Maçonaria. Pergunta. Existe
algum vínculo holopensênico de patopensenidade entre o misticismo e a
maçonaria? A maçonaria preenche de alguma forma os requisitos básicos da
cosmoética ou há antagonismos holopensênicos e teáticos entre a maçonaria e o modus vivendi ortopensênico da conscin
lúcida e inversora existencial? Resposta (WV). Eu sou mestre maçon. Eu entrei na maçonaria
porque a minha mãe me pediu, devido ao meu cunhado, que era maçon de grau
elevado. Fiquei na maçonaria um semestre, depois pedi o “quite placet” ((referência a documento que comprova a regularidade maçônica de um
maçon que se desliga de uma Loja)). Eu sou mestre maçon mas não
frequento a maçonaria. Quando eu entrei, fui aprovado por todos os membros da
loja, que era a maior que havia na região de Minas Gerais. Entrei na idade
mínima e fui aprovado unânimemente. Eles falaram para mim (que eu já fui maçon
de outras vidas porque eu conhecia mais a maçonaria do que eles). Em vista do
processo de assistência, eu não frequentei mais os rituais nem as reuniões.
Nunca mais eu fui mas depois disso continuei fazendo assistência junto das
obras de assistência da maçonaria. A melhor coisa que a maçonaria tem são as
assistencialidades. Eu trabalhei muito no Instituto de Cegos do Brasil Central
que era subsidiado e mantido pela maçonaria. Eu já dei conferência sobre
Conscienciologia (...) na principal Loja de Brasília, num local muito grande,
como se fosse o porão de um edifício, onde se reuniam 14 Lojas. Estava havendo
alguns incidentes e acidentes esquisitos e eles sabiam que eu, maçon, conhecia
o processo de energia e me pediram para limpar a Loja. Eu entrei lá e vi que na
câmara de reflexão havia um problema de assédio que a gente tirou e limpou.
Todos eles fizeram a coluna comigo – ritual maçônico – os chefões todos de um
lado e do outro e eu no meio e me entronizaram dentro da Loja. Eles consideram
as pessoas “demais” (muito). Isso faz mais de meio século. Estavam lá as
maiores cabeças da maçonaria, os líderes da área toda. Essa Loja era a maior
que havia - eram 14 Lojas se reunindo lá (alternadamente) numa loja só. Eu
entrei sozinho e vi que tinham feito “despacho” negativo, na câmara de reflexão.
Aí a gente limpou tudo. (Tertúlia
0926; 0h:06m). Eu quero dizer para a pessoa (que fez a pergunta), o
seguinte: você pode considerar a maçonaria hoje como uma seita assistencial
aberta. Na minha época eles ajudavam as viúvas dos maçons, as crianças e o povo
despossuído. A ligação entre irmãos maçons é muito grande: há senhas e sinais
com que eles se conectam. Hoje, a maçonaria está mais aberta, mais exotérica.
Ela não é mais esotérica. (Tertúlia
0926; 0h:010m). Eu já fiz palestras, conferências e dei curso, talvez em
cinco Lojas e na maioria desses lugares entraram crianças, jovens e mulheres.
Hoje a maçonaria se abriu para o público. Eles ajudam os outros, disso não há
dúvida. Desde a época do Império, grandes personalidades do Brasil foram
maçons. Eu deixei porque eu faço uma assistência universalista, eu sou da área
do esclarecimento e sou contra o ritual. A maçonaria é baseada em rituais que
fazem a gente perder tempo demais. E tem uma hierarquia lá dentro, do jeito que
tem uma hierarquia militar, uma hierarquia da igreja ou uma hierarquia política
– na monarquia, por exemplo. (Tertúlia 0926; 0h:011m). Em tese, não há nada da maçonaria que
seja contra as nossas coisas, superficialmente. Do ponto de vista profundo, a
coisa é séria porque nós cuidamos da tarefa do esclarecimento e eles fazem
demais a tacon - a tarefa da consolação - como se fosse uma igreja. Por isso eu
chamo (a maçonaria) de seita assistencial. A maçonaria funciona porque eles são
disciplinados, organizados, a intenção é boa e a moral é elevada. Por exemplo, uma
pessoa que não goste de religião nenhuma nem de política nenhuma, é preferível
entrar na maçonaria do que fazer besteira por aí ou ficar no botequim. A
maçonaria normatiza, disciplina e organiza a vida do maçon e ele cria um
círculo de amigos para o resto da vida. A amizade de maçon é uma coisa
fora-de-série. Eu de vez em quando recebo aqui consciexes que eram maçons que
me pedem ajuda para outros maçons. Isso é impressionante: o “cara” morreu e
está lá preocupado com o povo que ficou aqui. Tem lugar em que eu chego, revelo
que eu sou maçon e as portas todas se abrem. (Tertúlia 0926; 0h:012m).
Maçonaria e
Conscienciologia. Pergunta. Acompanhei suas declarações sobre a Maçonaria.
Quero saber se o fato de uma pessoa fazer parte da maçonaria é impeditivo para
ela ser voluntária de uma instituição conscienciocêntrica. Resposta (WV). Não,
eu não acho que seja. Depende da consciência do voluntário. Eu só lembro isso:
a pessoa não pode ficar com uma perna num barco e outra perna no outro, porque
ela pode afundar. Dependendo das obrigações da pessoa ou do que ela acha que
são os atributos do trabalho que ela tem que fazer, às vezes é bom ela se
dedicar a alguma coisa específica mais particularmente, seja na maçonaria ou
seja numa instituição conscienciocêntrica. Para sustentar duas coisas que são
tão diferentes – numa o processo todo de ritual e de tacon e noutra dar
prioridade à tares – isso é um caso sério. A amizade é uma coisa que a pessoa
tem que preservar e na maçonaria criam-se vínculos de amizade profundos que às
vezes são puros e isso tem que ser mantido. Eu há meio século deixei a
maçonaria e no entanto, até hoje ainda tenho gente que me procura. Eu também
fechei o meu consultório em 1970, faz 38 anos (dito em 03.08.2008) e até hoje
eu dou orientação médica. Essas coisas nós temos que observar. Depende da
pessoa, do indivíduo, da intenção, do nível em que ele pensa, da
consciencialidade, do abertismo consciencial da pessoa. A pessoa é que decide.
(Tertúlia 0926; 0h:52m).