Transcrição de conversas proferidas ou validadas por Waldo Vieira em tertúlias gravadas em vídeo. Projeto particular de teletertuliana portuguesa, não vinculado a Instituição Conscienciocêntrica.

Detalhismo: Paradoxologia

Paradoxo do erro corretor. Pergunta. Fale sobre o paradoxo do erro corretor. Resposta (WV)."Há males que vêm para bem". Por vezes a vida não nos dá o que desejamos e mais tarde verificamos que "ainda bem" que foi assim. Exemplo do político Ciro Gomes que reconhece que ainda bem que não foi eleito, pois não estava preparado para exercer o cargo. O amparador ajuda você a sair do corpo e a ficar no corpo. Você quer ver o Interlúdio mas ainda não está pronto, por isso o amparador não te leva lá. Pergunta. Existem certas conjunturas ou certos fatos que possam acontecer no caso do erro, um mini acidente de percurso, que possam se encaixar nesse caso? Resposta (WV). Todas a coisas entram aqui. Meiocerto é uma das coisas mais comuns na vida porque a vida é ambígua. O universo é ambíguo. Tudo é mais ou menos. As coisas definitivas são mínimas. Uma coisa definitiva é que você não se manifesta aqui a longo prazo a não ser através de um corpo que é um fole - respira sem parar. Essa é uma cláusula pétrea da vida biológica neste planeta. Pergunta. Em relação ainda à questão desses acidentes de percurso, existe algum percentual deles que possam ser planejados ou programados? Resposta (WV). Não. O amparador não entra nisso. Ele só ampara. Ele evita. Quem faz acidente é só gente doida, conscin e consciex. O acidente não é uma coisa normal. A mensagem do acidente é a mensagem do fenômeno patológico. Isso é regra. É lógico que há acidentes que são avisos, alertas, mas não precisava você chegar a precisar disso. (Tertúlia 0905; 0h:16m). Pergunta. O erro pode sempre ser corrigido se houver empenho para isso? Resposta (WV). Pode. Mas às vezes não é só isso. Uma pessoa pode praticar um erro muito grande que vai fazer ela pensar. Por exemplo: estava dirigindo um carro, bateu numa árvore, saiu ilesa mas o carro ficou destruído. Aquilo foi um erro corretor. Ela foi avisada que na próxima vez ela vai morrer. O erro vai corrigi-la, se ela pensar. Pergunta. Mas eu poderia dizer que há evolução na sequência de erros corrigidos? Resposta (WV). Sim. Todo o mundo antes de acertar quase sempre erra. (Tertúlia 0905; 0h:38m).

Conduta paradoxal do debatedor. Pergunta. Poderia exemplificar a conduta paradoxal do debatedor? Resposta (WV). Um debatedor honesto não defende nenhuma falácia. Mas um debatedor que não seja honesto, quer "ganhar todas". Um debate é o lugar próprio para colocar ou para destruir falácias. Para destruir uma falácia, a pessoa não precisa ser super erudita. Tem que conhecer bem aquele assunto ou tema específico e usar a lógica nas suas afirmações. (Tertúlia 0912; 1h:44m).

Paradoxo da domesticação mútua. Pergunta. Poderia aprofundar a questão do “paradoxo da domesticação mútua no caminho da evolução consciencial? Resposta (WV). Domesticação mútua é aquilo que a gente fala hoje principalmente com referência à zoologia, o estudo da zooconvivialidade. Como é que você convive com os animais subumanos? Como é você com o seu elenco doméstico? Hoje, a própria ciência admite que, com o passar do tempo, o cachorro fica parecendo com o dono e o dono fica parecendo com o cachorro. O dono domestica o cachorro e o cachorro domestica o dono. Isso acontece com gato, cachorro, papagaio… Isso chama-se “domesticação mútua com animal doméstico”. Do ponto de vista evolutivo, tudo é domesticação mútua. Nós todos aqui somos cobaias uns dos outros – tudo é uma domesticação mútua. Toda a cobaia é cobaia do outro e o outro é cobaia dela. Ela aprende com o outro e o outro aprende com ela. Isso é a domesticação mútua no caminho da evolução consciencial. Você, meu amigo, casou com alguém. A sua senhora domesticou você numa porção de coisas. E você domesticou também a sua senhora numa porção de coisas. A vida é assim: domesticação mútua. Há uma mutualidade de reações entre as consciências. (Tertúlia 0928; 0h:53m). Pergunta. Poderia explicar de que modo o antagonismo extremo pode resultar em um paradoxo da domesticação mútua? Resposta (WV). Você tem uma ideia (mas) o outro também tem. A gente tem que respeitar os direitos da pessoa sentir e decidir do jeito que ela quer a vida dela. E (o outro) tem que respeitar você. Então, é domesticação mútua. Você arranja um cachorro e você pensa que está domesticando o cachorro. Você está, mas o cachorro (também) está domesticando você. Isso (acontece com) qualquer animal doméstico. (Tertúlia 0969; 0h:45m).

Paradoxo autoimagem-heteroimagem. Pergunta. Eu queria entender “o paradoxo autoimagem-heteroimagem” e qual é a relação dele com o juízo de valor. Resposta (WV). Você olha para uma pessoa e já tem a sua heteroimagem dela. Então, você já tem um juízo de valor antecipado sobre um aspeto daquela personalidade. E a imagem que você tem dele não é a mesma que ele tem de si mesmo. A maioria das pessoas são assim. Há um antagonismo, um confronto, uma antipodia. E há também, na antipodia, uma antipatia, porque às vezes uma pessoa tem uma autoimagem errada e ela (teima tanto em parecer aquilo que você sabe que ela não é) que “o negócio” fica antipático. (Tertúlia 0942; 0h:37m).

Paradoxo do egocentrismo centralizado e descentralizado. Pergunta. Em relação ao «paradoxo do egocentrismo centralizado e descentralizado», eu queria um exemplo do egocentrismo descentralizado. Resposta (WV). O seu egoísmo é centralizado ou descentralizado? Existe um preceito que vem da antiguidade, que é o seguinte: há pessoas que são egoistas mas costumam contagiar as pessoas próximas com o seu egoísmo. O egoísmo delas é tão grande que só elas defenderem a si mesmas é pouco. Uma mãe que é superptrotetora descentraliza o egocentrismo dela, negativamente, em cima da sua produção: - “Este saiu no meu útero, é uma continuação, é um corpo que eu estou deixando funcionar fora de mim, quem manda nesse motor, a consciência que está aí fora, sou eu. Eu criei esse corpo, essa consciência não se manifestaria sem mim”. Isso é uma mãe superprotetora. No entanto, a mãe é considerada a rainha de todas as afeições interfamiliares. E tem aquela baboseira, a platitude e a pieguice natural do processo da maternidade, da maternagem excessiva, burra… mas nós precisamos da maternidade. Ninguém pode viver sem isso. Então, que é que você acha da centralização e da descentralização (do egocentrismo)? (Tertúlia 0943; 1h:10m).

Paradoxo técnica do detalhismo–corte das insignificâncias. Na técnica do detalhismo, você tem que dar valor para a qualidade do detalhe. Eu já encontrei gente que fica doido com detalhe, (como) o Monk ((referência à série televisiva “Monk: Um Detetive Diferente”)). Aquilo chama-se perfeccionismo. Eu olho o detalhe, mas aquilo que funciona, o que é funcional, o que produz, o que ajuda a evolução, o que esclarece a cabeça da consciência, da conscin. Agora, por exemplo, dar valor para um detalhe insignificante, é besteira. Eu estou chamando a atenção para isso. A técnica do detalhismo é ótima e substitui o perfeccionismo. O perfeccionismo é uma das condições do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). (Tertúlia 0952; 1h:27m).

Megaparadoxo evolutivo da Serenologia. Pergunta. Qual é “o megaparadoxo evolutivo da Serenologia”? Resposta (WV). É o problema de uma pessoa dominar a condição toda, sem se mostrar. Eu acho isso um paradoxo porque é o anonimato do serenão – muito sério, isso aí. Ele domina tudo e consegue esconder tudo o que ele domina. Como é que é isso? Nós aqui fazemos uma coisinha à toa – pintamos o Tertuliarium de amarelo e está todo o mundo de olho, chama a atenção –, como é que o serenão consegue ser essa personalidade ou consciência dourada e não aparecer? Como é que vocês explicam isso? Isso não é um paradoxo terrível? Eu acho que a Serenologia, sob o aspecto do anonimato, é um senhor paradoxo. Tem lógica, isso? É por aí. (Tertúlia 0957; 0h:07m).

Paradoxo autodidata cosmoético–erudito anticosmoético. Pergunta. Eu queria que você esclarecesse o paradoxo autodidata cosmoético–erudito anticosmoético. Resposta (WV). O autodidata cosmoético é uma pessoa que às vezes nem tem curso superior nem diploma, no entanto ela tem moral elevada. E existe o erudito, que já fez tudo quanto é que curso, é ph.deus, o currículo dele é super extenso mas não tem moral nenhuma. Nós temos uma porção de gente, inclusive na política, assim, que às vezes vende as coisas que ele representa. Teve um presidente do Brasil que vendeu a siderúrgica ((referência a Fernando Henrique Cardoso)). O homem tem tudo quanto é alto nível de diploma, mas faltou a cosmoética. Pergunta. Esse autodidata cosmoético pode chegar à erudição? Resposta (WV). Qualquer um pode chegar à erudição. Por isso que é que já estão dando o curso na Reaprendência para criança para ela entender o que é erudição e alcançar aquilo lá. Hoje em dia nós estamos caminhando para o processo da vida moderna, aonde o problema popular vai ficar cada vez mais desacreditado, porque é muito conhecimento, é muita informação, a comunicação aumentou demais, nós estamos vivendo na era dos serenões. Então, hoje em dia nós não podemos ter mais vergonha de falar em erudição e polimatia, sem elitismo. No feudalismo era assim: uma pessoa nascia pobre e morria pobre; nascia ignorante e morria ignorante. Ela nunca subia. Hoje não tem mais feudalismo, estamos na democracia. Na democracia, a pessoa que nasce ignorante e pode sim, ser qualquer coisa. O nosso atual presidente é praticamente isso ((referência a Luiz Inácio Lula da Silva)), é um exemplo. (Tertúlia 0966; 1h:16m).

Paradoxo da paciência dinâmica. Paciência dinâmica é não se precipitar com os outros mas ter uma intensificação do desenvolvimento daquilo que se faz. Acelerar o trabalho para terminar tudo como pretendido mas ter paciência com os outros. Exemplo: agir depressa no trabalho e falar devagar com os outros. Quanto mais organizada for a pessoa, mais paciência precisa ter com os outros. Quanto mais taquipsíquica a pessoa se constituir, mais paciência com os bradipsíquicos. (Tertúlia 1228; 0h:26m).

Paradoxo do filho infante apresentar-se mais energético em comparação com o pai. Existem crianças que têm maior lucidez do que os pais. Por vezes, essas crianças ressomaram naquela família para a melhorar ou pelo menos para evitar determinados efeitos das interprisões gropocármicas. (Tertúlia 1362; 0h:44m:30s).

Mensagem aleatória