Surpresa desagradável.
Se você tem uma surpresa desagradável, tem uma crise de crescimento. Quebra a
rotina, a pasmaceira. A pessoa organizada prevê as coisas, então raramente vai
ter surpresa desagradável. Quem tem muita surpresa desagradável é porque é
desorganizado. (Tertúlia
0903; 1h:14m).
Atenção dividida.
Pergunta. A minha pergunta é com relação à
divisão da atenção em relação ao intrafísico e ao extrafísico, sem haver uma
dispersão. Resposta (WV). É a atenção
bipartida, tripartida que você tem. Você vê tudo ao mesmo tempo. Você tem que
lembrar que isso tudo é possível porque a atenção é um problema mais
intelectual. Às vezes uma pessoa consegue fazer várias coisas, fisicamente, do
ponto de vista psicomotriz que exigem muito mais habilidade do que pensar. A
pessoa precisa de ver como é que ela pensa simultâneamente. Tem o
circulopensene (o pensamento que custa a entender) que tem que ser excluído e
tem o lateropensene (o pensamento lateral) que tem que ser colocado. O caminho
do taquipsiquismo ajuda a atenção dividida. Quem evolui para raciocinar rápido,
pode desenvolver mais rapidamente a atenção dividida (divisão de atenção). Você
tem que cortar os devaneios, o sonho acordado na vigília física normal. A
dispersão é por causa do devaneio. (Tertúlia 0916; 1h:48m).
Depuração da Inventariologia.
Pergunta. Como é que a gente pode depurar a
Inventariologia? Resposta (WV). Faz um
levantamento de todo o seu património emocional e intelectual. Começa pelo
emocional, tudo o que é de sentimento: cartas antigas, retratos de pessoas que
você já não vê... Faz um balanço da parte emocional, depois da parte
intelectual, tudo o que você tem. Olhe a sua biblioteca, olhe as suas gavetas,
olhe as suas estantes. Se você vai olhar as suas estantes e elas estão cheias
de poeira, tem alguma coisa errada. A poeira mostra que você está estacionado.
(Tertúlia 0923; 0h:18m).
Manter a motivação em
renovar. Pergunta. Eu vejo a dificuldade
que eu tenho, vejo o problema, vejo a pendência, tenho motivação para suprir a
necessidade de pesquisa ou qualquer coisa assim, mas aí vem a preguiça, vem
coisas, vem dia a dia e eu não consigo manter. Resposta
(WV). A primeira coisa é você colocar isso no laptop e depois, qualquer coisa, morder na língua. À hora que você
vê que está errada, você morde na língua, para doer, sentir (e lembrar) “eu
prometi a mim mesma”. Ou você se organiza, ou você está perdida. Se você for
leniente, mole, displicente, se “joga a toalha”, não dá. Qualquer coisa, pede
para a turma te ajudar, pisar no pé, puxar a orelha, dar um beliscão. Beliscão
é uma beleza para isso, quando a pessoa pode dar. Veja onde é que você erra,
onde é que você está se desviando. Deve ter algum motivo. Corta isso, elimina
isso. Às vezes eliminando esse processo do desvio, você sai da pista principal
e vai para o acostamento. Aí é que tem que ver o que é que está atraindo você.
Essas atrações é que tem que acabar. Uma boa coisa que pode ajudar é um laptop. (...) Troca uma joia por um laptop. Você já vai começar a se
organizar. Colocar um laptop no lugar
de uma joia, já é uma organização, é uma conquista inicial séria e vai mostrar
para ele ((referência ao companheiro da tertuliana
que questionou)) que você está querendo renovar mesmo. Dê uma demonstração
cabal, que ele não pode falar nada. (Tertúlia 0923; 0h:57m).
Empreendimento
esgotado. Pergunta. Até que ponto
devemos manter o empreendimento que achamos que está esgotado? Resposta (WV). Nessa questão de ficar demorando
com a atitude, eu gosto de comparar (com a dúvida do obstetra em fazer ou não
cesariana a uma parturiente) e se passa da hora, aquilo intoxica tudo. Uma
empresa existe para o rendimento económico. Se ela deixou de ter esse rendimento,
ela entrou em prejuízo. Tem que estabelecer um prazo em que você permite que
aquele prejuízo aconteça. Depois daquele prazo – 6 meses por exemplo – , é
fechar a empresa o mais depressa possível porque senão, aquele prejuízo vai
aumentando cada vez mais. (Tertúlia 0923; 1h:32m).
Desaproveitamento do
ambiente de imersão do CEAEC. Pergunta. Quando
eu cheguei aqui escrevia tudo, fazia recapitulação da minha vida... aquela
imersão. Mas chega um momento em que aqui dentro do CEAEC é o dia-a-dia meu, é
a minha rotina e às vezes então eu esqueço de que esse ambiente facilita esse
tipo de imersão. Resposta (WV). Aí, você sai
do ambiente e vai para os bastidores da baratrosfera, aqui dentro. É isso? Pergunta. Não, não é isso. A minha questão é: - “A
pessoa que está aqui no dia-a-dia, como é o meu caso, como é que pode voltar a
fazer essa imersão no ambiente, mesmo fazendo trabalho aqui de horas?” Resposta (WV). Você está fazendo isso o tempo
todo, no seu próprio trabalho. O que é patológico nessa história é que às vezes
a pessoa está aqui, ela esquece de tudo aquilo que fez, sai temporariamente
para o acostamento, pensa uns “negócios” todos negativos e depois torna a
voltar. E as vezes ela volta toda ruborizada de vergonha porque ela fez aquilo.
Pergunta. Mas a minha pergunta era: - “Como
é que no meu caso eu poderia aproveitar mais esse ambiente e fazer o meu
trabalho?” Resposta (WV). Anota tudo e vê o
que é que você está conseguindo de lá para cá em quatro anos. Muita coisa já
melhorou mas tem muita coisa para melhorar. Ninguém aqui é perfeito. Vamos
trabalhar nisso. (Tertúlia
0928; 1h:37m).
Cursos caros. Pergunta. Como acelerar a minha evolução? Não tenho condições
de fazer os cursos aqui onde moro pois são muito caros. O que poderia fazer
para mudar essa condição do atraso evolutivo além de ler e ter os pensamentos
mais retilíneos? Resposta
(WV). Uma coisa boa é você arranjar um dinheirinho e fazer um
pé-de-meia. Parece que o que está faltando aqui é dinheiro. Você tem dinheiro
pelo menos para comer 3-5 refeições por dia? Você consegue andar ou está preso
em alguma cadeira de rodas? Se uma pessoa pode andar, a primeira coisa é fazer
um pé-de-meia. Depois ela acerta as coisas. Nós estamos colocando tudo no
online. Se a pessoa já está no online, quer dizer que ela não está tão sem
dinheiro assim. (Tertúlia
0940; 0h:18m).
Dispersão consciencial. Pergunta. Tenho dezasseis anos. Eu já fiz curso
sobre a Conscienciologia e conheço o tema. Tenho o intelecto bem desenvolvido,
falo quatro idiomas, vivo nos Estados Unidos – New Jersey – há seis anos, mas
já faz um tempo que estou meio perdida. Não consigo me concentrar nos meus
estudos e só fico pensando em coisas que não são produtivas. Gostaria de saber
como é que eu posso canalizar as minhas energias em coisas produtivas como nos
meus estudos, definir a minha carreira e formar a minha personalidade. Resposta (WV). A primeira
coisa que você tem que fazer é trabalhar com o EV. Como você já tem curso de
Conscienciologia, você sabe o que é isso. Em New York e em New Jersey, eu mesmo
já dei curso aí sobre esse assunto. É você exteriorizar o EV, arranjar um tema
básico para você debater com você mesma e procurar cortar todo o tipo de
devaneio. New Jersey e os Estados Unidos em si tem muita diversificação de
sedução e envolvimento. Procure esquecer e ver uma coisa só, o tempo todo.
Quando você sair, vai lá para Barnes & Noble ((referência a cadeia de livrarias dos Estados Unidos)),
faz um escritório só de estudo e não leia nada que seja de moda ou que seja de
revista de novidade. Procure só ficar no essencial técnico. Isso vai fazer com
que o seu intelecto tome conta do processo instintivo das suas emoções. Tem que
lembrar o seguinte: o mentalsoma é o paracorpo do discernimento e esse
discernimento é que pode atuar sobre os instintos e os desejos (ou seja), o
psicossoma. Para isso, é necessária uma auto-organização sua. Arranja um
horário para você escrever. Pega no latop ou no desktop e arranja
um horário que você possa fazer todos os dias 2, 3 ou quatro horas de escrita.
Mas não vai escrever coisa que seja banal, superficial ou apenas “para inglês
ver”. Faça uma coisa de substância, uma pesquisa mais séria de algum tema
maior. Eu recomendaria a você estudar a síndrome da dispersão consciencial, que
é o processo do devaneio e justamente o seu caso. Primeira coisa: pega o DSM-IV
((referência ao Manual de
Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, 4ª edição)) e estude
tudo o que falar lá sobre dispersão. Você já vai ter uma boa ideia para se
encaminhar nessa investigação. (Tertúlia 0950; 1h:25m).
Não terminar o que
começa. Pergunta. Porque nunca termino o
que começo? Resposta (WV). Falta vergonha na
sua cara. Só isso. Acabe, nem que tenha chuva de canivetes. Vá em frente, seja
um javali para terminar o que você precisa. Quando terminar uma coisa e se
sentir satisfeito, vai abrir um novo caminho na sua vida. (Tertúlia 1005; 0h:59m).