Transcrição de conversas proferidas ou validadas por Waldo Vieira em tertúlias gravadas em vídeo. Projeto particular de teletertuliana portuguesa, não vinculado a Instituição Conscienciocêntrica.

Confiança *


Confiança. Estudar Confiança é um assunto muito sério. Isso está na berlinda, na nossa vida, o tempo todo. O que falta mais é confiança. Confiança de todo o tipo. Essas muitas confianças de que eu (WV) falo aqui: económica, política, artística, industrial, comercial... (Tertúlia 0843; 0h:24m). Pergunta. Quais seriam os pilares da confiança? Resposta (WV). Vivência ou coexistência pacífica. A coexistência pacífica mostra a confiança que existe entre pessoas. Nas instituições, é bom arregaçar as mangas e participar. (Tertúlia 0843; 0h:21m).

Confiança e autoestima. Pergunta. Existe alguma relação da confiança e da autoestima com o desenvolvimento do parapsiquismo? Resposta (WV). Só tem. Se uma pessoa não tem confiança em si mesma, ela se vitimiza, ela fica à mercê dos assediadores intra e extrafísicos. Se ela não tem autoestima de jeito nenhum, ela já vira vegetal... a situação é difícil... o desenvolvimento parapsíquico é muito difícil. Por isso é que o desenvolvimento do parapsiquismo durante milénios tem sido na base da religião. Porque as pessoas não tem autoestima, se tornam fiéis. Fiel é igual a cachorro. Quem não tem confiança em si mesmo e não tem autoestima, fica à mercê do dogma, da lavagem cerebral e outras coisas mais. A maioria do parapsiquismo que existe na Terra até ao momento é o heteroparapsiquismo. É uma pessoa que confia no sensitivo. Mas o parapsiquismo tem um universo menor na Terra - falta o autoparapsiquismo (da própria pessoa). Tem que ter confiança nisso. Por isso que eu falo sobre EV, sinalética e trabalho com as energias. (Tertúlia 0843; 0h:21m:30s).

Perdão com assistência continuada. As pessoas geralmente quando perdoam acham que estão fazendo um favor. E não existe isso. Porque se há uma interprisão anterior, que depois exigiu aparecer a necessidade do perdão, mostra que a culpa é de ambos. Não existe divórcio com um só culpado. A culpa é dos dois. Mesmo quando o homem matou a mulher, a culpa é dos dois. Sempre tem uma raiz que pertence aos dois. A gente tem que entender isso. Na questão do perdão, precisa de haver uma assistência continuada. Não basta dizer que se fizeram as pazes e ir para a televisão abraçar o outro. Isso não quer dizer nada. Esse perdão tem que ser continuado, é um trabalho de todo o dia, durante muito tempo, para a pessoa arranjar uma companhia amiga, uma amizade, daí para o futuro, para as próximas vidas. E não continuar com o desafecto. (Tertúlia 0843; 0h:25m).

Limite de confiança. Pergunta. Qual é o limite de depositar confiança num profissional que errou? Resposta (WV). Dependendo do perfil conscienciométrico da pessoa, você tem que dar uma segunda oportunidade. A terceira é que é problemática. Quando você for dar uma segunda oportunidade, você tem que mostrar onde é que está o erro, qual a causa e quais as condições para melhorar. Você tem que dar uma profilaxia do processo. Aí aumenta a confiança e melhora. Nós temos que ver que muitas vezes as pessoas erram por inexperiência, por imaturidade. A gente tem que ajudar. Quem é que é totalmente maduro? Quem é que é totalmente traquejado ou experiente? Ninguém é. Então nós temos obrigação de entender, de perdoar, de considerar novas oportunidades para "todo o mundo". (Tertúlia 0843; 0h:26m).

Etimologia e acepção da palavra "confiança". Pergunta. A "confiança" tem como etimologia a palavra "confidere", que tem a ver com "fides" que é "fé". Resposta (WV). Confiança é uma coisa, fé é outra. "Fé" foi desnaturada e prostituída. É crença, não vale a pena. Eu não acredito. Eu admito. Eu admito porque eu vivenciei. Tem um mau hábito na ciência, de falar "eu acredito". Eles estão errados, deviam falar "eu admito". Isto não é só semântica, é um processo de lucidez. Falta lucidez. Se você for ver "os furos" da história de cada palavra, você vai cortar metade do dicionário. (Tertúlia 0843; 0h:27m). Resposta (LLJ). A acepção de raiz (da palavra) também vai alterando. Uma das acepções etimológicas da palavra "trabalho" é que teria a mesma origem de tortura. Hoje, a acepção de trabalho é bem diferente da de tortura. A fé é uma coisa, a confiança é outra. (Tertúlia 0843; 0h:31m). Resposta (WV). A etimologia não pode estrangular o seu pensamento. A fé é uma coisa, a confiança é outra. A expressão "confiança" tem a acepção de uma pessoa que sabe conviver com a outra. O processo é de coexistência pacífica. (Tertúlia 0843; 0h:33m). Resposta (MIT). "Fidere" é "fé". Só que toda a palavra vai ampliando a sua acepção. É o caso da gente estudar a evolução dessa acepção. (Tertúlia 0843; 0h:37m). Resposta (WV). Etimologia é a história do vocábulo, do étimo, do termo, da palavra. Eu quero saber o que é que significa, a acepção, hoje, neste instante, neste momento evolutivo. (Tertúlia 0843; 0h:38m). Resposta (WV). É preciso ter muito cuidado com a acepção das palavras. Eu procuro resgatar as palavras da acepção prostituída. Na minha vida eu nunca tive discussão sobre "confiança". Durante a vida inteira eu discuti "fé" e "crença", por isso é que eu uso o princípio da descrença. Nós temos que discutir as palavras na acepção do momento evolutivo e onde nós estamos aplicando. Há palavras que têm muitas acepções. Não podemos estar confundindo o sentido das palavras. (Tertúlia 0843; 0h:42m). Pergunta. Com vamos chegar ao conscienciês se ainda estamos preocupados com a etimologia das palavras ((referência a discussão prévia sobre a etimologia de "confiança")) a esse nível? Resposta (WV). Nós temos que debater todas as coisas que ocorrem. A ciência não pode excluir nenhuma ideia, facto, condição, realidade do cosmos, seja de forma ou seja de conteúdo. A ciência materiológica está errada porque ela afastou a consciência do estudo. Ela devia estudar a consciência. O cientista devia estudar a si mesmo. Nós não podemos fazer isso ((referência a excluir assuntos)). Todo o assunto aqui, tem a sua qualidade. (Tertúlia 0843; 1h:16m).

Rompimento e recuperação de confiança. Pergunta. A dissidência é exemplo de rompimento de confiança? Resposta (WV). Não, porque continua o binómio admiração-discordância (por parte) de quem está mais lúcido, no caso do maxidissidente, ou dos dois lados. Pergunta. Que é que você consideraria como principal indicador para recuperação de confiança? Resposta (WV). Dar uma segunda oportunidade e uma façanha, um facto, uma conquista, um trabalho, uma tarefa, uma função, alguma coisa nesse sentido. Que haja uma parte prática no assunto, objectiva, palpável, concreta. Eu não acho que tenha confiança só palavrosa, não. Para a pessoa reabilitar a confiança é necessário um convívio com novos fatos - neofatos. Conversa, palavra, o vento leva. (Tertúlia 0843; 0h:47m).

Autoconfiança intelectual. Pergunta. Comente sobre o aprofundamento da autoconfiança intelectual. Resposta (WV). A autoconfiança intelectual acontece com o aumento da bagagem de cognição da pessoa. Se a pessoa não aumenta essa bagagem, ela não vai ter confiança. A pessoa deve procurar aquela via de conhecimento (em) que ela não está muito afeita, que ela estudou pouco, que foi uma lacuna na formação escolar ou educacional ou cultural dela. Isso vai aumentar a confiança no convívio com as outras pessoas. Autoconfiança intelectual é um processo de mais leitura, de mais registo, de mais laptop, de mais escritório, de mais grafia, melhorar a biblioteca pessoal, melhorar a inventariologia do material que a pessoa tem, a fatuística dela (aquilo que ela conhece), melhorar a bibliografia dos temas que ela conhece, enfim, fazer um estudo mais aprofundado, que não seja tão superficial, mas que tenha uma certa essência. (Tertúlia 0843; 1h:18m).

Parapsiquismo como instrumento de confiança. Pergunta. A pessoa com mais parapsiquismo sadio tem mais instrumentos para ter confiança em outra porque ela acessa mais a outra pessoa. Resposta (WV). Sim, ela já começa a ver a aura sem a pessoa falar nada. A coisa melhor que tem é você saber algo a respeito de alguém ou de alguma coisa sem precisar de ter nem palavra verbalizada, sem comunicação oral. A leitura da pessoa, a leitura dos factos, a leitura do ambiente, a leitura do contexto. A leitura do contexto é o holopensene. (Tertúlia 0843; 0h:51m). Pergunta. Se a pessoa ainda não é desperta e não tem a visão extrafísica do contexto, ela nunca vai ter uma confiança total? Resposta (WV). Às vezes ela não vai ter não, porque precisa de vivência e a vivência às vezes precisa de parapsiquismo. Quem vive nesse corpo, nessa dimensão, está aqui por favor e numa dependência total do corpo, da respiração, do oxigénio, dessa coisa toda. A nossa condição nunca é completa. Não há perfeição por aqui. Há sempre a deficienciolândia, a imperfeciolândia. Se você pode suspender um pouco a cortina e ver lá fora o que é que tem, já é alguma coisa, já ajuda. Por isso é que a confiança aumenta com o parapsiquismo. (Tertúlia 0843; 1h:04m). A turma às vezes não tem muita autoconfiança parapsíquica. Então é por isso que a gente regista, olha o EV, vai aos laboratórios. Nós fizemos os laboratórios, justamente para aumentar a autoconfiança parapsíquica das pessoas. O laboratório é como o processo intelectual: a pessoa tem que estudar, tem que trabalhar. Todos os laboratórios têm um kit técnico lá dentro, 16 deles (dito em 29.04.2008) são pessoais, não têm ninguém junto - é só amparador ou assediador ou conscener... mas a pessoa está sozinha fisicamente. Isso é muito importante para ela crescer lá dentro. Essa autoconfiança parapsíquica é da mesma linha do processo intelectual, mentalssomático. (Tertúlia 0843; 1h:19m).

Autoconfiança e heteroconfiança. Pergunta. O que significa a "Autoconfiança gerada pela heteroconfiança" que está na Parafatologia ((referência ao verbete Confiança da Enciclopédia da Conscienciologia))? Resposta (WV). Por exemplo: eu não conheço o general Heleno pessoalmente mas se ele fosse candidato eu ia votar nele. Isso é heteroconfiança. Eu não estou analisando só a pessoa dele, estou analisando o contexto do Brasil daquilo que eu posso entender hoje (ano-base 2008). (Tertúlia 0843; 1h:03m). Exemplos de heteroconfiança são a confiança no piloto do avião, no condutor do ônibus e no chefe de cozinha do restaurante. (Tertúlia 0843; 1h:11m). Pergunta. Eu queria saber sobre o excesso, tanto da autoconfiança quanto da heteroconfiança. Resposta (WV). O excesso é uma coisa que a gente não precisa nem discutir muito. A maioria dos excessos prejudicam. Excesso é doença, é falta de discernimento. (Tertúlia 0843; 1h:38m). Pergunta. O aumento da autoconfiança não estaria directamente ligado com os êxitos alcançados que novamente infla a confiança, num processo que se autoalimenta? Ou apenas através do processo pensênico podemos nos tornar mais confiantes? Resposta (WV). O aumento da autoconfiança pode ser sim, baseado nos êxitos. Uma coisa puxa a outra e enriquece. Mas, através do processo pensênico, a pessoa vai fazer isso de uma maneira mais ampla, profunda, abrangente, mais séria e para sempre. Na hora que ela melhora o modo de pensenizar, ela melhora tudo o mais. Aumenta a autoconfiança porque ela viu que melhorou do ponto de vista íntimo. Não foi uma melhoria apenas de forma, exterior, de rótulo. Então (o aumento da confiança) é muito mais sério do ponto de vista do processo pensênico. (Tertúlia 0843; 1h:49m).

Confiança integral. Pergunta. Em algumas situações você fala para a pessoa: - "Você já traiu a minha confiança mas eu continuo agindo com você da mesma maneira, nada mudou". Esse comportamento do senhor faz parte da "confiança integral" ((referência à frase enfática do verbete Confiança «A confiança integral da própria consciência, em si, ou em outrem, somente é alcançada, logicamente, de modo mais definitivo, na condição da desperticidade teática, autoconsciente»))? Resposta (WV). Faz, mas aí há um conceito que eu não posso deixar de falar: o limite da pessoa. Você vê que aquele é o limite dela, você não pode esperar muito mais. Num caso desses, você deve ajudá-la, para ver se ela sai daquele limite. A gente sempre insiste um pouquinho, mas não pode forçar a barra. Eu acho que é uma falta de generosidade, de compreensão e até de fraternidade se você força uma pessoa além dos limites a que ela já chegou ou daquele limite específico, dento daquele contexto, naquela linha pensênica de manifestação. A gente tem que respeitar a pessoa. Você não pode esperar muito dela, mas isso não quer dizer que você vai "jogar a pessoa fora". Ela continua com crédito. Se não fosse assim, eu estava perdido. Eu não teria assistência dos amparadores de jeito nenhum. (Tertúlia 0843; 1h:21m).

Relação entre confiança e frustração. Uma falta de confiança pode dar uma frustração enorme na pessoa. É uma coisa muito comum no casamento. O noivado é uma coisa, o casamento é outra. Depois de um ano, às vezes a pessoa tem uma frustração enorme. Não era aquilo que ela pensava. Ela teve uma confiança enorme e depois ela perdeu a confiança. (Tertúlia 0843; 1h:36m).

Desconfiança. Normalmente, a desconfiança (da pessoa desconfiada) é uma paranóia e isso é muito comum. Nós não podemos ver a vida com óculos escuros. Tem que ver a vida com óculos bem claros. Senão, a pessoa entra da sinistrose, na fracassomania, no derrotismo. Isso é patológico. Aquilo que você pensou ruim vem tudo para você. Você evoca e sempre tem o revertério. Tudo o que a gente procura, a gente acha. Se a intenção é boa, você tem um retorno bom. Se a intenção é ruim, você tem um retorno mau. Se a pessoa está pensando só o aspecto negativo, ela vai viver com o negativo e as coisas coisas todas vão canalizando para isso. Ela vai olhar um filme e (está a dar) filme de terror, filme de morte, filme de matança. Ela vai ver um livro que uma pessoa trouxe e vai ter tudo de negativo dentro daquele livro. E por aí vai. Ela evoca, atrai, faz rapport. A vida é assim. Se você começa a pensar uma coisa boa, vem uma porção de coisas boas para a sua mão. (Tertúlia 0843; 1h:37m). Pergunta. A desconfiança gratuita que às vezes existe entre os grupos e as pessoas pode ser de uma vida para a outra? Resposta (WV). Pode, mas às vezes é dessa vida mesmo porque a pessoa ficou estigmatizada. Criaram a imagem da pessoa – "fez fama, deita na cama". (Tertúlia 0843; 1h:54m). Pergunta. Como é que se confia numa pessoa que está estigmatizada? Resposta (WV). É melhorar o estigma dela. Ela mesma tem que fazer força. Mostrar um feito, uma façanha, um trabalho. Fazer uma coisa e depois mostrar, para desfazer aquela imagem. Quase sempre o estigma é um processo superficial, quase sempre social. Com jeito, é fácil limpar. (Tertúlia 0843; 1h:56m).


Mensagem aleatória