Transcrição de conversas proferidas ou validadas por Waldo Vieira em tertúlias gravadas em vídeo. Projeto particular de teletertuliana portuguesa, não vinculado a Instituição Conscienciocêntrica.

Dessoma: Comemoração extrafísica pós-dessomática de Ana


Recepção pós-dessomática calorosa. O exemplo de uma recepção pós-dessomática calorosa é a da Ana ((referência a antiga serviçal negra na casa dos pais de Waldo Vieira, já dessomada, que foi condessa italiana numa retrovida)). A Ana era uma senhora analfabeta que, quando andava calçada era de sandalinha. Ela tinha um bócio na garganta - patologia da tiróide - quase do tamanho da cabeça dela. Ela era preta retinta. Ela era uma senhora personalidade. Tinha força presencial e era uma das maiores cozinheiras que eu vi na minha vida. A gente chamava-a de artista da cozinha. Ela quis trabalhar comigo (WV) para o resto da sua vida porque o filho dela estava bem, nós estávamos ajudando, o Brinquinho (o cachorro) estava bem, estava tudo bem. Ela tinha uma cardiopatia congestiva - consequência da doença das Chagas - e queria que eu a tratasse para que ela pudesse trabalhar até morrer. Ela estava trabalhando, estava fazendo o almoço, quando eu vi que ela estava passando mal. Ela estava como se fosse minha irmã dentro de casa, fazia muito tempo, trabalhando connosco (com o Chico). Chamei até outros médicos mas ela morreu na minha cama logo em seguida. (Tertúlia 0913; 0h:26m). Eu (WV) já fazia uma pequena sesta como faço hoje e o Chico Xavier e a minha mãe gostavam de saber tudo o que acontecia depois da sesta. Eu era "obrigado" a relatar tudo. Um dia, eu mesmo estava alvoraçado porque eu tinha visto a recepção da Ana. Foi na hora em que ela estava chegando mas coincidiu com o horário de dia nosso. Os horários deles nem sempre seguem o horário de dia e noite daqui nem o calendário gregoriano. Mas esse aí coincidiu porque eu vi a hora que ela chegou. Vi aquela estrela enorme e daí a pouco apareceu uma cara de uma preta africana toda cheia vida, de vivacidade, e aquele papo enorme, esplendoroso, irradiando por todo o lado. Daí a pouco ela transfigurou-se e mostrou-se como uma condessa italiana (que tinha feito uma porção de besteiras). E aquele monte de gente recebendo a Ana, foi impressionante. Uma das maiores recepções que teve. Eu nunca pude esquecer aquilo. Eu vi aquela estrela chegando e nem sabia o que era, porque não me falaram nada. Quando eu vi, era a Ana. Ela saiu-se bem na vida e não conhecia nada de Conscienciologia. O caso dela é clássico. É por isso que eu o tenho como "um gancho" didático. (Tertúlia 0913; 0h:28m).

Recepção excepcional. Pergunta. Professor, no caso do comitê que recebeu a Ana, o senhor disse que estava projetado quando ela chegou no extrafísico? Resposta (WV). Eu precisava dormir um pouco à tarde, depois do meu enfarte. Para aproveitar o descanso do corpo, eu usava o psicossoma. Vinham os amparadores às vezes, eu ficava lúcido e começava a fazer pesquisa com a projeção. Depois eu anotava. A minha mãe e o Chico gostavam de ouvir tudo o que acontecia comigo fora do corpo. A Ana tinha falecido não fazia muito tempo quando, numa tarde um dos nossos amparadores, o Tao Mao, me levou para uma big de uma reunião, como se fosse uma celebração extrafísica. Ele disse: - "Vai aparecer alguém que é seu conhecido". Quando eu vi, estava aquela estrela que vem vindo ((fazendo um gesto indicativo de que a estrela vinha do alto)) como se fosse um sol. Ela começa a corporificar e daí a pouco aparece a cara da Ana com o papo enorme e aquilo luminescente ((fazendo o gesto indicativo de uma grande amplitude)). Ela preta, retinta, do jeito que ela era, o cabelo do mesmo jeito, para trás, amarrado. Depois ela veio como se fosse uma fada. Desceu, gloriosa, cheia de energia, para abraçar "todo o mundo". Daí a pouco ela se transfigurou e apareceu a condessa antiga. Eu lembrei de tudo, quem era, como é que era... e "todo o mundo" também... aquilo foi um regozijo! Aquilo dá uma força, uma motivação para esse povo todo. (Tertúlia 0918; 0h:46m). Pergunta. Nesse caso dela, era uma recepção bastante especial? Resposta (WV). Essa aí é coisa excepcional. Sei lá como é que é isso! É uma num milhão... uma em quinhentos mil... sei lá! É difícil saber. (Tertúlia 0918; 0h:49m). Pergunta. O senhor era do comitê? Resposta (WV). Não. Eu estava ali para observar, para poder escrever e falar para vocês aqui hoje. Eles me levam de caso pensado. Eles não dão ponto sem nó e não dão nada gratuito. Tudo eu tenho que pagar. (Tertúlia 0918; 0h:49m:30). Pergunta. Nesses comitês haveria também, numa conduta excepção, conscins projetadas? Resposta (WV). Não. O comitê ali era mais de festa. Ela já tinha dessomado já há algum tempo. Ela quis foi aparecer, numa data dela de processo do passado. E outra coisa: muitas daquelas pessoas que estavam ali foram ajudadas por ela. Porque ela teve outras vidas no intervalo entre a condessa e a Ana pobre, pé-de-chinelo, analfabeta. Ali, ela completou um ciclo. A Ana, logo em seguida, já entrou para o curso intermissivo e ela deve aparecer por aí. É fora de série! Ela já era grande, mas ela se fechou totalmente, entre aquilo que ela era como condessa super intelectual, poliglota italiana e aquela analfabeta. Agora, eu conheci e vi o jeitão dela e já tinha ideia disso antes, por causa desse processo meu de ter retrocognição com a pessoa, que (a própria) pessoa não tem. Eu vi isso tudo antes. (Tertúlia 0918; 0h:50m).

Do abismo aos píncaros. Pergunta. Você sabe o que é que ela fez entre a vida da condessa e da Ana? Resposta (WV). Ela estava ajustando as coisas, fazendo assistência de uma coisa ou outra mas estava difícil... Muitos daqueles eram dessa turma do meio, da assistência, e gente amiga dela da época em que ela era condessa ... porque ela fez coisa muito errada. Foi uma recepção excepcional, dela para ela mesma, porque ela ainda não tinha encontrado com essa turma. Foi uma confraternização impressionante! O "negócio" todo é a performance, o mise-en-scène... um espetáculo! É tipo super-homem! É uma loucura! É mais do que "cinemascope... sound... surrounding...". Ela veio sozinha. O povo estava todo à espera da condessa. Deram lá o nome... Daí a pouco aparece lá, aquela estrela... Isso é um plus, é um "algo mais", é um bónus, isso é super avançado. (Tertúlia 0918; 0h:51m). Quando ela dessomou ela recuperou logo... porque a vida dela toda foi fazer assistência para os outros. Ela só pensava nos outros. Ela era positiva, a energia já estava muito positiva, a gente (incluindo o Chico Xavier) ficava "tarado" com a comida dela. Ela me (WV) tratava como se fosse minha mãe. Ela já chegou assim, desse jeito. Ela chegou lá por causa da doença do filho. Depois que ela morreu, um dia eu estava num curso em S. Paulo e o filho dela apereceu lá - um rapaz bem encaminhado na vida, tudo certo, alto nível. (Tertúlia 0918; 0h:53m). O que ela quis mostrar é o seguinte: nós todos podemos ser o maior buraco, um abismo mas podemos ir para os píncaros, para o ápice. É o que ela quis mostrar, porque ela é o exemplo. Quem falou para ela para fazer isso foi o Transmentor. E ele estava lá. O melhor da história é isso: ela apareceu como o papo e depois apareceu como a condessa. O papo, aquela roupa de artista da cozinha, até com o avental, o cabelo amarrado para trás … e depois muda, de uma hora para a outra para aquela roupa sumptuosa de condessa. (Tertúlia 0918; 0h:55m).

Intelectualidade. Pergunta. Ela ainda não ressomou? Resposta (WV). Ainda não (dito em 25.07.2008). Para mim, ela está no curso intermissivo e ela está usando alguns dos recursos que ela tinha do passado em matéria de mentalsoma, muito forte, amortecidos na vida que ela teve como Ana. (Tertúlia 0918; 0h:56m). Pergunta. Ela tinha intelectualidade – como condessa –, depois manifestou-se sem intelectualidade – como Ana. Como é que isso acontece? Resposta (WV). Mas ela se comunicou, querendo ou não. As ideias dela eram muito positivas e muito inteligentes. Toda a parte prática do trabalho dela era com muita inteligência. Era pragmatíssima. Ela falava que "todo o mundo" devia de ler, que ela não teve tempo. Ela era boa na cozinha. Não tinha mais jeito de mudar. A vida foi muito difícil para ela, muito sacrifício. Ela devia ter pelo menos uns cinquenta anos. Vendo o caso da Ana, a gente vê que muita gente pode mudar da água para o vinho, de uma vida para a outra: sair do pântano para a estrela. O problema é de intenção, vontade, dedicação. (Tertúlia 0918; 0h:57m). Pergunta. Esse restringimento intelectual que ela teve foi imposto por ela mesma? Resposta (WV). Não. Foi a própria vida que não permetiu isso, que não deu oportunidade para ela. Ela pegou toda a parte prática para poder ajudar os outros. Ela não se sentia frustrada, falava que "todo o mundo" precisava de estudar, que o filho precisava de estudar, incentivava e tinha força presencial. Ela ficou com o papo por causa da desnutrição, incultura... uma condição terrível onde ela nasceu... e ajudando os outros. Um monte de gente morreu enquanto ela estava ajudando. (Tertúlia 0918; 0h:58m).

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