectiva” e também não entendi a relação que
este trinômio tem com a “pendência”. Resposta (WV). Tudo é um processo de
intencionalidade. Você, por exemplo, você tem uma prospectiva e a perspectiva.
Por exemplo, a senhora de 81 anos que está querendo mudar a perspectivas dela
porque ela viu uma nova prospectiva dessa vida e da próxima através das
tertúlias. Ela tem uma intenção. A intenção é que a levou a mandar perguntas. A
intenção te mostra uma perspectiva. Aí, você vai ver o futuro, a prospectiva.
Agora veja: tudo está pendente, não está não? Isso não é pendência? O que é que
tem de absoluto aqui? Você tem alguma coisa absoluta? O que é que é absoluto,
definitivo? Tudo não está pendente? Perspectiva: você vê os caminhos.
Prospectiva: decide para onde vai. Você está com uma pendência. Nós temos que
começar a aprofundar os conceitos. Tem que sair da superficialidade dos
conceitos. Tudo o que eu (escrevo) é de caso pensado. E sou calculista e
procuro ser cosmoético. Toda a vez que me perguntam eu tenho uma resposta para
aquilo que eu escrevi. Eu não escrevo uma coisa gratuita, ociosa, à toa. (Tertúlia 0923; 0h:13m).
Pergunta. Eu queria que o senhor comentasse “a
minidisciplina ao incentivar a maxidisciplina pessoal”. Resposta (WV). Eu
consegui, por exemplo, acertar tudo aquilo que eu precisava, nas gavetas do meu
quarto e estou conseguindo manter. Faz seis meses que eu não errei nada. Isso é
uma minidisciplina. Se eu consegui isso, eu sou capaz de fazer uma coisa maior
do que isso. Agora vou trabalhar com as minhas “gavetas” da consciência. Por
exemplo, se a minha memória não está boa, eu vou trabalhar com a minha memória.
Isso é uma maxidisciplina. O que é da consciência exige mais do que o que é de
fora. (Tertúlia
0923; 0h:16m).
Pergunta. Tenho uma dúvida sobre “o princípio da
centralização das idéias intensificando a captação das neoidéias”. Resposta (WV). Você
tem um monte de ideias. Procura juntar essas ideias. À hora que você juntar é
capaz de sair um filhote, um dividendo, vai haver um parto, vai haver uma
desova. O astrónomo vê uma série de astros e conclui que (em determinado ponto
do espaço) tem de haver um (embora ele não o veja) para justificar o que ele
observa, para descobrir uma nova ideia. Lá no fundo, isso é um jeito de eu
falar de uma maneira prática da bissociação da ciência. Eu tenho uma ideia.
Vejo um fato. Junto um com o outro e crio uma terceira condição. Isso é
sinergia intelectual também. Um fortalece o outro. Tudo é potencialização.
Potencialização poderia ser sinónimo de evolução, de desenvolvimento, de
progresso, de progressão. É uma ascendência. Os iniciados falavam do caminho
ascencional. (Tertúlia
0923; 0h:17m).
Pergunta. Como é que a gente pode depurar a
Inventariologia? Resposta (WV). Faz um levantamento de todo o seu património
emocional e intelectual. Começa pelo emocional, tudo o que é de sentimento:
cartas antigas, retratos de pessoas que você já não vê... Faz um balanço da parte
emocional, depois da parte intelectual, tudo o que você tem. Olhe a sua
biblioteca, olhe as suas gavetas, olhe as suas estantes. Se você vai olhar as
suas estantes e elas estão cheias de poeira, tem alguma coisa errada. A poeira
mostra que você está estacionado. (Tertúlia 0923; 0h:18m).
Pergunta. Como é que eu faço para administrar as
pendências de uma forma racional? Resposta (WV). É dar prioridade para aquilo
que possa agilizar e potencializar a evolução. (Tertúlia 0923; 0h:20m).
Pergunta. O rastro da proéxis, pela lógica, é uma
pendência. Resposta (WV). O pior não é isso. Vamos supor que você conseguiu a
completude da sua proéxis. Mas existe a maxiproéxis, maximoréxis, maxi… Então,
mesmo que você tenha cumprido a sua proéxis, você poderia ter feito mais. (Tertúlia 0923; 0h:22m).
Rastro da proéxis é aquilo que a gente deixa por onde a
gente passa. Esse rastro pode ser positivo e pode ser negativo. Quando a pessoa
tem um incompléxis, ela não conseguiu completar tudo aquilo que ela veio fazer,
ela não soube fazer a retribuição daquilo que ela recebeu na vida, ela tem um
rastro negativo. Se ela conseguiu fazer tudo e até ultrapassou, ela tem um
rastro positivo. O rastro, no caso, seriam as pegadas, a marca da pessoa, o
autografopensene - o pensene próprio, individual, pessoal, da personalidade,
aquilo que ela pensenizou, aquilo que ela realizou, aquilo que ela executou na
vida. (Tertúlia
0923; 0h:23m).
Qual é o prejuízo antievolutivo dentro do
contexto grupocármico quando existe pendência de realização de itens da
planilha proexológica? Ou isso fica restrito ao egocarma? Resposta (WV). As
programações existenciais que tem são a egocármica e as grupais que nós
chamamos de maxiproéxis. Por exemplo, essa turma aqui, da CCCI,
intermissivistas, estão trabalhando na maxiproéxis. Tudo o que a pessoa está
fazendo obedece a um roteiro, a uma directriz, está embasado num processo
grupal, para chegar numa coletividade. O prejuízo antievolutivo dentro do
contexto do grupocarma é quando a pessoa não apresentou a “mão na roda”, quando
não deu aquilo que podia. O que fica restrito ao egocarma é quando a sua
programação existencial diz respeito só a você ou a você dentro de um círculo
reduzido, por exemplo na família nuclear ou alguma coisa nesse sentido. Mas
quase sempre isso aí é uma miniproéxis, para durar pouco. A maioria movimenta
algumas pessoas, porque as companhias são inevitáveis. (Tertúlia 0923; 0h:25m).
Pergunta. Eu pediria ao senhor que exemplificasse
os bagulhos energéticos mentaissomáticos dispensáveis. Resposta (WV). Coleção de
armas. Coleção de caixas de fósforos, chicletes mastigadas, estilhaços de
bombas. (Tertúlia
0923; 0h:26m).
Pergunta. A gente pode considerar que a análise do
binómio recebimento-retribuição é o fator mais relevante no estudo das pegadas nossas?
Resposta
(WV). É o fator mais relevante com respeito à proexologia, porque é o
fator desencadeante. Tudo depende do “capital” que você tem e da distribuição
que você tem que fazer. Qual é o seu património? Eles podem ser físicos,
somáticos, sentimentais, de conviviologia, intelectuais ou parapsíquicos. (Tertúlia 0923; 0h:28m).
Pergunta. Para mim não é claro “a simplificação dos
originais excessivos”. Resposta (WV). Responda, Mabel. Resposta (MIT).
É retirar o excesso de palavras para ficar com a síntese da ideia
principal do texto. O excessivo banaliza porque fica um monte de coisas e não
fica nada. Resposta (WV). Pois é, é isso que eu estou dizendo. Tem que
simplificar cortando “as gorduras”, as extravagâncias, os excessos. (Tertúlia 0923; 0h:29m).
Eu (WV) agora estou muito satisfeito porque eu
já estou podendo usar vocês para na maiêutica técnica e plural (dito em
31.07.2008). Já não é mais a mesma do Sócrates. Alguns de vocês já estão
dando opinião. Vai chegar um dia aqui que eu vou só ler a pergunta e (digo)
quem vai responder ((risos)). Vocês estão crescendo, já estão podendo explicar
uns para os outros. Isso é maiêutica grupal. O Sócrates não usou isso. Essa,
ele não chegou lá. Essa aí é minha. Sócrates (tinha) só dois, eu aqui “estou
jogando” com seiscentos. Essa é a maiêutica plural. (Tertúlia 0923; 0h:31m).
Pergunta. “A minipendência = a evolução
consciencial”. A evolução consciencial, por transcender a própria seriéxis e
porque sempre tem mais, não seria uma espécie de megapendência? Resposta (WV).
Teoricamente é. Mas na prática não serve (para nós). «Exemplologia: minipendência = a evolução consciencial; maxipendência =
a manutenção da tenepes pessoal; megapendência = a execução satisfatória da
autoproéxis» (Vieira, verbete Pendência).
Você quer explicar ((dirigindo-se a Laênio Loche))? Resposta (LLJ). O que eu vejo
aqui é a questão do operacional. O que que é mais importante agora, de
imediato, no aqui e agora multidimensional, no momento evolutivo é a execução
da proéxis – por isso que é a megapendência. Você vem para cá para ser
completista. Resposta (WV). A operacionalidade aí é a parte teática – 1% de
teoria e 99% de prática. Para a pessoa que sabe que precisa fazer evolução
consciencial mas não move um dedinho para isso é megapendência, mas para nós
que sabemos, isso é minipendência. Eu “jogo” mais para o nível em que nós
estamos. (Tertúlia
0923; 0h:33m).
Pergunta. Do ponto de vista das tarefas da ofiex,
existe um processo de controlo das pendências pelos amparadores? Resposta (WV).
A ofiex acaba (quando o ofiexista dessoma). Eles ((referência aos amparadores
extrafísicos)) já sabem quando é que isso vai acontecer. Do jeito que
eles conhecem a ofiex, eles conhecem o corpo da pessoa, já sabem a hora que
“aquilo vai apitar”. Eles já preparam tudo isso antes. À hora que eu vir que a
minha ofiex parece sumir, daí a pouco sou eu que vou sumir. Pergunta. Existem
pendências assistenciais relativas ao trabalho, ao serviço da tenepes ou da
ofiex que o professor sente que não consegue cumprir? Resposta (WV). Da ofiex, nem
tanto, porque eles prevêem tudo. Quando há um prognóstico, uma prospectiva, uma
previsão muito exata, sempre vai atingir o objetivo. Eles lá, extrafisicamente,
dificilmente erram isso aí. Eles já sabem os potenciais e as possibilidades. E
outra coisa: eu sou o principal responsável mas lá não é um trabalho isolado,
eu não estou sozinho. (Tertúlia
0923; 0h:36m).
Pergunta. Existe uma planilha proexológica
elaborada com séculos ou milénios de antecedência a ser cumprida paulatinamente
como a grade curricular de curso superior ou as proéxis são planificadas a cada
nova seriéxis? Resposta (WV). A proéxis é planificada a cada nova seriéxis. A
coisa é feita paulatinamente, pouco a pouco, gradativamente, a cada nova vida
humana. (Tertúlia
0923; 0h:51m).
Pergunta. Eu gostaria de entender melhor o binómio
autodisciplina-bom humor. Resposta (WV). Autodisciplina é a pessoa acertar a
vida, se organizar melhor. Hábitos sadios e rotinas úteis. Mas às vezes a
pessoa fica de mau humor quando começa a fazer isso porque ela está se
policiando, criticando, fiscalizando. O “negócio” é ter as pendências a
resolver em andamento, se organizar, e ao mesmo tempo ter bom humor. Ela tem
que construir alguma coisa. Uma primeira construção às vezes já dá um certo
“sangue novo”, um impulso, mas ainda não é tudo. Quando ela já conquistou três
coisas novas ela vai sentir mais autoconfiança, mais automotivação e ela aí vai
ficar “senhora do pedaço” na situação. Mas no início, quando a pessoa começa,
ela fica olhando tudo o que tem que fazer e acaba o bom humor, sim. Por
exemplo, se for deixar de fumar, três vezes ela fracassa e na quarta vai dar
certo. (...) Se a pessoa, por exemplo, tem quatro coisas básicas, sérias (para
mudar) é importante ela (começar por) aquela que tem interrelação com as
restantes para dar mais força, mais motivação, mais sinergia. Quais são as
pendências mais sérias? Reduzir ao mínimo, para três ou quatro. Dessas, qual
seria a primeira? Tudo tem que ser calculado para se organizar melhor. (Tertúlia 0923; 0h:52m).
Pergunta. Eu vejo a dificuldade que eu tenho, vejo
o problema, vejo a pendência, tenho motivação para suprir a necessidade de
pesquisa ou qualquer coisa assim, mas aí vem a preguiça, vem coisas, vem dia a
dia e eu não consigo manter. Resposta (WV). A primeira coisa é você colocar isso
no laptop e depois, qualquer coisa,
morder na língua. À hora que você vê que está errada, você morde na língua,
para doer, sentir (e lembrar) “eu prometi a mim mesma”. Ou você se organiza, ou
você está perdida. Se você for leniente, mole, displicente, se “joga a toalha”,
não dá. Qualquer coisa, pede para a turma te ajudar, pisar no pé, puxar a
orelha, dar um beliscão. Beliscão é uma beleza para isso, quando a pessoa pode
dar. Veja onde é que você erra, onde é que você está se desviando. Deve ter
algum motivo. Corta isso, elimina isso. Às vezes eliminando esse processo do
desvio, você sai da pista principal e vai para o acostamento. Aí é que tem que
ver o que é que está atraindo você. Essas atrações é que tem que acabar. Uma
boa coisa que pode ajudar é um laptop.
(...) Troca uma joia por um laptop.
Você já vai começar a se organizar. Colocar um laptop no lugar de uma joia, já é uma organização, é uma conquista
inicial séria e vai mostrar para ele ((referência ao companheiro da tertuliana que
questionou)) que você está querendo renovar mesmo. Dê uma demonstração
cabal, que ele não pode falar nada. (Tertúlia 0923; 0h:57m).
Pergunta. Eu tenho uma dúvida em relação ao bagulho
energético. A minha mãe, uma ou duas vezes por ano, ela me manda uma carta. O
tempo vai passando e aquilo vai acumulando. Resposta (WV). Se eu fosse
guardar o material que eu recebo da tenepes há 50 anos, esta sala não ia
aguentar. Mas tem carta que é bagulho energético que você tem que guardar. Eu
tenho carta que eu recebi de um país da África, querendo fazer-me
multimilionário da noite para o dia - lavagem de dinheiro. Eu tenho duas cartas
dessas guardadas para mostrar o que é que não se deve fazer. É um bagulho
energético mas é um bagulho didático, pedagógico. Eu nem respondi, porque se
responder já tem ligação. Ali tem nome, tem instituições, tem país, tem tudo, é
uma vergonha total. Agora, como é que eu posso falar numa coisa dessas se eu
não tiver o documento? Tem certas coisas que é preciso guardar. Carta, vai com
calma. (...) Pergunta. Pessoalmente, eu não gosto muito de guardar aquelas
cartas mas quando eu vou para jogar fora, eu falo: -”foi a minha mãe que me deu
… e depois se ela fala: - oh, meu filho, aquela carta que eu te dei...” ((risos)).
Resposta
(WV). Você ainda não está preparado para isso, esquece. Daqui a um ano
você torna a fazer uma visita (às cartas). Por enquanto, você não está
preparado. (Tertúlia
0923; 1h:00m).
Pergunta. O nível de pendências que a gente tem é
relativo ao nível de eficácia para poder executar: quanto menos pendência eu
tenho, mais eficaz eu sou. Tem a ver com o discernimento que a gente tem. A
gente vem com uma bagagem, com uma proposta para realizar uma série de coisas.
Na condição de reciclagem, você já tem algumas pendências porque você já deixou
coisas a fazer. Eu “pisei na bola” numa série de coisas mas eu consigo também
executar coisas que são bastante positivas. Eu queria entender a dinâmica (da
eficácia pessoal). Há uma compensação? Como é que é esse crédito e esse débito?
Resposta
(WV). Há, mas essa compensação é sempre uma diminuição. Ela nunca é uma
plenitude. A qualificação caiu. Exemplo. Uma pessoa veio com planos de ser
inversora. O tempo foi passando, ela fez algumas coisas mas não (conseguiu).
Ela é reciclante.A qualidade já caiu mas ela como reciclante, pode fazer de uma
tal maneira que pode até superar, (pode) ter uma maximoréxis e depois disso
pode até ter uma supermoréxis. A invéxis ficou pequena, a própria reciclagem
ficou pequena porque a proéxis suplantou tudo. Na hora em que ela deixou a
invéxis para fazer a recéxis, a qualidade caiu. Ela vai concertar isso ou não,
o problema é dela, mas existe o problema. Pensa bem na qualificação sua. (Tertúlia 0923; 1h:04m).
Pergunta. Se você parte da premissa de que é um
ponto do inacabado, que a evolução é algo que você está sempre construindo, tem
que tomar como base esse projeto que no caso é a proéxis. Resposta (WV). Esse projeto, do ponto de vista
do momento evolutivo, está relacionado com a sua idade física e com as suas
conquistas até ao momento. A cronémica aí é muito importante - quanto ao
trabalho e quanto ao seu processo físico. A idade física, perante o trabalho
que a pessoa está fazendo, por exemplo uma análise do conscienciograma ou do
proexograma, é o ponto de aferição, a unidade de medida que você vai ter. Veja
a escala evolutiva e o índice das faixas etárias ((referência ao Índice das Faixas
Etárias apresentado no Homo sapiens reurbanisatus, 3a Ed. Gratuita,2004, página
823: 01. Vida Fetal: Da Concepção a Ressoma; 02. Neonatologia: De 1 dia de vida
até aos 28 dias; 03. Lactância: Dos 29 dias de vida até aos 02 anos; 04.
Primeira Infância: Dos 02 anos e 1 dia até aos 4 anos; 05. Segunda Infância:
Dos 04 anos e 1 dia até aos 10 anos; 06. Pré-adolescência: Dos 10 anos e 1 dia
até aos 15 anos; 07. Adolescência: Dos 15 anos e 1 dia até aos 20 anos; 08.
Pós-adolescência: Dos 20 anos e 1 dia até aos 26 anos; 09. Adultidade: Dos 26
anos e 1 dia até aos 40 anos; 10. Meia-idade: Dos 40 anos e 1 dia até aos 65
anos; 11. Terceira idade: Dos 65 anos e 1 dia até aos 80 anos; 12. Quarta
Idade: Dos 80 anos e 1 dia até a Dessoma)). Essas três coisas estão
enroladas, tudo junto, há uma interação disso tudo. Cronémica (tempo),
proxémica (espaço) e qualificação (qualidade). É muito importante fazer uma
coisa que tenha relação com uma segunda, que tenha tenha entrosamento. Uma
coisa pode facilitar a execução da segunda, se for colocada em primeiro lugar.
Pensa na seletividade da qualificação do seu esforço. (Tertúlia 0923; 1h:07m).
Pergunta. Na maioria das recéxis (identificam-se)
excessos. A maioria dos excessos são (devidos a) maus hábitos. Exemplo: hobby que não traz (benefício) ou boutiques de sapatos, de roupa e de bijuteria dentro de casa. (Tertúlia 0923; 1h:10m).
Às vezes a pessoa fica guardando 50
folhetos de 18 páginas cada um, de uma coisa a que ela já não dá valor nenhum.
Vai “empurrando com a barriga” com preguiça de arrumar. Essa preguiça de
arrumação é que cria mais problemas de energia gravitante em casa. O que tem em
cima e atrás de armário e de guarda-roupa (é inacreditável). (Tertúlia 0923; 1h:19m).
Pergunta. Com relação à autodisciplina voltada ao
desenvolvimento da projetabilidade, quais os trafares ou trafais que geralmente
estão relacionados à falta de autodisciplina e que trafores podem ser úteis? Resposta (WV). Trafar:
é o problema da organização. A pessoa não tem retilinearidade da pensenização
dela. É o caso da pessoa que, para fazer uma pergunta faz um preâmbulo de cinco
coisas inúteis até enfocar o que ela quer. Às vezes isso é porque ela não
consegue pensar directo, ela pensa indirectamente e tem que acumular uma porção
de dados até chegar àquilo que ela precisa. Isso talvez seja o primeiro trafar
grande da pessoa - não ter linearidade, a cosmolinearidade do modo de pensar.
Se a pessoa pensa errado ela vai também agir errado e “empurrar com a barriga”
e não leva isso em consideração. (Tertúlia 0923; 1h:20m).
Pergunta. Como avaliar o nosso poder de
resolutividade das pendências quando ainda estamos na fase preparatória da vida
humana? Resposta
(WV). Não acumular as coisas desde já, pensando ainda tem muita vida
pela frente. E tem certas coisas que´é bom guardar desde já. Eu guardei livro
meu de 13 anos. Alguma coisa é bom guardar, nesse sentido, o que vai durar
muito tempo ou que vai servir para o futuro. Não há motivo para guardar as
coisas que não vão servir nunca. Às vezes, dar para os outros pode ser
assistência. (Tertúlia
0923; 1h:21m).
Pergunta. O meu filho (de 25 anos) chegou aqui em
Foz dependente do tabagismo. O meu filho está fumando ininterruptamente. Eu vi
em casa uma série de consciexes, trabalhei a energia e fiz o movimento com as
mãos para ver se limpava um pouco porque “a barra estava pesada”. Ele tem muita
resistência de chegar até aqui (embora) tudo indique que ele vai chegar. Mas
isso de internar para largar o tabagismo … como é que eu vou dizer “um negócio”
desses? Resposta
(WV). Quem é que quer falar? Resposta (TG). Meu nome é Tânia Guimarães,
eu deixei de fumar aos 32 anos. Eu fumava 3 maços / dia. Agente pode, é só
querer. Eu falei num domingo: - “Não vou fumar mais”, nunca mais fumei e tenho
61 anos. Resposta
(WV). É preciso falar com o rapaz: -”Como é que é? Você é macho ou não
é? Tem vontade ou não tem?”. Aqui ele não pode vir, que nós não temos cinzeiro.
Soluções: ajuda médica e motivação pelo terror – visita a doentes com doenças
pulmonares (traqueostomia, DPOC). (Tertúlia 0923; 1h:23m).
Pergunta. O senhor disse que o tabagismo também é
um problema de imaginação. Poderia falar sobre isso? Resposta (WV). O vício da
imaginação (precede o vício bioquímico). (Tertúlia 0923; 1h:28m).
Pergunta. Qual é o papel do atributo da
imaginação? Resposta (WV). A pessoa se empolga. Aí vem a parte química depois.
Em primeiro lugar, é a vontade da pessoa que manda no corpo. Lá pelo segundo,
terceiro ou quarto lugar é que é o corpo propriamente dito que manda em você.
Quem manda em você é a sua consciência, sua vontade, sua intenção. (Tertúlia 0923; 1h:31m).
Pergunta. Até que ponto devemos manter o
empreendimento que achamos que está esgotado? Resposta (WV). Nessa questão
de ficar demorando com a atitude, eu gosto de comparar (com a dúvida do
obstetra em fazer ou não cesariana a uma parturiente) e se passa da hora,
aquilo intoxica tudo. Uma empresa existe para o rendimento económico. Se ela
deixou de ter esse rendimento, ela entrou em prejuízo. Tem que estabelecer um
prazo em que você permite que aquele prejuízo aconteça. Depois daquele prazo -
6 meses por exemplo -, é fechar a empresa o mais depressa possível porque
senão, aquele prejuízo vai aumentando cada vez mais. (Tertúlia 0923; 1h:32m).
O princípio da centralização das idéias
intensificando a captação das neoidéias é o processo de bissociação da ciência,
quando uma, duas, três ideias, juntas, formam uma nova ideia. (Tertúlia 0923; 1h:36m).
Pergunta. Qual a relação entre pendência e erro? Resposta (WV). Se
a pendência é muito profunda e vai causar prejuízo, ela é um errão enorme. Na
tríade da erronia, houve um dano, há um erro e há o processo de ela não ter
feito nada. Às vezes o problema não é bem o erro, é a displicência. A pendência
é mais o processo da displicência quando ela é muito velha, muito antiga,
erada. Vai chegar a um ponto em que a pendência pode ser um dilema - uma
pendência que envolve uma porção de gente com repercussão em várias áreas. (Tertúlia 0923; 1h:38m).
Pergunta. Não entendi “a ação de levar tudo para
os originais finais”. Resposta (WV). O ideal é ver qual é o objetivo
daquilo que você está criando, do seu trabalho. Não pode fugir disso. Mas
também não pode construir o oitavo andar de um prédio (logo após o segundo
andar), tem de preencher a lacuna. Isso também se aplica à questão da ação de
levar tudo para os originais finais. Então eu digo: «a simplificação dos originais excessivos; a ação de levar tudo para os
originais finais». (Vieira, verbete Pendência).
Às vezes está faltando o mecanismo, o arcabouço, a estrutura intermediária para
chegar no fim. Você sempre tem conclusões iniciais, depois tem a do meio e
prossegue até chegar a uma conclusão que nunca é final mas é uma conclusão para
encerrar a pesquisa. (Tertúlia
0923; 1h:39m).
A mania de guardar tudo é da pessoa
psicótica, o doente mental que guarda cordão velho, pedaço de corda, pedra dos
lugares onde vai, etc. (Tertúlia
0923; 1h:40m).
Pergunta. Quais são os erros mais comuns dos
autores na finalização das obras? Resposta (WV). O detalhe. Comece a escrever
o seu livro colocando já a estrutura, sendo que você vai mexer em tudo aquilo,
mas vale a pena. Quem está no início não deve fazer isso mas quem já é veterano
e já tem por exemplo 100 páginas do seu original, é bom olhar isso porque
senão, vai ficar viciado na coisa errada para o resto da vida. Por exemplo, a
gente nunca deve escrever as coisas erradas sem falar que aquilo está errado,
senão aquilo vai ser um tropeço para o resto da vida em tudo o que mexer. Em
matéria de escrita, isso tem que sair certinho desde o início. Quando o autor é
veterano, tudo dele já sai mais ou menos certo. A revisão final vai ser mínima.
(Tertúlia 0923;
1h:44m).
Pergunta. A omissão deficitária pode ser
considerada uma pendência? Resposta (WV). Às vezes é pior. (Tertúlia 0923; 1h:43m).