Transcrição de conversas proferidas ou validadas por Waldo Vieira em tertúlias gravadas em vídeo. Projeto particular de teletertuliana portuguesa, não vinculado a Instituição Conscienciocêntrica.

Tertúlia 0958 - Debate


Tertúlia 0958, Debate, YouTube, canal Tertuliarium, https://www.youtube.com/watch?v=vZO4AROUVt4, publicado em 05 de maio de 2013.


Pergunta. Fiz um arco voltaico em uma senhora. Logo vi na mente que ela tinha um problema na coluna vertebral. As mãos pareciam ter sido guiadas para dois pontos da coluna dela. Ela me disse que tinha um processo grave na coluna e (perguntou) como é que eu tinha conhecimento disso. Como fiz isso? Resposta (WV). Foi assimilação simpática (com) heterodiagnóstico. Isso é um tipo de clarividência que o arco voltaico permite, a qualquer um. O problema é desenvolver a técnica. Assimilação simpática – foi o que aconteceu. Quando você desenvolver essa assimilação, você vai sentir na sua coluna a alteração da coluna da pessoa que está sob o arco voltaico. A assimilação mostra o diagnóstico, mostra o local, localiza e identifica os detalhes do distúrbio. (Tertúlia 0958; 0h:03m).

Árabes e palestinos são primos. Uma das piores coisas que tem o egoísmo é a teimosia. É a pessoa não reformular os seus processos de abordagem à renovação. O debate, quando não é feito, leva à guerra. É o que está acontecendo aí. (Tertúlia 0958; 0h:08m).

O laboratório conscienciológico da diferenciação pensênica é da Aracê. Eles fizeram-no para mostrar o processo das diferenças daquilo que a pessoa pensa. Isso aí mexe com o binômio admiração-discordância. (Tertúlia 0958; 0h:09m).

A pontificação de conhecimentos é quando a pessoa usa o magister dixit, quer dizer, ela usa o poder da autoridade, o poder da cognição, enfim, o abuso de poder. Isso é negativo. O debate (sobre todos os assuntos vitais em vez da pontificação de conhecimentos) é a parte democrática. Pergunta. Essa pontificação tenderia para um certo dogmatismo, um certo autoritarismo? Resposta (WV). É o dogmatismo. Pontificação é dogma. Aqui, eu procuro dar a minha opinião, só mudo quando eu vejo que tem racionalidade mas estou aberto a todo o tipo de crítica e deixo que todo o mundo exponha o que pensa. Nós temos que respeitar a opinião dos outros. Eu sou 100% favorável ao binômio admiração-discordância. Pergunta. A pontificação de conhecimentos é mais comum nas religiões? Resposta (WV). Nas religiões e na política também, devido ao processo da ditadura, o autoritarismo. Pergunta. Em função disso, quanto mais debate mais abertura, não é? Resposta (WV). Quanto mais debate, mais democracia. Por exemplo, o governo, antes de determinar uma nova medida, tem que colocar aquilo em discussão, para que haja um debate público. Nem sempre eles fazem isso, mas tudo tem que ser base da democracia. (Tertúlia 0958; 0h:11m).

Pergunta (AA). Qual é a melhor receita para distinguir o verdadeiro do falso? Resposta (WV). É a vivência daquilo. Pergunta (AA). A experimentação? Resposta (WV). A vivênca. Experimentação, pesquisa, usar o princípio da descrença. Pergunta (AA). Os filósofos gregos faziam uma distinção teórica, agora você coloca uma distinção prática, experimental e científica, porque a ciência também se baseia (na experimentação). Resposta (WV). Objectiva. Hoje em dia não adianta ficar muito com tro-lo-lo, bla-bla-bla, ti-ti-ti, blo-blo-blo… Pergunta (AA). Eu quero dizer que eu sou favorável a isso (em vez de) ficar na vã teoria da filosofia. Resposta (WV). Ir direto aos finalmente. Pergunta (AA). O pessoal me coloca muito como filósofo mas eu já saí dessa postura só teórica e intelectual. Resposta (WV). Você é mais o discutidor ((gracejando)), não é mais filósofo. Pergunta (AA). Não só eu, mas acho que todos nós aqui. Eu tenho uma ramificação filosófica mas não fico defendendo a vã filosofia, eu defendo o que é experimental. Resposta (WV). Está certo. A gente reconhece. (Tertúlia 0958; 0h:14m).

Hoje está muito na moda falar sobre pensamentos divergentes. É preciso haver pensamentos divergentes para haver crise de crescimento. Sem crise de crescimento não há evolução. Pergunta (AA). A base do debate são os pensamentos divergentes. Resposta (WV). Por exemplo, o pensamento divergente seu, da Tânia – a Tânia tem muito pensamento divergente – do Adélio… tem muito pensamento divergente. Sem pensamento divergente, “o povo não levanta a bola para a gente dar uma cortada”. Pergunta (AA). Existe a maiêutica grega e agora nós temos aqui a maiêutica dentro da tertúlia. Mas o que é que fundamentalmente progrediu? Resposta (WV). O que fundamentalmente progrediu é que a gente não fica com o tro-lo-ló do Sócrates. A maiêutica era boa mas era muito tro-lo-ló, era muita cerimônia, dava muita volta, aquilo que a gente chama de círculo pensênico. (Tertúlia 0958; 0h:17m).

Pergunta. O polinômio autopensenizações-leitura-anotações-debates é uma técnica de desenvolvimento mentalsomático? Resposta (WV). Esse polinômio é para mostrar a gradação das coisas e a interação das ideias. O Arlindo interessou-se por ver o livro ((referência ao livro Cultura e Resistência de Edward W. Said, do qual Waldo Vieira lera um trecho na tertúlia)). Ele teve autopensenização sobre o assunto do Edward Said. Ele pediu para ver o livro e falou que o tem, mas ele não leu o livro, senão ele saberia. Isso mostra que ele tem o livro mas não o leu. Ele está no segundo termo (do polinômio). Ele teve a autopensenização e vai entrar na leitura. Nessa leitura, é preciso fazer anotações. Depois, ele pode voltar aqui para fazer o debate. Então, veja: o debate, aqui, para ele está invertido. Eu não, eu estou certo: eu tive a autopensenização, li o livro, fiz as minhas anotações – você pode ver que o livro está todo anotado –, trouxe o livro e estou fazendo o debate. Eu estou seguindo o polinômio e ele não, ele está “pegando o bonde andando”. Você entendeu o encadeamento, a reação em cadeia, a corrente de ideias? O debate  é muito sério, no fim, para você clarear, ou ampliar, ou aprofundar aquilo que você pesquisou. Pergunta. O senhor disse que nada substitui o debate. É por causa do somatório de ideias do ponto de vista diferente? Resposta (WV). O debate é devido a ideias antagónicas que podem ainda não ter sido manifestadas. Então, a pessoa vem no intuito, com a intenção, de perguntar para ser esclarecido. Mas na maioria dos casos, quando ela pergunta, é porque já há uma pequena divergência ideativa. E isso é muito importante. Nós temos que ter pensamentos divergentes. Olha os outros polinômios dos verbetes para você entender mais do assunto. É uma técnica, o polinômio. (Tertúlia 0958; 0h:21m).

Pergunta. Em que momento a gente passa de informar a estar convencendo, num debate? Resposta (WV). Você nunca vai querer convencer. A tendência das pessoas é ter paixão pela ideia e na hora em que têm paixão elas querem persuadir todo o mundo de que elas estão certas. Você já viu como é que eu às vezes “abro mão”, “tiro o corpo fora”, deixo brigar e fico assistindo. (...). Eu gosto de informar e gosto de ver “o circo pegar fogo” às vezes, porque é o jeito de você semear alguma ideia nova. Mas eu não faço força, respeito a ideia da pessoa, não faço força para convencer ninguém. Essa é a minha técnica, mas isso é muito raro. A maioria não é assim. A psicologia chega a explicar a técnica de convencer alguém mexendo com a emoção da pessoa. Eu não penso nada disso. Eu às vezes crio dificuldades, em vez de facilitar. Eu crio dificuldades para que a pessoa amplie o ponto de vista dela (...) para ela não ficar ficar no primeiro plano e ver o segundo plano, o terceiro plano, etc. (Tertúlia 0958; 0h:25m).

A interação debates-tares. O debate tem que trazer esclarecimento. Senão, que debate besta é esse? (Tertúlia 0958; 0h:28m).

Pergunta. «A Contrapontologia; a Contradiciologia; a Controversiologia; a Confrontologia; a Confutaciologia; a Concordanciologia; a Conscienciologia» (Vieira, verbete Debate). Essa sequência seria uma espécie de enumeração? Resposta (WV). É uma aliteração. (...). Isso é para chamar a atenção da pessoa que lê para ela ver que esse universo não é pequeno, ele é grande. Debate é o cosmos em si – é o principal tema de debate que nós devíamos ter, porque tudo o que a gente fala está dentro do cosmos. (Tertúlia 0958; 0h:29m).

Pergunta. Como é que a gente pode relacionar o sinergismo das associações de ideias com a central extrafísica da Verdade? Resposta (WV). Quanto mais você ficar erudito ou polimático, ou mais culto perante determinada linha de pensamento, menos difícil será para você acessar a central extrafísica da Verdade. Porque a central faz assistência para as ideias profundas – ela dá a demão para isso, ela ajuda a pessoa nisso. Quanto mais a pessoa estudar, menos difícil vai ser ela acessar as centrais extrafísicas. Se ela ficar à distância, não vai adiantar muito. Agora, se começar a estudar muito, fazendo assistência, ela vai ter um “telefone vermelho” ligado o tempo todo, com a central, se ela quiser. Para isso, tem que estudar muita sinalética energética e parapsíquica pessoal. Você entendeu? Porque senão, acontecem as coisas e ela deixa passar, ela não vê o que está ocorrendo consigo mesma. Isso é muito mais comum do que a gente pensa. (Tertúlia 0958; 0h:30m).

Pergunta. Os paraconstructos que tem na Central Extrafísica da Verdade, ainda estão sob debate ou já são um consenso das consciexes mais avançadas? Resposta (WV). Alguns são (consensuais), outros estão em debate. Tudo aquilo que diz respeito por exemplo ao processo de Consciex Livre, ainda tem muita coisa obscura. Aquilo que é obscuro é de debate, aquilo que já está assentado, que já tem paradigma, um padrão, isso já é um ponto pacífico. Para nós, ponto pacífico, alguma coisa já vai até perto de serenão. Agora, para essa turma, alguma coisa eles entram no serenão mas (quanto à) Consciex Livre eles ainda “boiam”. Pergunta. Então, no colégio invisível dos serenões, ainda há muito debate? Resposta (WV). Há muito debate e as centrais têm relação com o colégio invisível. Por exemplo, você acessa um local desses (mas) não adianta eles mandarem para você uma ideia que você não tem capacidade de deglutir, de assimilar. Então, eles têm que dar aquilo dosado de acordo com o seu limite. Por isso eu falo: vamos ampliar os nossos limites. Nós precisamos de ampliar os limites mentaissomaticos de todo o mundo aqui. Quanto mais um aumenta, mais ele ajuda os outros a aumentar. É o fermento que leveda a massa, o processo do holopensene. O local em que uma só consciência é brilhante, tem um holopensene fraco. Mas coloca lá 10 pessoas brilhantes juntas – o holopensene fica muito mais enriquecido. Entendeu? A tendência de tudo é descer, porque a multidão se nivela por baixo. A liga, o grude, o link, a conexão, que junta uma pessoa com outra, é sempre o inferior, nunca vai ser “a maior”. Isso é da natureza humana e não tem jeito. Porque senão, não tem jeito de ligar ninguém – tem que começar por baixo. (Tertúlia 0958; 0h:32m).

Pergunta. «Sinonimologia: 01. Debatimento. 02. Debatedura, dialética; discussão. 03. Questionamento; refutação. 04. Contestação. 05. Argumentação; lógica; racionalidade. 06. Maiêutica. 07. Erística. 08. Controvérsia. 09. Polêmica. 10. Eloquência; retórica» (Vieira, verbete Debate). A erística fugiria um pouquinho dos outros porque ela já subentende a má intenção. Resposta (WV). A erística é debate ou não é? Pergunta. Desqualificado, não? Resposta (WV). Eu não estou pedindo qualificação. A erística é debate ou não é? Pergunta. É debate. Resposta (WV). Então está certíssimo como sinônimo. Está ou não está? Eu não qualifiquei. Qual é a tematologia do verbete? Pergunta. Neutro. Resposta (WV). O seu argumento já foi por água abaixo. Isso é o que se chama esvaziar o argumento. (Tertúlia 0958; 0h:35m).

Pergunta. Eu queria entender como uma pessoa desenvolve o colóquio. Resposta (WV). O colóquio é baseado na dialética. Eu não estou falando do colóquio popular, estou falando do colóquio erudito. Ele é baseado na dialética. A dialética, nada mais é do que um diálogo. O colóquio em si é um diálogo, uma conversação, pergunta e resposta, é o processo de entabular uma conversação visando o esclarecimento. Esse é que seria o colóquio em si. Para nós, o colóquio sério, seria por exemplo os diálogos do Sócrates. Hoje, eu gosto de usar coloquiologia nos verbetes e falo muito nessa linha de conhecimento porque “joga-se muita conversa fora” no "negócio" social. O nosso colóquio social ainda é pobre, é mais de botequim do que de universidade. Pergunta. E como se desenvolve esse colóquio? Resposta (WV). Melhorando essas conversas. Mas é que o povo às vezes, já está estudando tanto que quer relaxar, fugir – igualzinho àquela pessoa que vai ver uma comédia para rir e à maior besteira cai numa gargalhada que você escuta no outro quarteirão. Isso às vezes é fuga, porque a pessoa está sob tensão. O mentalsoma cria essa tensão. Uma pessoa uma vez afirmou para mim que ele achava que o mentalsoma é maior gerador de tensão do que o psicossoma. Eu falei que até um certo ponto sim, mas a rigor não é bem assim. A emoção é que cria mais tensão, porque tensão é mais emocional do que racional. Se uma pessoa racionalizar muito a tensão, ela praticamente desqualifica-a. Então, se uma pessoa racionalizar bem aquilo que ela está pensando ou debatendo, ela diminui o estresse. Agora, se ela ficar ansiosa pelo debate, ela aumenta o estresse e a tensão. Enteu o que eu quero dizer? Então o colóquio é uma coisa importante. É mais ou menos o que nós fazemos aqui: a tertúlia é uma sucessão de colóquios. (Tertúlia 0958; 0h:36m).

Pergunta. Eu queria que o senhor explorasse um pouco as discussões epistemológicas. Resposta (WV). As discussões epistemológicas (ocorrem) quando nós vamos estudar as bases da filosofia e da ciência, junto com toda a metodologia que ela exige. Aí vai entrar a hermenêutica, vai entrar a exegética, vai entrar a analítica. Há gente que não gosta nem de usar a palavra “analítica” mas é análise e você precisa dela e é ela que vai levar você a determinadas sínteses teáticas, para você aplicar aquilo que aprendeu no seu dia-a-dia. Então, tem que ter a teoria e tem que ter a prática, a vivência. Agora, (em) tudo nós caminhamos para uma síntese. Todas as nossas tertúlias objetivam determinadas sínteses. Que é que vocês acham? Por exemplo, qual seria a síntese básica de todas as tertúlias? Que é que vocês acham? Quedê os palpites? Evolução, cosmoética, prioridade… tudo é a mesma coisa. Que é que vocês acham? É a evolução. É o caminho – nós estamos caminhando para isso. Então, o debate é uma necessidade. Você entendeu? Pergunta. Entendi. Então, não teria como prosseguir uma pesquisa aprofundada sem uma discussão epistemológica prévia? Resposta (WV). Eu vou falar na sua linguagem. Você é quadrinista. Você é um artista da arte sequencial. O que é que seriam os quadrinhos sem balão? Aquilo é natureza morta. O balão é que dá o debate. Sem balão, não tem atividade, principalmente intelectual. O “negócio” fica natureza morta. Então, o balão é o colóquio. Às vezes, num quadrinho você coloca o balão três vezes para a mesma pessoa num colóquio com outra. A outra falou dois balões e ela falou três. Pergunta. É como uma fala sequenciada rápida. Resposta (WV). Isso é a arte sequencial. No caso, é a sequência do colóquio, a sequência do debate, a sequência da dialética. (Tertúlia 0958; 0h:39m).

Pergunta. Eu não entendi porque é que o senhor colocou na Estrangeirismologia (do verbete Debate) os gêneros energéticos yin / yang. Resposta (WV). O yin e o yang, você não entendeu porquê? Pergunta. Olhe o que eu pensei. Eu faria uma analogia do ying como uma pessoa debatedora flexível demais e o yang com a pessoa debatedora rígida demais. Resposta (WV). Não é isso. É a perda de tempo com a defesa de género. (Tertúlia 0958; 0h:42m).

Pergunta. Qual é a relação da parapsicoteca com a Central Extrafísica da Verdade? Resposta (WV). A parapsicoteca traz aqueles recursos, o repositório de conhecimento, principalmente comportamento, atos, ações, vivências, vidas de todo o mundo. Isso tem relação muito séria com a realidade. A realidade até um certo ponto pode ser a verdade, desde que essa realidade seja bem interpretada – isso é o que nós chamamos de verdade. Agora, essa realidade pode ser uma pararealidade, (assim) como o fato pode ser um parafato. Lá, tem isso tudo: tem o fato e o parafato; a realidade e a pararealidade. Lá tem, até um certo ponto, o pensene pensado e o pensene na ação. Então, tem a pensenização e tem o ato. A gama, o leque, a panorâmica, a cosmovisão, é a maior que pode acontecer, porque tem de tudo. Como repertório, como inventariologia, como arquivologia ou arquivística, a parapsicoteca é um… é difícil de expor isso, de tão grande que é. Pergunta. Então, teria na psicoteca um arquivo dos dois: do pensene pensado e do pensene vivido. E qual seria a diferença? Resposta (WV). Um é teórico e o outro é prático. Pergunta. Sim, mas por exemplo, uma pessoa pensa muito negativo sobre as outras e ela é uma pessoa que age e que tenta agradar a todo o mundo. Tem uma discrepância. Resposta (WV). Mas aparecem os dois lados – mostra todas as incoerências de todo o mundo. Ninguém escapa disso. (Tertúlia 0958; 0h:44m).

Pergunta. O senhor pode falar um pouco mais sobre o pós-debate? Resposta (WV). O pós-debate é o seguinte: o que é que você vai levar para casa dessa tertúlia? (...). Tem alguém aqui que fica ruminando alguma coisa que escutou na tertúlia? Eu tenho provas disso, quando, às 8h:30m da manhã, uma pessoa vem conversar comigo e (diz que está encasquetada com algo que eu falei numa tertúlia há quinze dias atrás. Eu explico e depois eu digo: - “Vamos situar você dentro desse conhecimento. Porque é que isso mexe com você?”). Isso tudo é a interatividade do processo ideológico ou ideativo. Tudo tem interatividade. (Tertúlia 0958; 0h:46m). Pergunta. Eu queria saber se tem algum outro aspecto quando o debate não é tão positivo? Resposta (WV). Se o debate não é positivo, ele também não tem tanto efeito. O debate, mesmo se ele for positivo, ele pode criar ideias novas e dar efeito ou vai ficar do jeito que era porque foi reafirmada aquela realidade que as pessoas admitiam. O que não deu nada, não tem efeito nenhum. Pergunta. Outro aspecto que eu queria que o senhor comentasse é entre os debatedores, porque, às vezes, as pessoas no próprio debate acabam divergindo e não levam essa divergência de uma forma tão positiva. Resposta (WV). Não, porque tem o processo do argumento ad hominem. Eles colocam a pessoa do debatedor dentro do debate que não tem nada que ver. Se estão debatendo a pessoa, é outra coisa. Por exemplo, na conscin-cobaia é o argumento ad hominem – tem que desancar com a pessoa ((gracejando)) – tem que falar sobre a pessoa, é o argumento ad hominem materializado. Pergunta. Mas fora do conscin-cobaia voluntário, quando acontece isso, acaba prejudicando o debate em si. Resposta (WV). Na conscin-cobaia sim, em outros debates não. Se estamos a estudar a mandioca, vão colocar você lá no meio da mandioca? Você não tem nada que ver com isso. Isso é que é o argumento ad hominem, isso está errado. O teor, a natureza, a qualificação do debate é muito importante. Isso é a educação do debatedor. O debatedor tem que ter educação. Eu acho muito positivo e interessante uma pessoa extrovertida que fala pelos cotovelos e que num debate se comporta bem. Isso acontece – ali no debate ela é educada e no normal é da anomia, da anarquia. Eu conheço gente assim. Pergunta. E ao contrário, o senhor conhece? Resposta (WV). Também, mas esse é o normal ((rindo)). Esse outro é que é o difícil. (Tertúlia 0958; 0h:46m).

Pergunta. «Exemplologia: minidebate = a discussão pública, democrática, técnica, curta, superficial, simples, primária; megadebate = a discussão pública, democrática, técnica, prolongada, profunda, abrangente, avançada» (Vieira, verbete Debate). Eu fiquei confusa porque, tanto no minidebate como no megadebate, o senhor coloca “técnica”. Resposta (WV). Existe mini técnica e existe mega técnica. Existe técnica primária e existe técnica avançada, evoluída – é isso que eu quero dizer. Pergunta. O termo “técnica” não qualifica sempre? Resposta (WV). Não. Um artesão usa uma técnica que vem do seu avô – aquilo é uma técnica – (no entanto) ele já usa máquina e já existe máquina mais avançada do que a dele. (...). Há uma técnica primária e uma técnica evoluída .Pergunta. Então a palavra em si não é qualificadora. Resposta (WV). De modo algum. Agora veja: existe a tecnologia daqui e existe uma  paratecnologia, como eu chamo, que é mais avançada ainda. Existe o minidebate – o primário – e o megadebate – o avançado, o que interessa. Quanto à estrutura, muita coisa embola, mas eu quero ver é a finalização, a acabativa, a análise final que leve a uma síntese. (Tertúlia 0958; 0h:51m).

Pergunta. «Enumerologia: as pesquisas; as heterocríticas; as conferências; os workshops; os seminários; os congressos; os debates»  (Vieira, verbete Debate). Porque é que “debate” foi para o final da enumerologia? Há um crescendo? Resposta (WV). Eu acho que está perfeito. Há um crescimento numa ordem que, da pessoa, foi para o público. (Tertúlia 0958; 0h:55m).

Pergunta. Eu queria entender como é que uma pessoa é extrovertida ou caótica e no debate se comporta? Resposta (WV). Se a pessoa está livre, ela se solta, ela não tem amarras, ela não tem limites. Agora, na hora do debate, está todo o mundo de olho nela. Ela sabe que ela virou vedete, ela é uma estrela ali, temporariamente, ela não pode fazer feio. Então, a pessoa se restringe, fica educada, impõe a si mesma determinadas limitações. É preciso ter muito “jogo de cintura” para a pessoa ser as duas coisas. Essa personalidade é mais rara, mas existe. Eu já vi umas três pessoas assim, todos homens. (...). O que influi mais (nessa personalidade) é o comedimento – o método pessoal da pessoa se manifestar. (...). Uma pessoa ser comedida, às vezes é muito difícil. A tendência da pessoa que fala pelos cotovelos é ela falar pelos cotovelos o tempo todo, é ela não ter um “esconfiômetro”, é ela não ter um “mancômetro” e ela ser carregada de “achismo”. (Tertúlia 0958; 0h:57m).

Pergunta. Como a gente sabe se o debate atendeu, superou ou ficou abaixo do esperado, da expectativa? Resposta (WV). É pelo nível de esclarecimento que o debate trouxe – pelas perguntas e pela calma que deu depois da explicação – o saldo, o produto, o que sobrou. Pergunta. Deve-se procurar chegar a uma síntese no final? Resposta (WV). Sempre é bom ter uma síntese, lembrando que não existe conclusão final nem síntese final. Depois da síntese começa uma nova análise. Depois daquela conclusão, pode-se começar a engendrar uma elucubração de outras conclusões lá na frente. Enfim, tudo é infinito, é indefinido, é um horizonte – smpre tem outro depois. (Tertúlia 0958; 1h:02m).Pergunta. E quanto ao número de participantes, a gente deve fazer alguma coisa para promover mais? Resposta (WV). O que interessa é a qualidade dos participantes. Um debate com 20 pessoas que estão afeitas aos temas do debate é muito melhor do que um debate com 200 pessoas de qualquer maneira. (Tertúlia 0958; 1h:04m). Pergunta. Tem alguma coisa que dê para agente fazer no pós-debate? Resposta (WV). Por exemplo, três debates diferentes mas todos dentro da mesma linha, “forçam a barra” (no sentido de) um pós-debate melhor. (Tertúlia 0958; 1h:05m).

Pergunta. Fazendo um contraponto entre a ciência convencional e as neociências como a Conscienciologia e a Projeciologia, quais seriam os enigmas da Ciência Convencional? Resposta (WV). Tem um “enigmão” com que eles estão enrolados agora – o colisor (dito em 14.09.2008) da física para saber se o Big Bang existiu e como é que foi. Pergunta. Não dá para eliminar a ciência convencional de vez porque … Resposta (WV). … nós todos precisamos do electrão, só que não podemos estar sobrevalorizando o electrão do jeito que eles fazem. Eles fazem isso porque eles estão estudando os outros, eles não estudam eles mesmos. Eles estão estudando a colisão das partículas atómicas e deviam estar estudando era a cabeça deles, porque eles vão dessomar. Estão repetindo as vidas, do mesmo jeito que era. Não há prioridade para acabar com as guerras – a ciência eletronótica é de morte, literalmente de morte, belicista. Aplica a bomba atomica… com esse colisor, é bem possível que amanhã façam uma bomba, com os resultados que obtiverem. Algum tipo de bomba que ainda não tenham. Uma bomba de uma partícula que não foi usada e que não precisa de urânio – é bem possível. Pergunta. Desculpa, mas não daria para ser colocado, ao invés de “os enigmas”, alguma pontuação mais precisa, em cima da própria consciência? Resposta (WV). Antigamente, sabe o que é que é que eles colocaram? Era “mistérios” e isso é muito pior. Hoje, a ciência convencional já não usa o mistério. Hoje, o mistério é usado nas igrejas, na religião. Eu uso uma coisa que é superior a isso – a matelogia, que é uma ciência – esse é que é o enigma mais sério. (Tertúlia 0958; 1h:06m).

Pergunta. Eu gostaria de entender melhor a Multiculturologia Democrática. Resposta (WV). A maioria dos acadêmicos das universidades são contra a multiculturologia porque eles não são democratas. Os ph.Deus e ph.Divas, pontificam, são autocratas, não têm democracia. Devido a não terem democracia, eles não têm multiculturologia. Na universidade onde você estuda, eu garanto que não tem multiculturologia. (Tertúlia 0958; 1h:11m).

Pergunta. Eu gostaria de perguntar o que é que uma pessoa tímida, no caso uma pessoa que tem dificuldade de se colocar em debate,o que é que ela pode fazer para começar a participar mais dos debates? Resposta (WV). É ela tomar água com açúcar e enfrentar o debate. Não tem outro jeito. Tem que vivenciar. Não tem outra saída. Agora, em vez de água com açúcar pode tomar água de melissa ou uma homeopatia dessas suaves – às vezes é placebo, mas vale a pena. Pergunta. Existiria um debatedor – uma pessoa que debate bastante – introvertido? É possível isso? Existe? Resposta (WV). Existe. É aquela pessoa que vai debater tatibitate. Eu já vi surfista debatendo (assim) lá no Rio. O cara só falava:-“Não, cara! Sou contra!” E não explicava nada. Tem surfistas que falam assim: tatibitate, telegráfico, tudo curtinho. Até um certo ponto isso é autismo. Existe isso. Ele não explica nada e acha que está explicando tudo. Geralmente, as pessoas que são tatibitate, acham que já fizeram uma discussão enorme e todo o mundo entendeu, porque pensam mais do que falam e não conseguem expor todo o pensamento que elas têm. Por isso eu falo para estudarem retilinearidade de pensamento, pensenização, porque a pessoa pode melhorar. (Tertúlia 0958; 1h:13m).

Pergunta. gostaria de entender o papel da irreverência no debate. Resposta (WV). A irreverência é importante para mostrar que a pessoa está sólida nos seus argumentos, ela está confiante, ela sabe de que é que ela está falando. Ela se torna irreverente porque ela não tem medo da controvérsia, ela “topa” qualquer questionamento. A irreverência mostra que a pessoa está dominando o assunto. Agora, o sarcasmo não, o sarcasmo já está indo contra a pessoa, isso aí já não é o ideal. (...). Se uma pessoa faz uma piada, ela mostra que ela está dominando o assunto. Já o outro que sofre com aquilo, não domina, ele é escravo do assunto. (Tertúlia 0958; 1h:15m).

Pergunta. Eu queria saber se o Voltaire se enrolou tanto quanto o Rousseau. O que é que o senhor sabe disso? Resposta (WV). O Voltaire se enrolou porque ele já estava enrolado. Ele era excessivamente irônico, já era enrolado. Rousseau era mais sério. Voltaire, devido à época e à condição dele, ajudou muita gente, mesmo com toda aquela ironia dele. Esse processo, por exemplo, da pena ser superior à espada, é muita coisa dele. Pergunta. Hoje ele estaria em contacto com as ideias da Conscienciologia? Resposta (WV). Ele não me foi apresentado nem apareceu. Não sei. (Tertúlia 0958; 1h:17m).

Pergunta. Muitas vezes o senhor (diz) que já pode falar algumas ideias avançadas porque a massa já foi levedada. Ocorre o oposto, ou seja, (existem) ideias que o senhor trouxe e que nós não entendemos e então o senhor parou de tocar naquele assunto porque não adiantou? Resposta (WV). Eu fiz isso: o passe para o escuro e a tenepes, durante muito tempo. Depois eu fiz isso também com a invéxis durante muito tempo. Pergunta. Aqui hoje? Resposta (WV). Não! Isso foi há algumas dezenas de anos. Foi por isso que eu tive que esperar as novas gerações. Pergunta. Aqui, hoje, o senhor não enfrenta mais esse problema? Resposta (WV). Não, hoje eu sei dosar mais as coisas, o universo (de pessoas) é maior, é mais fácil. No início era tudo mais difícil, eu estava destorroando, tirando os torrões da terra, as pedras do caminho. No caminho tem um milhão de pedras. Havia um milhão de pedras no meio do caminho, agora há uma pedra só. Eu tinha que limpar aquilo. Hoje, aqui, é diferente. Agora, a gente dosa. Por exemplo, nesta semana nós tivemos aqui nas tertúlias dois temas mais avançadinhos que vocês selecionaram. Então, essa turma já está entendendo. O povo já está aguentando debater duas horas uns temas desses que são avançados. Antigamente isso não era nem sonho. Nem do ponto de vista do mundo onírico havia ambiente para isso. Hoje já tem. Melhorou tudo. (Tertúlia 0958; 1h:18m).

Pergunta. Qual a característica que faz com que o educador transforme ideias avançadas, de ponta, como as nossas – ideias técnicas, de curso intermissivo – (de modo a que possam) ser acessadas por diferentes grupos? Resposta (WV). É você traduzir. Agora, para traduzir você tem que mostrar a estrutura que compõe aquela ideia. Para isso tem que ter reeducação. Daqui a umas dezenas de anos, se as ICs se firmarem, vai ser muito mais fácil falar desses temas e também de outros mais evoluídos ainda. Mas até agora, tem que explicar tudo. E é muita estrutura interna, subjetiva, que tem aquele tema, que você tem que explicar. Não adianta “falar no escuro” ou “aparecer o ar”, tem que ter pilotis – falando a sua linguagem – estrutura, alicerces, as fundações do pensamento, do constructo, senão não adianta nada. Pergunta. Dentro dessa ideia, tem algumas pessoas que acessam com mais facilidade vários grupos, elas não ficam restringidas só a um. Resposta (WV). Há (pessoas) mais polivalentes do que outras, mais versáteis. A capacidade de absorção devido ao approach, à abordagem, é maior. (Tertúlia 0958; 1h:20m).

Pergunta. Qual é o aspecto essencial a ser trabalhado para se transformar um antigo poeta em um cientista contemporâneo? Resposta (WV). Primeiro é a auto organização e segundo cortar toda a frivolidade, futilidade. Como é que é Flavia? Ela vai falar porque eu dei para ela uma listagem de dez pensamentos. Resposta (Flavia). A suntuosidade, a trivialidade, a banalidade, a pompa, a sofisticação, o suntuário – tem que cortar tudo o que é superficial, para ter conteúdo. (Tertúlia 0958; 1h:22m).

Pergunta. Uma das coisas que mais me fascina nesse processo de debate é a questão da interpretação e da realidade. Resposta (WV). A hermenêutica e a exegética. Pergunta. Exatamente. O professor falou ainda há pouco que a realidade, no caso, seria a verdade bem interpretada. Considerando que todo o debate é sempre uma exposição de interpretações, o que é que qualifica essa interpretação? Resposta (WV). É o discernimento. O discernimento tem que mostrar muita vivência e experiência da pessoa.Existe uma expressão que eu e a Katia já usamos há algum tempo - “interpretose” –, que é a doença crônica, cronificada, das interpretações erradas, ou da falta da interpretação correcta. A maioria das pessoas não interpretam bem a própria vida. Na ciência convencional eles não têm prioridade, eles não estudam eles mesmos. A hermenêutica da própria vida “está furada”, já começou errado. O (que é necessário) é vivência, experiência, pesquisa. (Tertúlia 0958; 1h:23m).

Os debates de ciência são positivos, sempre trazem alguma coisa mas existem as polêmicas inúteis, as vazias, aquelas apenas por vaidade. Essas não prestam. Mas isso, quando acontece em ciência, todo o mundo aponta, grita, fala, solta a vaia e acaba com tudo. (Tertúlia 0958; 1h:25m).

Pergunta. Quando num debate se enfrentam pessoas de diferentes paradigmas, qual deve ser a postura? Resposta (WV). Se uma pessoa tem outras ideias, você respeita totalmente a ideia dela. Você apenas aponta:-”Seria bom você estudar “este” pensamento divergente do seu. Não fica com a ideia de que é um pensamento que vai contra o seu, fica com a ideia de que é um pensamento que vai enriquecer esse que você já tem”. Esse é o caminho para mostrar alguma coisa útil para a pessoa. (Tertúlia 0958; 1h:26m).

Pergunta. Hoje à tarde (dito em 14.09.2008) nós vamos ter um debate promovido pela UNICIN ((sigla para União das Instituições Conscienciocêntricas Internacionais)) sobre protagonismo na CCCI ((sigla para Comunidade Conscienciológica Cosmoética Internacional)), no Discernimento. Eu gostaria de perguntar para o senhor quais são os assuntos que nós poderíamos estar debatendo para fortalecer e desenvolver mais o grupo no sentido do protagonismo e da liderança. Resposta (WV). É você colocar cada pessoa com uma função específica de acordo com o seu temperamento e o seu perfil pessoal. E apurar todos os findings, todos os achados, todo o produtos dessa pesquisa e dessa função, com o passar do tempo. Com isso, você vai apurar todos os trabalhos bons que uma organização esteja fazendo. Pergunta. O senhor acha que vale a pena a gente continuar promovendo o debate no sentido do protagonismo? Resposta (WV). Sim, é muito importante. Esse vai sugerir, vai inspirar outros tipos de debate. Vocês não devem parar com os debates. Quanto mais os fizerem, melhor. (Tertúlia 0958; 1h:27m).

Pergunta. Em termos de imaturidades ou traços imaturos dos debatedores que atrapalham o debate útil que o senhor comentou... Resposta (WV). O processo pior é o egoísmo, sempre – o dono da verdade acha que o seu ponto de vista é que qualifica. A gente nunca deve entrar em debates assim. A gente tem que entrar desarmado, totalmente livre e democrático. Você vem com uma ideia mas você não quer afirmar aquela ideia, você quer expor. E você quer também “pegar” as ideias dos outros para enriquecer a ideia que você trouxe. Isso é o ideal. Uma pessoa que já vem com apriorismose, uma idea fixa de que é a dele que tem que predominar... “está danado”. (Tertúlia 0958; 1h:29m).

Pergunta. No Homo sapiens pacíficus «toda heterocritica lançada no cosmos, recebe herocríticas de retorno, suave ou veemente, aqui ou acolá, hoje ou amanhã, da psicosfera pessoal à holosfera». O senhor poderia ampliar esse conceito? Resposta (WV). Por exemplo, há várias ideias novas que eu estou trazendo, (com este) corpo. É a primeira vez que se fala isso na Terra. Uma vez eu pedi para separarem e separaram mais de 50 (ideias), que são novas. Só de neologismos, nós temos mais de quatro mil. Pensa nisso. Uma das coisas novas que eu trouxe foi o Homo sapiens sereníssimos. Eu já falei isso, já há quase 40 anos. A teoria está imbatível – ninguém acabou com ela. Pensa nisso. (Tertúlia 0958; 1h:30m).

Pergunta. O trabalho aqui na clínica aumentou muito. Não em quantidade de pacientes internos mas ao nível de gravidade dos mesmos e obviamente afetou os terapeutas. É possível se fazer um contra arrastão energético? Vocês podem nos ajudar, digo, os tenepessistas, colocando nossa turma em vossas práticas energéticas? Resposta (WV). Esta é uma clínica de toxicómanos que eu conheço. Vamos fazer. Está precisando. Vamos pensar nisso. (Tertúlia 0958; 1h:31m).

Pergunta. Estou fazendo EV já há três meses. Todas as noites, é só começar a fazer o EV, vem um zumbido forte no ouvido esquerdo que perdura um bom tempo depois de terminar. Antes de começar não ouço nada, mas é (só) começar e lá vem o zumbido. O que pode ser? Resposta (WV). Pode ser que eles estejam a preparar a sua sinalética através da vibração timpânica esquerda. Fica de olho. Agora, qualquer coisa, vá ao otorrino para examinar se tem alguma coisa no seu ouvido ou se tem cera e é preciso limpar. (Tertúlia 0958; 1h:32m).

Pergunta. Você poderia explicar o binômio evolutivo comunitarismo-cosmopolitismo? Resposta (WV). Comunitarismo diz respeito a uma comunidade, a um local restrito e acanhado. A cosmovisiologia diz respeito ao total maior.Uma coisa é a parte, outra coisa é o todo. Aqui, é o problema da evolução da parte em relação com o todo – a comunidade e o cosmopolitismo. Cosmopolita é aquela pessoa que é internacional; comunitária é aquela pessoa que é interiorana, provinciana e interiorota. (Tertúlia 0958; 1h:33m).

Pergunta. Que recursos o condutor / regulador do debate poderia utilizar para dinamizar as ideias expostas pelos debatedores? Qual o papel que o condutor tem de ter dentro do debate em relação ao enriquecimento da reunião? Resposta (WV). O papel de quem está conduzindo – o poder moderador do debate – é muito importante. Quando ele vê que uma pessoa está se excedendo, ele pede moderação; qando ele vê que está faltando alguma coisa, ele faz uma adição ao esclarecimento do assunto. É muito importante a personalidade de quem está promovendo o debate. (Tertúlia 0958; 1h:34m).

Pergunta. Na sua opinião, qual é a melhor defesa energética? O EV seria o melhor caminho? O que posso ler mais sobre esse assunto? Resposta (WV). Seria bom você ler alguns dos meus livros e alguns dos verbetes em que a gente fala de autodefesa energética – que é o desassédio. O EV é a base de tudo. (Tertúlia 0958; 1h:35m).

Pergunta. O efeito halo ou em ricochete das neoideias, você os considera sinônimos ou quiz citar  apenas esses dois efeitos? Poderia explicar melhor isso? Resposta (WV). Ricochete é aquilo que bate e volta. Halo é aquele que se expande. Eles são diferentes, (ricochete tem retorno e halo tem expansão). (Tertúlia 0958; 1h:36m).

Pergunta. Qual o seu entendimento (sobre debate, doutrinação e convencimento ao assediador na desobsessão espírita)? Resposta (WV). Se a doutrinação fosse boa, eu estaria fazendo. Se a desobsessão doutrinária fosse boa, eu estaria fazendo. Eu deixei porque isso não presta, isso não tem democracia. A gente tem que expor a coisa para a pessoa, mas sem querer convencê-la, mas mostrando o erro dela, os fatos como são, (o que é) interessante e qual é a conclusão disso. De modo que, debate é uma coisa e doutrinação é outra. A doutrinação vem de cima para baixo para amassar o que está em baixo. Debate é uma coisa no mesmo nível, estão procurando esclarecer reciprocamente – é um esclarecimento mútuo. Desobsessão espírita é o convencimento do assediador – isso é tolice, não é por aí. O assediado é que tem que se convencer, mas é ele mesmo e não a gente a ele. (A gente deve) ponderar, mostrar os fatos, mostrar exemplos, expor a situação de uma maneira mais clara. (Tertúlia 0958; 1h:37m).

Pergunta. Como chegar “aos finalmente” no debate quando há o «pingue-pongue das argumentações; os argumentos lógicos; a sustentação de razões» (Vieira, verbete Debate)? Resposta (WV). Sempre se chega ao finalmente, no debate. O problema é ter harmonia, ponderação, racionalidade, lógica. Se a pessoa usar a racionalidade, sempre se chega a um consenso. Agora, há condições em que o consenso é justamente a falta de consenso. Então, cada um tem que ficar com a sua ideia porque não adianta, eles são irredutíveis. Quando são irredutíveis, são dois asnos que estão discutindo – rabo de burro só cresce para baixo. Asnice é tolice. Onde tem tolice, nada funciona. (Tertúlia 0958; 1h:38m).

Pergunta. Quais seriam as principais evitações ou mata-burros no processo de debate útil? Poderia explicar a relação holochacral entre a taquicardia e o vacilo da voz durante o debate mais intenso? Qual seria a técnica mais eficaz para eliminar essa condição? Resposta (WV). Vacilo de voz é besteira. Não "siga'' que a pessoa esteja psiquicamente alterada pela voz dela, que isso é bobagem. (...) Vacilo da voz da pessoa às vezes é porque ela já está extenuada, não tem nada que ver com a parte psicológica ou com aquilo que ela pensa. Se a pessoa tem taquicardia num debate, ela tem que se tratar. Num debate não pode tremer, não pode ter taquicardia, tem que ter tranquilidade. O debate tem que ser útil, tem que ser democrático, tem que ser civilizado, tem que ter equilíbrio. (Principal evitação): se uma pessoa está exasperada, está nervosa, está alterada, não deve participar do debate. (Tertúlia 0958; 1h:40m).

Pergunta. Há quase quinze anos atrás você estava dando uma palestra no centro espírita de Curitiba e eu fiquei muito zangado com você. Falei que você estava cuspindo no prato que tinha comido. E foi justamente essas ideias novas que me ajudaram muito. Tem algumas dicas de como falar de ideais sem chamar para nós os assediadores dos carolas, como eu era? Resposta (WV). Esse processo da pessoa que é totalmente fanática por ideias, a melhor coisa que faz é abençoá-la. É chamá-la para jantar e dar muita sobremesa para ela, se ela puder comer. É fazer alguma coisa nesse sentido, porque ela tem que mudar e não adianta a gente querer convencer. Vocês já viram esses caras que vendem bíblia na praça pública? Alguém aí já perdeu tempo em querer mudar a ideia desse povo? Eles são todos bitolados, esqueça, não perca tempo com essas pessoas. É o meu caso. Vocês já pensaram, se eu tivesse desistido nessa ocasião, há quinze anos? (...). André Luiz falou (nos chacras) em Mecanismos da Mediunidade e principalmente em Evolução em Dois Mundos. Quem é que já estudou esses livros depois disso? Ninguém. Eles só falam que os livros são muito bons mas ninguém estudou nada. (...). Eu fui a uma fazenda com os espíritas para mostrar como é que agia com as energias: a energia da grama, a energia do rio, a energia da água parada, a energia da árvore… fui mostrando. Tinha mais de duzentas pessoas comigo. Eu passei o dia inteiro, praticamente, numa fazenda. Não adiantou nada. (...). Os espíritas de Portalegre foram ao Rio para eu dar uma entrevista para eles. Eu dei a entrevista uma manhã inteira (sobre reencarnação). Gravaram tudo e filmaram tudo. À hora em que eles estavam saindo, eu virei-me para a minha mulher e falei assim:-”Eles não vão publicar nada do que eu falei.” Vocês viram  a publicação? E não falaram nada! O fanatismo é um “negócio” terrível. Religião é o pior tipo de fanatismo que tem. É pior do que o fanatismo do materialista da ciência convencional. (Tertúlia 0958; 1h:42m).

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