Laboratório
conscienciológico da autorganização. Pergunta. Professor, eu queria que você fizesse uma relação
entre o “laboratório conscienciológico da autorganização” com “a evitação da
subordinação ou sujeição amaurótica interconsciencial”. Resposta (WV). A
autorganização é colocar a disciplina em tudo. Se você tem contacto com outra
pessoa ou se aquela pessoa, pela própria condição ou função dela, tem ordem
sobre você, você tem que se disciplinar perante isso. O problema é você limitar
onde termina o poder dessa pessoa, dentro do serviço, sobre você e onde é que
você tem que ter autonomia. Às vezes isso vicia a pessoa e ela se entrega,
relaxa. Então tem aquela pessoa que às vezes está fazendo um trabalho há 12
anos contra aquilo. Eu falo para essas pessoas mudarem a vida toda. Vai passar
aperto debaixo do viaduto, mora lá, faz o sacrifício durante uma temporada mas
sai fora disso, que depois você se liberta. A autonomia séria é nessa hora em
que precisa acabar com a patologia. A autorganização é que leva a pessoa a
diagnosticar, a ver a profundidade disso, ver se está na hora certa, ver o que
é que realmente ela quer, olhar a voliciologia dela. (Tertúlia 0931; 1h:35m). Pergunta. A
gente pode dizer que a autorganização é o traço chave para superar qualquer
condição de subordinação? Resposta (WV). Para superar qualquer condição patológica.
Quando os médicos indicam um spa a uma pessoa, é para ela se organizar. Ela vai
ter horário certo para tomar remédio, para se alimentar, para dormir, vai ter
companhias adequadas – que não são as más companhias que ela tinha antes. Isso
tudo faz parte da autorganização. A medicina é um conjunto de critérios de
organização consciencial. A Conscienciologia é um conjunto de organização
consciencial para a evolução da consciência – tudo o que a gente tem. Então,
organização e disciplina são inevitáveis. Na Terra, a disciplina que tem mais
(organização e disciplina) geralmente é a belicista, a caserna. É um processo
de bicho contra bicho – o bicho superior que domina o bicho inferior – mas tudo
é uma força bruta que ainda não é o ideal. Mas é o jeito da pessoa acertar.
Veja: às vezes uma moça não sabe caminhar mas se lhe ensinar a marcha da
caserna, ela vai aprender a caminhar e até a desfilar. (...) Não pode chegar ao
nível da disciplina do TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – porque a pessoa
sofre com isso. Autorganização e autodisciplina. Mas não pode ser
perfeccionista – tem que ser detalhista. Exaustividade, mas olhando a proxémica
e a cronêmica – o espaço e o tempo. Você não pode ir para exaustividade
(impondo): - “É até amanhã!”. Não pode. Não pode ter ditadura nessas coisas, “o
seu pai não está na forca”. Se você começar a pensar nisso você vai dar mais
valor para todo esse desenvolvimento da organização e da disciplina. O nome
disso tudo dentro da ciência é metodologia científica. A metodologia científica
precisa da epistemologia, etologia, hermenêutica e exegese. Uma coisa puxa a
outra e tudo está aí dentro. Eu sou um “cara” organizado, até um certo ponto,
porque eu já tenho autoconsciência e com o tempo (vou) melhorando nisso. A
pessoa que começa a se organizar, não precisa de mostrar, ou falar que ela é
organizada mas mostra a organização. Por exemplo, você acha que eu gaguejo
muito para falar, que eu embaraço para fluir o meu pensamento, que eu “coloco o
carro adiante dos bois” no processo da pensenização? Se nós começarmos a falar
com a lógica racional a exposição vai ter mais lógica e racionalidade, vamos (despender)
menos energia, não vamos gastar tanto tempo e o povo vai entender melhor. Tudo
tem que começar por essa comunicação. Na hora em que você sai de você, no
primeiro passo que você dá para sair do seu egoísmo para chegar à comunicação,
você mostra organização ou desorganização. (Tertúlia 0931; 1h:37m).