Transtorno Bipolar. Pergunta. O senhor diria que o bipolar não sabe viver fora da zona de conforto dele? Resposta (WV). Não é bem assim. O problema todo é falta de higiene consciencial – a pessoa não vê o que está ocorrendo porque não quer. A maioria, com o tempo, quer. Há dezenas de livros (sobre esse assunto). (...) A maioria desses casos são genéticos, mas na família, a genética de um não é igual à de outro. E depende também do nível de lucidez da pessoa. Quanto mais a pessoa estudar, mais defesa ela pode ter. Fazer exercício físico para desintoxicar, também ajuda – movimenta as energias. Agora, uma pessoa que começar a frequentar os laboratórios que nós temos aqui, começa a dominar a energia e ela mesma se cura, sem problema nenhum – não precisa nem de remédio, mas precisa de ter vontade. Conclusão: a maioria desses processos, principalmente o que eles chamam de bipolar, existem por vontade pessoal. São as pessoas que querem estar assim. São representantes, embaixadores e tem nostalgia da baratrosfera. (...) A Conscin Multívola (título de verbete) é uma das bases, dos vieses, dos aspectos, dos lados da abordagem que você pode fazer para entender a bipolar. Outra coisa é a possessividade, às vezes por ciúme. A medicação sempre ajuda, principalmente num determinado ponto em que a pessoa esteja muito frágil, quando ela ainda não quer (melhorar). Se um doente mental não quer melhorar, ele não melhora. Se uma pessoa não quer melhorar o corpo, ela morre. Ela se mata pela sugestão dela. Ela não se prepara, não se predispõe… O ânimo pessoal é muito importante. Na vida, na morte, na doença e na saúde. Ânimo pessoal. Eu sempre observei isso nos meus pacientes. (Tertúlia 0833; 0h:57m).
Impactoterapia. Quando você mostra uma realidade para a pessoa, você não está estapeando ela. Mas tem pessoas que acham que isso é um esbofeteio verbal que você está fazendo. Esbofeteio verbal é outra coisa, é xingar os outros, usar baixo calão... Se você está mostrando a realidade para a pessoa você está ajudando. Isso é o que eu (WV) chamo de impactoterapia. (Tertúlia 0843; 1h:09m). O balanço entre mostrar a realidade e não mostrar a realidade é a sensibilidade fraterna. Sensibilidade fraterna. Ajudar. Jamais colocar o egão da gente na frente mas ver como ajudar a pessoa. A hipótese do suicídio não pode ser esquecida. Nunca se sabe. Se você não der uma saída para a pessoa ela se desespera. (Tertúlia 0843; 1h:15m).
Grupos terapêuticos de toxicodependentes. Pergunta. Gostaria de partilhar minhas experiências dessa semana aqui na clínica. Fiz oito grupos terapêuticos e de psicoeducação com os pacientes internos e de clínica dia e só utilizei a temática da Conscienciologia. Por exemplo: síndrome de satélite; amor deslocado; acabativa e murismo. O impacto é muito grande. (…). O que está acontecendo, em sua opinião? Em que posso melhorar as temáticas? Resposta (WV). Este é um amigo meu que cuida principalmente de clínica com toxicômanos e outras coisas mais ((contextualiza o professor)). Você deve fazer o seguinte: procurar especificar cada vez mais as temáticas, de acordo com o perfil do necessitado. E na hora em que você está mexendo com grupos, ter muito cuidado com isso, porque não existem grupos homogéneos dentro da patologia, aí – sempre tem um grupo heterogéneo. Então, arranjar uma temática que sirva para todos, é muito difícil. De modo que, procure fazer cada coisa, específica, de acordo com a pessoa. E não queira dar uma marretada em “todo o mundo” que (isso) não resolve nada. Tem é que esclarecer, com calma e ver, especificamente, cada caso, de per si. Não há dúvida que tem certos assuntos que você pode usar, de modo geral. Isso ajuda, mas não pode pegar esses temas e usar como se fossem um tacape para bater na cabeça de “todo o mundo”. Tem que ponderar isso com calma. Você já tem muita experiência disso, são muitos anos trabalhando, você sabe. Seria bom você ver, com calma, todos os temas que nós já trouxemos à tertúlia. No dia de hoje, nós já estamos com 943 temas. Tem muitos parecidos, mas eles são diferentes. Então, você pode atender 900 companheiros, com esses temas. Vale a pena pensar. E outra coisa: geralmente essas pessoas, lá, são muito inteligentes. Não pode menosprezar ou minimizar a inteligência dos outros, num caso desses. Só porque uma pessoa está em tratamento, está numa síndrome de abstinência ou alguma coisa nesse sentido, não quer dizer nada. Às vezes, o próprio tóxico estimula temporariamente a agudez e acuidade da pessoa. Pense nisso. (Tertúlia 0943; 1h:14m).
Abandono da psicoterapia. A
pessoa que pede a mensagem induzindo a resposta, quer ir à consciencioterapia
para “todo o mundo” estar de acordo com aquilo que ela pensa. Se ele é doente
mental, (ele quer que) na consciencioterapia eles (falem) para ele: -”Você não
é doente mental, você é uma pessoa mais sadia do que eu”. É isso que “todo o
mundo” quer – e não é assim. Quanto mais a pessoa é psicopata, mais ela acha
que o mundo é psicopata e ela é sadia. Isso é a regra. Quando a pessoa é assim,
ela ainda não encarou a patologia que ela tem. (...). (Um caso ainda pior é o
da) pessoa que chega para mim e fala: -”Professor Waldo, eu estou seguindo
aquilo que o senhor falou, estou fazendo a psicoterapia, mas veja: o primo
Anacleto me telefonou ontem e eu tenho que ir lá”. Aí, eu (WV) digo assim: -”Qual é o
caso do Anacleto? É dinheiro? A gente manda para ele.” Aí a pessoa fica
vermelha, amarela, roxa, pálida... Ele está numa situação tão precária que já
arranjou uma saída e já me envolveu com a saída dele – quer me tapear com
aquilo! Aí eu falo assim: -”Eu não nasci ontem. Eu não nasci de barba, ela
cresceu através das décadas.” Quase sempre (a pessoa deste exemplo) é um homem.
Eu já ouvi dezenas de casos e estou preparado para os próximos. (...). A pessoa não quer análise, não quer conhecer
a realidade dela. (Tertúlia
0943; 1h:30m).