Opção pela zona de
conforto. Uma pessoa que, segundo ela, não fez curso intermissivo disse: -
“Eu vou deixar para estudar a Conscienciologia na próxima vida. Ela é muito
avançada para mim”. Eu (WV) escutei isso na cidade um dia desses. Que é que vocês
acham? Eu estou falando por causa da zona de conforto. Ele está deixando para a
próxima vida. A gente pode falar o seguinte: - “Vai para a sua zona de
conforto, tem países inferiores aí em evolução”. Isso chama-se
Transmigraciologia. A gente tem que respeitar os direitos da pessoa. O que é
engraçado é que ele deixa bem claro: - “Eu vou deixar para estudar a
Conscienciologia na próxima vida. Ela é muito avançada para mim”. Sabe lá se
ele não está sendo super correcto? Eu deixo por conta de vocês para examinar
mais detalhes. Sabe-se lá se ele está com uma recomposição violenta de alguma
coisa? Nunca se sabe. O que é bacana é a exposição, a explicitação, a
sinceridade, a franqueza. A gente tem a liberdade absoluta de escolher o que
estudar. Vocês pensem bem. Isso é uma opção. (Tertúlia 0833; 0h:18m).
Zona de conforto
mental. Pergunta. Você poderia discorrer sobre a zona de conforto
mental? Resposta (WV). A pessoa que do ponto de vista intelectual,
emocional, daquilo que ela penseniza, está bem, está vivendo na primener, está
até com euforia, não tem nenhum fator contraproducente que esteja criando problema,
se sente bem, está na zona de conforto mental. Mas às vezes, a pessoa está
nessa e está hibernando, não está fazendo nada. A zona de conforto é neutra.
Toda a vez que a pessoa está na zona de conforto, ela mesma tem que desconfiar:
- “Eu mereço? Não está demorando muito? Não estou perdendo nada?” Quem olha
mais o processo de zona de conforto não é a mulher, é o homem. O homem olha o
mundo que está girando e ele não gosta de ficar para trás. O homem tem que
estar produzindo alguma coisa. No trabalho de voluntariado das ICs eu sempre
falo: - ”Dê função para cada homem que aparecer aí”, porque se ele não está
produzindo nada ele se desinteressa. (Tertúlia 0833; 0h:20m).
Aumento da
autocrítica. Pergunta. Eu queria saber qual a relação entre “o aumento da
autocrítica” e “a zona de conforto”. Resposta (WV). Se a pessoa não tem uma autocrítica muito
avançada, ela perde a vida, ela perde oportunidades, energias, companhias,
enfim, perde tempo na zona de conforto. É a “turma” do botequim, de “jogar
conversa fora”. É a zona de conforto. (Tertúlia 0833; 0h:22m).
Zona de conforto do
serenão. Pergunta. Qual seria a zona de conforto do serenão? Resposta (WV).
A estrutura da condição da serenidade do Serenão não está assentada na zona de
conforto comum. A serenidade mostra uma condição íntima da pessoa que ela já
não se preocupa com o processo de conforto ou de felicidade. Ela está serena
com tudo. Ela vive bem equidistante desses percalços, dessas vicissitudes,
dessas infelicidades. A serenologia já ultrapassou isso tudo. É a vivência
ininterrupta de bem-estar – mas isso também não preocupa a pessoa nem ela dá
tanto valor para isso. O que ela quer é aumentar a hiperacuidade, a autocognição.
Serenão é isso. E só faz isso através da assistência. O que é bacana é a hora
em que você já pode fazer uma assistência subtil, mais avançada. Porque existe
uma assistência de operário e uma assistência intelectual. E existe uma outra
ainda mais subtil, que é aquela em que se auxilia pela energia e ninguém está
sabendo. Isso é que é o anonimato do serenão. (Tertúlia 0833; 0h:23m).
Despertamento quanto
ao autassédio. Pergunta. Qual é a relação entre “o despertamento quanto ao
autassédio” e “a zona de conforto”. Resposta (WV). Às vezes, a pessoa se sente numa zona de
conforto e quer manter aquilo porque ela mesma está desejando. Então ela “força
a barra”, esquece os percalços, esquece os deveres, esquece as obrigações que
ela tem para ficar no boavidismo. Isso é autassédio. Ela vai despertar mais
tarde. O problema é que ela está lá, na zona de conforto patológica. Ela quer
“sombra e água fresca”, dolce far niente.
(Tertúlia 0833; 0h:25m).
Zona de conforto
produtivo. Pergunta. Eu queria entender melhor o que é a zona de
conforto produtivo. Resposta (WV). Eu vivo numa zona de conforto produtivo com
vocês. E vocês são os promotores desse meu conforto. Eu reconheço e sou
agradecido. Cada um faz o que pode. (Tertúlia 0833; 0h:26m).
Classificação. Pergunta. Então
a gente pode classificar a zona de conforto em: totalmente patológica;
totalmente positiva; e ambígua? Resposta (WV). Pode. E uma coisa pode se transformar na
outra, tanto no positivo quanto no negativo, depende do que é que você faz. O
problema mais sério aí é a cronémica. Se ficou muito tempo naquela (zona de
conforto) que está boa demais, começa a arrastar os processos, aquilo vai
acrescentando e tem as camadas de excrescência. Eu sempre recomendei para as
pessoas que gostam de estudar a zona de conforto que examinem o que eu já
escrevi sobre primener, euforin, cipriene e depois o extrapolacionismo. Examina
essas quatro coisas para ter uma ideia do que é a zona de conforto fora da
psicologia – dentro da Conscienciologia. Pergunta. O extrapolacionismo mostra que você não está na
zona de conforto do cipriene... Resposta (WV). Pois é, mas disso eu não falo. Eu peço só
para a pessoa estudar. Ela vai “bater com a cabeça lá” e vai ver que é isso
mesmo. Se eu falar antes, a pessoa não admite porque a intenção é boa mas falta
discernimento. Nestes últimos tempos (nos últimos quatro anos) eu já falei isso
para umas três ou quatro pessoas aqui. (Tertúlia 0833; 0h:28m).
Zona de conforto da
prostituição. Para vários homens, a zona de conforto da prostituição é uma
das maiores que tem. Não é conforto para a prostituta, é para o usuário. (Tertúlia 0833; 0h:31m).
Trinômio
pão-amor-fantasia. A zona de conforto patológica da conscin vulgar
partidária da condição perdulária da autovivência do trinômio pão-amor-fantasia
é sério, existe até filme sobre isso. Pane,
amore e fantasia é um filme italiano da década de 50. Hoje, é expressão
internacional. (Tertúlia
0833; 0h:32m).
Conforto natural.
Pergunta. Com a evolução, a tendência é ter um conforto
interconsciencial porque a pessoa (deixa de ficar) assediada? Resposta (WV). E
chega num certo ponto que aquele conforto fica natural, espontâneo. A pessoa já
é assim e ela nem percebe que ela já superou isso tudo. A vida confortável que
ela tem foi a própria pessoa que fez e não está criando nenhuma questão
negativa ou problema para outras pessoas. Porque a coisa mais difícil que tem
nesta dimensão é você ter um conforto que não injurie outrem. Há muita gente
que quando tem uma coisa boa nem fala porque tem receio de que venha tudo contra
ela. Há um processo de linchamento, se as pessoas mostrarem que estão felizes.
(Tertúlia 0833; 0h:34m).
Zona de conforto
íntima. Pergunta. Eu queria que você analisasse a zona de conforto
que a gente pode criar intraconsciencialmente. Resposta (WV). Essa
zona de conforto íntima é que é a serenologia. (Tertúlia 0833; 0h:41m). Se a pessoa estende a mão
e treme, não pode falar que está na zona de conforto. (Tertúlia 0833; 0h:43m). Pergunta. De
alguma maneira o soma seria uma zona de conforto para a nossa consciência? Resposta (WV). O
ginossoma e o androssoma, é uma zona de conforto que não tem outra. O problema
é que a gente coloca essa zona de conforto em rebuliço. Então raciocine bem,
acalme bem seus pensamentos, harmonize a pensenologia que a sua zona de
conforto aumenta. (Existem) aquelas pessoas que viajam, passam 40 dias fora do
Brasil e quando regressam respiram fundo e dizem: - “Ah! Aqui sim, é a minha
casa! Está tudo à mão, tudo certo.” Em parte elas têm razão. Do mesmo modo, a
pessoa que trabalha com muita gente, chega em casa e se recolhe com ela mesma.
Aquela zona de conforto ainda é a melhor para ela. Todos nós somos assim. Por
mais que eu ame vocês, por mais que vocês me amem, a conclusão é uma só. A zona
de conforto íntima é singular, ímpar. (Tertúlia 0833; 0h:52m).
Aniquilação dos
bichos-papões. Pergunta. O senhor poderia falar sobre “a aniquilação dos
bichos-papões”? Resposta (WV). O bicho-papão geralmente é aquilo que a
pessoa tem como uma fantasia, às vezes um fantasma dela, aquilo que a pessoa
guarda no armário… Não é o bicho-papão de criança, mas é aquele nó gordio,
alguma coisa que a pessoa tem que espanta, que cria. Aquilo que para você é uma
formiga, para aquela pessoa é um elefante. À hora que ela extingue esses
bichos-papões, a situação começa a melhorar. Para alcançar a zona de conforto
tem que eliminar os bichos-papões, tirar os fantasmas do armário, se expor. Eu
não acho que uma pessoa que guarda um rancor, ainda que seja apenas um melindre
superficial, viva em zona de conforto – ela sempre vai viver em sobressalto,
desassossegadamente. A palavra desassossegadamente é muito importante porque
ela não é confortável, ela é desassossego. (Tertúlia 0833; 1h:02m).
Saída da zona de
conforto quando medíocre e prejudicial. Pergunta. Poderia
explanar um pouco mais sobre o ponto de viragem da “saída da zona de conforto
quando medíocre e prejudicial”? Resposta (WV). Há muita gente na Terra que precisa de
assistência e muito pouca gente na zona de conforto real. Então, a pessoa que
vive dentro de uma zona de conforto de uma vida sumptuária, requintada, de
sumptuosidade, de excesso, precisa de um ponto de viragem, precisa de organizar
a vida dela. Ela vai dessomar pelada. Psicossoma pelado, nú. (Tertúlia 0833; 1h:08m). Pergunta. Vejo
grande dificuldade nesse movimento. Supero e me encontro novamente na
acomodação. Resposta (WV). Ah, sim. O problema todo é esse. Que tal você
ver ao lado, arranjar umas lupas, talvez umas lunetas para você ver quem está
ao seu lado. Tem tanta gente necessitada… E você mora numa das cidades com mais
violência no Brasil (dito em 17.04.2008), Curitiba. Os (habitantes de Curitiba)
estão precisando de assistência. Sai de você mesmo e vai “suar sangue” para
ajudar os outros. Esse ponto de viragem melhora. Sinta-se útil ajudando os
outros. E se você não tem nada para fazer e está com muita zona de conforto,
vem para cá, que aqui tem muito serviço. Eu não estou chamando você à toa, não.
Eu até evito chamar os outros, mas numa condição dessas ((dirigindo-se à
plateia)), vamos ajudar os outros. Já pensou... curar os outros através da
laborterapia? Isso é o máximo. Você está chorando as mágoas na zona de conforto
– ai!…((imitando a lamentação)) – pelo excesso… Num caso desses eu tenho que
puxar as duas orelhas ((sorrindo)). (Tertúlia 0833; 1h:09m).
Expansão da própria
zona de conforto quando positiva. Pergunta. Relativamente à expressão “a expansão da própria
zona de conforto quando positiva”, no caso é um local, como por exemplo o local
de tenepes ou de estudo? Resposta (WV). Ela (a própria zona de conforto quando
positiva) é sua, você está nela. Que tal você dar para o seu vizinho, para o
duplista, para o companheiro next door,
a pessoa contígua, próxima, parede-meia a você? Vamos estender a zona de
conforto. De que modo? Primeiro estende o seu holopensene positivo para os
outros. Aumenta o aconchego. Em vez de receber apenas 10 filhotes, receba 100.
(Tertúlia 0833; 1h:10m).
Automotivação-trabalho-lazer.
Pergunta. Professor Waldo, todo o processo de mudança tem
algum nível de desconforto? Resposta (WV). Não é bem só assim. Às vezes a pessoa fica
eufórica por causa da excitação do desafio. Gente que gosta de competição, às
vezes se sente bem, ela fica com mais conforto do que tinha. É um estímulo.
Automotivação-trabalho-lazer. É isso. (Tertúlia 0833; 1h:28m). Pergunta. Com
relação a primener, euforia… essas ocorrências na zona de conforto, elas
indicam que a pessoa está em homeostase ou que ela está fora da homeostase? Resposta (WV). Quando
aquilo ocorre de uma maneira “legal”, sadia, construtiva, evolutiva, com
assistência extrafísica, tem equilíbrio mas ainda é apenas uma “amostra
grátis”, reduzida, do que pode vir a ser. A pessoa tem que começar a trabalhar
com aquilo para aquilo ampliar. E vai chegar num ponto que ela não pensa mais
nisso, ela já superou, ela já é assim. Ela não “vai” chegar naquele ponto, ela
“vive” assim. Aí muda tudo. É nessa hora que o tenepessista tem 24 horas por
dia de trabalho. Tem que ter muita pacificação íntima, autopacificação, para a
pessoa funcionar as 24 horas por dia. Isso é possível e “todo o mundo” tem
potencialidade para isso. (Tertúlia
0833; 1h:31m). Pergunta. Evolutivamente, não seria melhor a pessoa se
colocar sempre na zona de desconforto? Resposta (WV). Não. Aí já é autovitimização. Você tem que
reconhecer a sua realidade e enfrentar essa realidade e responder por ela. (Tertúlia 0833; 1h:32m).
Aprendizagem com os
próprios erros. A pessoa mais ignorante que existe é aquela que não aprende
com os próprios erros. Erra hoje, vai errar depois de amanhã, no próximo mês…
sempre o mesmo erro, o mesmo mata-burro. Já quebrou a perna esquerda, a perna
direita, o braço esquerdo… só falta quebrar o braço direito. Sempre caindo no
mesmo buraco. Essa é a mais burra, mais ignorante que existe (porque) não está
aprendendo com os próprios erros. (Tertúlia 0833; 1h:36m). Pergunta. A aprendizagem (com os próprios erros) significa
eliminar erros? Resposta (WV). Acertar. Aprender com os próprios erros é
começar a acertar. Pergunta. Mas o simples aprendizado não leva à zona de
conforto. Resposta (WV). Pode levar, sim. A pessoa vai se sentir
melhor por não cair mais no mata-burro e começa a entrar na zona de conforto.
Ela vai ter mais confiança no (próprio) pulso. Vai ter muito mais confiança em
si mesma. Todos nós erramos. Se você não aprende com os seus erros, é
ignorante. Não adianta discutir isso, é o óbvio. (Tertúlia 0833; 1h:37m).
Expansão da própria
zona de conforto quando positiva. Pergunta. Eu queria que o senhor fizesse a relação da
“expansão da própria zona de conforto quando positiva” com “a decisão de fazer
coisas novas, assumir riscos, identificar novas descobertas e estabelecer
neovínculos evolutivos”. Resposta (WV). As coisas novas que você está descobrindo
podem ampliar a sua zona de conforto. Uma coisa puxa a outra. É decorrência,
efeito, consequência. Pergunta. Quais são as características dessa zona de
conforto positiva quando está sendo ampliada com esses momentos de risco… Resposta (WV). Principalmente
a autopercepção. Quando a pessoa começa a ter conhecimento sobre certas coisas
e a ter confiança naquilo, ela admite, ela tem cognição – é a experiência do
princípio da descrença. À hora que ela tem isso, ela melhora a zona de
conforto. É muito bom, você já deve ter passado por isso, você conhecer um
“negócio” que você ignorava totalmente: - “Eu não via como era isso, se eu
tivesse visto isso antes teria evitado uma série de aborrecimentos.” Cognição,
conhecimento, sabedoria, é o que melhora mais a zona de conforto. (Tertúlia 0833; 2h:03m). Pergunta. O
senhor comentou em outra tertúlia que as nossas reciclagens acontecem de forma
setorizada. Então, nós vamos pegando algum aspecto da vida e depois vamos
trabalhando outro e outro. Resposta (WV). Uma coisa puxa a outra, há um efeito halo, um
efeito cascata, uma reação em cadeia, pouco a pouco, paulatinamente, de grão em
grão, little by little, passo a
passo, step by step. Esse é o caminho
do processo evolutivo. E não esquecer: não ficar deslumbrado com coisinha
pequena esquecendo o grande – tem que levar o grande e colocar o pequeno lá
dentro, fazer a interação das coisas, das novidades. (Tertúlia 0833; 2h:05m).
Insatisfação na vida
profissional. Pergunta. A insatisfação na vida profissional revela um
desvio de proéxis ou revela a presença na zona de conforto patológica? Como
seria a profilaxia dessa situação? Resposta (WV). Tem que examinar o caso. Tudo isso é
possível. A insatisfação pode ser um desvio da proéxis, se a pessoa “tirou o
corpo fora” e pode ser zona de conforto patológica porque a pessoa às vezes
está totalmente siderada por coisa secundária que paralisa as reações e
movimentos dela. Então, tudo “vai por água abaixo”. Ela tem que pensar, o que
é. (Tertúlia 0833; 2h:06m).